09

28.8K 2.6K 7.3K
                                    

Acontece que Louis não esperava que sua noite fosse mudar drasticamente de uma hora para outra.

Harry ficou confuso quando ele disse que sairia por um momento e lhe mandou ficar à vontade na casa, pelo tempo que ele ficaria fora.

Mas é óbvio que assim que Louis saiu pela porta, não houve um minuto sequer em que Harry não se pensou nele ou se preocupou.

Helena já havia ido dormir, o que deixou Harry a sós no quarto de Louis, com um prato enorme de lasanha em mãos e algum filme que havia colocado na Netflix.

Não era exatamente o que esperava de sua primeira noite "juntos".

Enquanto isso, Louis havia subido em sua moto e descido direto para a portaria.

Sua mente pesava naquele momento, estava exausto e sem sequer um pouco de paciência. Descia o morro com velocidade, era um caminho extenso até a portaria.

No fundo ele torcia para que Harry não ficasse irritado com ele por conta do imprevisto, se ele pudesse não teria saído, mas para lhe chamarem deveria ter sido algo sério.

Parou sua moto próximo a portaria próximo de meia noite e meia. Ele desceu, ajeitando a regata qualquer, que colocou para não descer o morro sem camisa, e retirando a arma em sua cintura.

Ele deu uma boa olhada no corpo do garoto no chão, parecia ser um pouco mais novo que Louis, deitado em uma poça de sangue.

Reconhecia o rosto, o garoto se chamava Henrique e era novo na facção. Havia algumas pessoas vigiando a portaria, como Calvin e Marcelo, e tinham como refém um homem ajoelhado.

— Que porra foi essa aqui?

— É o seguinte, chefe — Marcelo disse — hoje mais cedo esse menor aqui que morreu trouxe um amigo pro morro. A gente liberou e eles subiram lá.

Louis tinha sua primeira dúvida, por que deixaram o outro garoto passar, sem checar primeiro sua permissão?

— Daí esse outro menor chegou aqui querendo botar moral e chamou pelo Henrique — Calvin disse — eu chamei no rádio e mandei ele descer pra falar com o moleque, mas quando o menor pisou aqui, levou dois tiro no peito.

Louis olhou para o garoto ajoelhado, quem teria dado dois tiros em Henrique. Ele passou a mão pela nuca e respirou fundo.

— Matou ele por que? — perguntou ao moleque.

— Meu irmão não tinha que ter amizade com moleque se outra facção não — o menino resmungou, mesmo com medo — falei pra ele não andar com gente desse morro e ele entrou aí com o Henrique. Pensei que ele tivesse feito alguma coisa com meu irmão.

— Tu é de qual facção?

— TCP — o olhou incerto — lá do complexo de Israel, Cidade Alta.

— Quem foi o filho da puta que deixou o moleque de facção rival entra no morro? — Louis os olhou.

Não foi possível ouvir uma resposta, já que todos os presentes se calaram prontamente.

— E cadê a porra do moleque? — perguntou agora em um tom de voz agressivo, ao que ninguém lhe respondeu — ainda tá no meu morro?

— A gente tava esperando tu descer pra decidir o que a gente fazia, chefe — Marcelo disse.

Louis tinham uma lista de pontos pelo qual penalizar seus "ajudantes", mas ao mesmo tempo tinha suas prioridades.

— Escuta — ele disse — manda vira esse morro e caçar esse moleque aqui dentro.

— Vivo? — Calvin perguntou.

COMPLEXO 18Onde histórias criam vida. Descubra agora