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Em plena terça-feira, o sol quente castigava os moradores do Rio.

A manhã era corrida, logo indo para um começo de tarde. Harry estava com seu dia cheio, coisas demais para serem resolvidas.

Ele havia passado a manhã procurando por um estágio novo, qualquer um que lhe pagasse minimamente, porque era melhor do que nada.

Mas como sempre, as coisas não pareciam estar ao seu favor naquele dia. A começar por não ter sido admitido por nenhuma das opções que de fato pagavam algo.

Segundo, porque logo pela manhã, seu celular havia dado um problema e passou ao menos meia hora sem dar sinais de que ainda funcionava para algo.

E por fim, ele tinha de ir mais cedo à faculdade, teria de se programar para os projetos no fim da semana, o que lhe prometia um dia cansativo.

Então ali estava ele, às uma e vinte da tarde, indo para faculdade de carona com Louis, que insistiu ao menos dez vezes para deixá-lo.

— E o teu celular, amor? — Louis voltou a perguntar.

— O que tem ele? — disse, enquanto mexia em sua mochila.

— Vai ficar com ele assim mermo? — perguntou como se fosse óbvio.

— E você quer que eu faça o que? — o disse, olhando para ele — que eu jogue ele fora e comece a ligar do orelhão? Só tenho ele.

— E como você vai falar comigo? Como você vai falar com seu homem ein? — franziu seu cenho — onde que você vai responder minhas cinquenta mensagens por dia?

— Não me gasta — bufou.

— Na moral, Harry, onde mesmo que você vai fazer as suas paradas aí da faculdade e falar com as pessoas sem um celular? — perguntou — daqui a pouco ele explode na tua mão e tu passa jornal nacional.

— Vou pensar nisso depois — este suspirou cansado, se valendo dos minutos que ainda teria no ar-condicionado potente do carro — tô sem grana pra comprar qualquer coisa agora.

— Se você me deixasse te dar-

— Para — Harry o olhou sério — a gente já conversou sobre essa parada de você ficar me dando as coisas. Tá achando que é o Silvio Santos?

— Tá beleza — deu de ombros, encostando o carro.

Ele esperou que o mesmo guardasse as coisas dentro da mochila, para que pudesse finalmente olhar para si.

— Você me pega às oito hoje? Vou sair mais cedo — disse.

— Eu pego todo dia. Peguei ontem, pego hoje. Quer agora, não? — sorriu de canto.

— Louis — este não pode evitar gargalhar do modo como o garoto era besta.

Louis lhe tirava sorrisos e risadas sinceras em horas ruins como essa.

— Oito horas tô aqui — ele acenou.

Harry ladeou a cabeça para admirar a figura ao seu lado.

Ainda tinha as mãos no volante, sempre deixando seus braços tatuados em evidência. Os desenhos misturados na pele bronzeada do sol constante na cidade maravilhosa.

Harry se inclinou até ele e segurou seu queixo, para beijar seus lábios lentamente.

Suas mãos saíram do volante para as coxas de Harry, que suspirou em surpresa quando foi suspenso e colocado no colo de Louis.

Ele tomou um curto momento para se acomodar ali, antes de voltar a juntar seus lábios. As mãos em sua coxa e cintura apertavam sua pele e incentivaram seu corpo a se mover sobre o colo de Louis.

COMPLEXO 18Onde histórias criam vida. Descubra agora