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Louis sabia o que precisava ser feito, havia sofrido com a pressão de definir um pouco de paz entre as facções por meses.

Não pensava em si, mas sim nas famílias do morro, as vidas perdidas, as pessoas que amava entre outros. As consequências se tratavam muito além de seu próprio ego.

Ele seria chefe do complexo do 18 por toda sua vida e se não tentasse amenizar a confusão, ele nunca teria sua paz e nem sua família a veria.

Sendo escoltado para o local onde fariam a reunião, a mente de Louis traçava mil e um pensamentos, aquela não havia sido uma decisão de última hora, ele havia planejado bem. Apenas para ele.

A cidade alta era um lugar novo para Louis. Renato o chamou para se reunir naquele lugar, porque era onde ele conhecia bem e onde o TCP era dono de cada ruela.

Louis era presa dentro daquela favela de inimigos.

— Que merda de ideia — Zayn resmungou ao seu lado.

— Você topou, agora não adianta mais — Louis disse como resposta — e vê se confia em mim, caralho.

— É bom mermo tu ter certeza.

Zayn pensava por sua filha, não por ele.

Luis pensava em Lucas e em como o marido não ficaria bem se o perdesse. Além do mais, eles tinham um filho de dois anos apenas.

Oli tinha sua mãe e seus dois irmãos mais novos.

Calvin tinha sua família também, mas ele estava em um estado complicado, onde os dias após a perda de Sara ainda o deixavam sem ânimo.

Louis não queria que ele estivesse, não queria que seu amigo fosse para o campo de batalha, sem a vontade de lutar para sair dele.

Se sentia preocupado pela ideia de Calvin ter sentido tanto a perda da namorada, porque era realmente seu primeiro relacionamento sério e sabia como Sara era muito especial para ele.

Mas Louis sentia que havia algo estranho em Calvin, a dor era muito grande para uma perda. Já havia lidado com a morte de um irmão, de modo mais fácil.

— Era pra você ter ficado no carro — Louis olhou em direção ao amigo, resmungando as palavras.

— Pra que? Sou mais útil aqui do que lá.

— Não se tu ficar com esse papo de desânimo. Se algo rolar, não quero que tu dê uma de suicida e desista.

— Relaxa, eu to de boa — garantiu.

Louis precisava confiar, porque não tinha como pensar em outras coisas no momento. Seu negócio ali deveria ser rápido.

Os dois homens a sua frente pareciam discutir entre si, um deles olhou por cima do ombro e encarou Louis. O olhou por bons segundos.

Era familiar.

— Oh, o chefe tá nessa casa, lá no segundo andar — o mesmo explicou — só subir que é sucesso.

Louis não o respondeu, ele não tinha porque perder o tempo custoso com formalidades. Seguiu para dentro da casa, que por sinal era escura.

Ele imaginou que não fosse ali que Renato vivesse. O homem era envolvido em muitos esquemas e estava sendo investigado, por esse motivo era arriscado sair da cidade alta.

Ao chegar no segundo andar, ele observou a porta de um dos cômodos aberta. O quarto era como uma sala improvisada. Havia uma mesa redonda e algumas cadeiras.

Somente Renato estava sentado, haviam dois homens ali dentro e eles estavam atrás do líder, armados.

— Tomlinson, bom ver você — se levantou — só não sabia que tinha aliados, tu  nunca foi de fazer amigo.

COMPLEXO 18Onde histórias criam vida. Descubra agora