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Louis dirigia o seu carro apressadamente, observando a estrada que não lhe parecia tão movimentada em plena madrugada.

Estavam próximos do apartamento, Louis levou um pouco mais tempo, por ter parado no Drive Thru do Bob 's para comprar um lanche.

Harry olhava através da janela do carro, parecendo distraído e distante, enquanto comia sutilmente algumas batatinhas de seu pedido.

Louis parecia inquieto, ainda não se conformava com o ocorrido. Gostaria de ter tido um pouco de tempo para lidar com o homem. Teria feito um estrago imensamente maior.

Pensativo, Harry tirou o olhar antes fixo na paisagem e o colocou sobre seu namorado, quem dirigia bastante concentrado, ainda que a atividade não requeresse tanto atenção naquele momento.

— Amor, suas batatinhas acabaram — disse ao namorado.

— Mesmo? — Louis sorriu vagamente, o olhando de canto — relaxa, amor, não to com fome.

— Posso deixar metade das minhas batatas pra você — sugeriu.

— Você tá com mais fome que eu — Louis insistiu — lá no apartamento tem alguns pacotes de miojo, consigo me virar, não precisa se preocupar comigo.

— Preciso sim — Harry suspirou — odeio quando você diz que não preciso me preocupar com você.

— Tudo bem — acenou — mas não vamos discutir, não precisamos de outra briga, amor.

Harry se acomodou no banco novamente, observando como os condomínios altos tomavam conta de toda a paisagem.

— Tá tudo bem, amor? — Louis perguntou.

— Já falei que tô legal — ele suspirou, sem lhe olhar — não tô com medo ou triste, só com raiva, por ter que passar por uma situação daquelas.

— Eu resolvi aquilo, mas ele ter se fodido não apaga nada do que aconteceu.

— Eu sei, mas tudo foi resolvido e eu não quero pensar sobre. Algo assim não tem que ocupar minha mente — lhe olhou vagamente.

Louis aceitou mudar de assunto, porque sabia que tal história não traria conforto para Harry e ele estava o respeitando.

— O que achou do Lucas?

— Gostei dele — Harry contou — ele parece legal e foi muito receptivo, não acho que foi uma experiência traumática como imaginei.

Louis não evitou rir.

— Obrigado por me ajudar, amor — disse — você me ajudou muito mermo. Faz dias que tava pensando em como chegar neles, tentar um acordo.

— Por que mesmo queria o acordo com eles?

— Quanto mais gente do meu lado, melhor — disse — só que o Salgueiro tem uma proteção natural boa e as áreas no alto são o melhor ponto de vigia. Fora que o tráfico corre solto lá, muito faturamento.

— Acha que agora tem uma oportunidade melhor de sair por cima nessa briga toda?

— É — Louis encolheu os ombros — alguma hora eles vão perceber que não tem como passar com cima do CV, mesmo nessa junção de facções deles.

Harry acenou, esperando que realmente houvesse um pouco de paz.

A madrugada adentro parecia passar lentamente com todo o ocorrido. Harry estava sentado na borda de sua piscina particular, aquela na varanda do apartamento de Louis.

A noite estava bonita, ele encarava a paisagem muito além, enrolado em seu roupão e aproveitando o vinho que Louis abriu para eles.

Já haviam matado a fome, o que era bom considerando que não haviam jantado e ainda mais com a quantidade de álcool ingerida. Mesmo assim, Harry achou que não faria mal mais um copo de vinho.

COMPLEXO 18Onde histórias criam vida. Descubra agora