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Harry levou Louis até a porta, haviam dormido juntos. Era cedo, perto das oito horas da manhã, e tanto Louis quanto ele, tinham compromissos para o dia.

Louis precisava verificar uma encomenda grande, uma carga com vários quilos de maconha prensada, para ser levada para fora do país.

E Harry tinha seu compromisso interminável de buscar concluir os trabalhos da faculdade pendentes para a semana.

— Não vai querer carona? — Louis perguntou, assim que saiu pela porta da casa. Ele estava com Meliante nos braços.

— Relaxa, vou de ônibus com a Sara — ele explicou.

— E vocês vão ficar bem? — o observou.

— Fala sério, eu e ela andamos de ônibus há anos. Não é porque, de repente, a gente começou a sair com vocês que tem carro, que a gente desaprendeu a pegar ônibus, garoto.

Louis esboçou um sorriso sincero, ajeitando Meliante entre seus braços. O cachorro estava quieto, ele era quieto.

Era uma bobagem implicar com um animal tão dócil e comportado como Meliante. Ele quase nunca latia, não fazia bagunça e tratava de chamar atenção quando precisava se aliviar.

Mas Harry não tinha como ficar com o animal, sem que tivesse mais problemas ainda com Jessica, o que era algo que ele gostaria de evitar.

— Vou te buscar na faculdade — Louis avisou — me avisa o horário que tu vai sair.

— Tá bom, vida — acenou, avançando um passo até o outro. Ele se inclinou, deixando um selinho nos lábios alheios, depois um beijinho na cabeça de Meliante — até mais tarde, bebê.

— E eu? — o olhou indignado.

— Até mais tarde pra você também, meu moreno ciumento.

Louis sorriu bobo, agora parecendo mais animado em começar seu dia. Ele caminhou em direção até a moto.

— Segura ele aqui rapidão, amor — entregou Meliante nas mãos de Harry. Voltou a se acomodar, subindo na moto.

Louis a ligou, levantando o pedal:

— Passa pra cá — segurou o cachorro de novo. Louis apoiou o mesmo em sua frente — te segura, parceiro.

— Toma cuidado, garoto — Harry cruzou os braços — não vai correr nesse morro com nossa cria.

— Relaxa, amor. Deixa comigo.

O cacheado se limitou a observar o outro avançar com a moto, saindo da ruela em direção a subida do morro. O barulho da moto foi se tornando cada vez mais distante.

Ele suspirou, voltando para dentro da casa e fechando a porta. Pensava sobre as tarefas que teriam de ser feitas no dia, quando alguém se interpôs em seu caminho.

— Vou te falar só mais uma vez — Jessica disse — não bota mais essa marginal dentro da minha casa, ou eu te expulso.

— Fodasse — ele deu de ombros, passando por ela — eu pago isso todo mês, nunca nem atrasei e do jeito que você gosta de grana, vai sentir mais falta de mim do que eu de você.

— Você arranja problema, menino — ela o seguiu — primeiro a comida, depois a porra do cachorro e agora botando esse traficante dentro da minha casa.

— Aquele outro moleque que mora aqui é um traficante também e você sabe — se virou para poder encará-la — por que não vai encher o saco dele?

— Tô falando de você, não dele — cruzou os braços — e como você tá na minha casa, eu que digo quem você pode trazer e o que pode fazer aqui dentro.

COMPLEXO 18Onde histórias criam vida. Descubra agora