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Era às oito horas da manhã de um sábado.

Para começo de conversa, o dia seria atarefado tanto para Louis, quanto para Harry.

Após um plantão que durou toda madrugada, Louis teve míseras três horas de sono, antes de levantar e tomar um banho, para poder começar o dia.

Helena o obrigou a tomar uma xícara de café, e que mal assentou em seu estômago. Ele quase ouvia sua barriga roncar.

De qualquer modo, ele precisou respirar fundo e se deixar aceitar sua mãe saindo junto a Roberto para a igreja.

Nesse momento, tinha um compromisso com Juju e Beck. Levou ambos ao veterinário, pois Juju estava parecendo cansada e ansiosa.

Após o check up em Beck e mais alguns exames em Juju, Louis foi chamado para uma salinha, onde ele deveria conversar com o doutor.

— Juliette está entrando em trabalho de parto — o doutor disse.

— Isso quer dizer que ela vai parir? — Louis o olhou preocupado, parecendo mais ansioso que a própria cadela.

— Sim — acenou vagamente — basicamente, o parto dela é composto por três fases. A dilatação, que em alguns casos pode levar até 36 horas e ainda mais em uma primeira gestação.

— Meu Deus do céu — engoliu em seco — e se a Juju não aguentar tudo isso?

— A média é de 4 a 12 horas, mas eu estou avisando que pode levar até 36 horas, entende?

Louis acenou.

— Depois seus cachorros chegam e, em seguida, sua placenta — disse — há um intervalo entre cada um dos filhotes e o tempo também varia.

— Tem algum cuidado necessário com ela?

— Um local limpo, calmo e sempre ofereça água — o veterinário disse — tente deixá-la confortável e lhe auxiliar somente se achar que o animal não está como deveria.

Louis observou Juju deitada na mesa, parecia bem inquieta e sua barriga era muito bem formada e visível.

Depois daquilo, pagou a consulta e saiu do local. Ao entrar no carro, tudo que pode fazer, foi olhar a cadela ao seu lado.

— Você tá cansada? — perguntou a ela — hoje você vai ficar o dia todinho deitada na cama, vou trocar os lençóis e deixar você no ar-condicionado.

Ela chiou, se deitando no banco do passageiro. Beck ia atrás, muito inquieto e ansioso por olhar pela janela.

— Não acredito que vou ser vô — murmurou, ao ligar o carro e acelerar para subir o morro em direção a rua da feira.

Harry estaria fazendo compras ali hoje, porque já o haviam comunicado no rádio que ele estava por ali.

— Não são nem dez horas e já tá um calor do cão — Sara reclamou, cruzando os braços enquanto ambos andavam em direção às barracas bastante coloridas com todos os tipos de verduras e frutas.

As vezes Harry e ela sentiam falta de ajudar ali.

— Espera, só falta comprar couve, milho e cenoura.

— Vê se não demora, minha mãe jurou que eu ia ficar na farmácia cuidando das coisas — ela avisou — eu só vim porque você me arrastou até aqui.

— Fala sério, você adora passar tempo comigo — ele deu de ombros — por isso nós somos melhores amigos.

— Aham — ela riu.

COMPLEXO 18Onde histórias criam vida. Descubra agora