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Eram as oito da manhã e Helena parecia confusa com toda calmaria de Louis em subir o morro. Se supõe que eles deveriam estar arrumando a casa para o churrasco mais tarde.

Mas ao invés disso, Louis e ela subiam o morro a mais ou menos quinze minutos. Haviam algumas casas ali, algumas com uma boa vista de cima.

— Meu filho, o que é que você tá aprontando? — ela disse, parecendo cansada. Segurava sua bolsa e Louis sua outra mão.

— Relaxa, dona Helena, a gente tá perto — disse com calma, apenas observando ao redor. Naquele local era mais calmo, às vezes.

— E se minhas amigas da igreja chegarem e eu não estiver lá em casa? — ela perguntou.

— Se acalma, senhora, tá todo mundo avisado — ele explicou, virando em uma rua junto com sua mãe.

— Mas avisado do que, menino?

Louis parou em frente uma casa, a mesma tinha uma cor vermelha na fachada e mais de um andar embora fosse simples. Era bem cuidada, parecia um pouquinho maior do que aquela que Helena vivia.

Além do mais, tinha algo que Helena admirava, mas que não tinha em sua própria casa.

— E aí, dona Helena, gostou? — ele a olhou.

— Da casa? Ela é muito bonita, filho, de quem é?

— Como assim de quem é, senhora? É sua — ele riu — meu presente de aniversário pra você.

— Meu filho — ela o olhou inquieta, parecendo não acreditar, mas ao mesmo tempo emocionada pelo ato.

— Você vivia dizendo que não queria sair desse morro de jeito nenhum, mas eu te disse que você merecia mais. Aquela casa não te dava conforto e nem trazia lembrança boa.

— Eu nunca reclamaria de nada, você sabe bem que eu gosto da minha vida simples, mas você é um menino muito especial, muito obrigada, filho.

Louis sentiu a mulher lhe abraçar com força, ela sendo baixinha, foi bem acolhida nos braços do filho.

— Que isso, mãe, chora não, se não eu choro também — ele disse.

Era inevitável se sentir emocionado pela ideia de que Helena sempre foi a luz em sua vida e agora ele podia dar muito a ela.

— E tem mais umas coisas, deixa eu te mostrar.

Louis segurou sua mão, levando a mesma até a porta. Ele abriu a casa, empurrando a porta para que ela entrasse primeiro.

— Tava pensando nisso a uns dias, primeiro fui resolver o lance da casa e passar os papéis, sabe como é — ele explicou, ao entrarem na sala.

Era um pouco maior do que a antiga, além do mais a sala e a cozinha eram divididas por uma parede, o que dava um pouco mais de privacidade.

— Passei uns dias aí dessa semana indo de noite pegar os móveis pra subir o morro com eles até em casa — contou — foi fácil não, mas eu tava focado em terminar isso até hoje.

Esse era o motivo de seus sumiços pela noite essa semana. Ele mesmo tratou de comprar móveis novos para a casa nova.

— Ficou tudo muito lindo, filho — ela disse, indo em todo canto para ver as coisas e como Louis foi cuidadoso.

— Comprei móveis pra sala, cozinha e pros dois quartos — explicou, indo até a televisão grande — e aí, gostou? Pra gente assistir jogo do mengo.

— Eu adorei tudo — ela disse — eu vou colocar várias plantas por aqui, eu tenho que trazer as minhas, você sabe que eu adoro.

— Tô sabendo, mas amanhã peço pros moleques ajudarem a subir com as coisas pra cá. Depois a gente vai no mercado comprar o que você quiser.

COMPLEXO 18Onde histórias criam vida. Descubra agora