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Louis mantinha seu olhar focado no vidro à sua frente, enquanto corria ininterruptamente sobre a esteira. Ele estava cumprindo seus exercícios matinais.

Estava na academia particular em seu apartamento e a bela vista do mar em sua frente, lhe trazia um gosto de satisfação com o momento, que inclusive lhe causava menos cansaço.

Havia se livrado de sua camisa, pois embora houvesse sistema de ar-condicionado na sala, o calor específico da cidade maravilhosa o castigava ainda.

Ele ouvia algum funk entre os muitos que rodava em sua playlist desde que havia começado a malhar, isso porque estava ali a mais de uma hora.

A concentração e o som lhe impediram de perceber que havia um outro alguém lhe observando.

O garotinho estava do outro lado da grande porta de vidro que isolava a sala. A mesma era a prova de som, por esse motivo ele mal ouvia a música ali dentro.

Louis sorriu, descendo da esteira. Ele rapidamente foi até seu celular e parou a música, porque a letra possuía um teor ofensivo. Em seguida, abriu a porta de vidro com cuidado.

— Bom dia, pai — eram as oito horas da manhã.

— Bom dia, meu garoto — este sorriu, o observando andar curiosamente pelo local, não fazia mais do que dois dias que morava ali.

E hoje se mudariam para a nova casa. Tudo estava bem empacotado e era pouco o que iriam levar.

— Já tomou seu café da manhã?

— Aham — acenou várias vezes — pai Harry fez café e eu comi com bolo de laranja.

— Esse foi meu café também — sorriu, se agachando ao lado do garoto — vem cá, quero saber de uma coisa.

O menino andou até ele, o olhando curioso:

— Por que faltou na escola hoje? — o olhou sério.

— Porque eu quero ajudar na mudança — suspirou — mas o pai Harry mandou mensagem para a tia Leila e ela vai mandar as atividades pelo celular.

Seria seu segundo dia de aula hoje e em uma escolha de fato muito boa e reconhecida, especialmente recomendada a eles.

— Ok — acenou — mas eu vou querer ver as atividades prontas, ein?

— Tudo bem, pai — acenou obediente.

Louis se colocou de pé novamente.

— O que você tava fazendo, pai? — o menino voltou a perguntar.

— Me exercitando — encolheu os ombros — pra ficar forte desse jeito, tem que ter muito esforço.

— Eu quero ficar forte igual você — pulou em ânimo — e super alto igual o pai Harry.

— Pra isso acontecer, você tem que comer direitinho, dormir no horário certo e começar a fazer exercícios quando acordar.

— Qual exercício? — o olhou curioso.

Louis pensou em algo, por um momento. Ele andou até a lateral da sala, onde havia um armário alto com alguns itens:

— Deita aqui — ele colocou o tapete no chão — deita de barriga pra baixo.

O menino acenou, obedecendo seu pedido prontamente e se colocando na posição que foi descrita.

— Agora se sustenta com os cotovelos e a ponta dos pés. Deixa o corpo reto.

Felipe era pequeno, portanto as pontas de seus pés se apoiaram sobre o "tapete" azul escuro tranquilamente.

— Fica nessa posição por sessenta segundos, se você conseguir.

COMPLEXO 18Onde histórias criam vida. Descubra agora