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No curto trajeto entre a subida do morro e a portaria, Louis sentiu todos os tipos de sensações negativas se passando por seu sistema.

Harry, Oli e Sara estavam dentro do veículo e um deles havia morrido.

É claro que pensava em relação a vida de Sara, assim como a vida de Oli, que era um de seus melhores amigos a vida toda.

Mas o amor de sua vida também estava lá e ele não conseguia parar de pensar em como não aguentaria ficar sem ele.

Harry era seu parceiro, amigo e a pessoa que tinha seu coração.

À medida em que se aproximava, conseguia ver as pessoas bloqueando seu campo de visão, fazendo uma roda ao redor do local onde houve a troca de tiros.

Observou seu carro completamente destruído, com vidros estraçalhados, amassados por toda parte e o motor liberava uma fumaça intensa.

Atrás, o carro que os seguiu estava no mesmo estado e aquilo indicava que a troca de tiros foi feita com armas pesadas.

Louis sentia o coração pulsar nos ouvidos e o corpo desnorteado, a vista escurecendo a cada passo. Não ouvia os chamados ou as vozes, o zumbido alto em seus ouvidos era mais presente.

Ele empurrou as pessoas no caminho, que deram o espaço prontamente. Dos três corpos no chão, só o de Harry se movia.

Harry estava coberto por cacos de vidro, manchas de sangue eram presentes em suas roupas e no rosto. O mesmo parecia tentar se colocar de pé, mas o corpo estava dolorido.

Louis sentiu um peso sair de seus ombros, mesmo que não devesse. Ele se agachou ao lado de Harry e observou como havia um corte raso no topo de sua testa e seus cachos estavam cheios de vidro.

Os outros homens ao lado de Louis checavam se Oli e Sara ainda estavam vivos, porque nenhum dos dois se movia.

— Tá doendo onde? — perguntou ao namorado.

— Na cabeça — resmungou, a respiração parecendo dolorida, porque ainda não havia assimilado todo o ocorrido.

— Fica calmo, eu vou mandar te levar pro hospital agora.

Louis olhou para o lado, os outros dois corpos sendo carregados.

— Chamou a ambulância? — Louis perguntou.

— Já, chefe, mas tem que levar eles pra baixo — lhe disse — avisaram que não sobem aqui.

— Puta que pariu — resmungou — me ajuda a levar ele.

Yuri ajudou Louis a levar Harry onde a ambulância estava, ambos usando o pouco tempo que tinham.

Louis colocou Harry na primeira que surgiu em sua frente, haviam dois paramédicos junto de Harry e o espaço era muito reduzido para Louis ir junto.

— Vamo pegar um Uber e ir atrás — Yuri falou.

— Traz minha moto agora — Louis mandou, sem ter força de vontade para tirar o olhar sobre o veículo que corria para longe.

— Ninguém atende nesse caralho de hospital? — Louis bateu as mãos na bancada, o local estava cheio e dos mais diversos casos.

COMPLEXO 18Onde histórias criam vida. Descubra agora