Parte 19

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Acordo com uma maldita dor de cabeça e um enjoo terrível. Kim me acordou assim que chegamos a noite e eu vim como um zumbie deitar em sua cama e ela deitou-se em um colchão ao meu lado. O despertador de Kim começa a apitar e vejo que já são nove da manhã, pedi pra ela colocar esse horário pois hoje é sabádo e meus pais vão voltar pra casa, prometi levá-los o mais cedo possível.
Vou até o banheiro e jogo uma água gelada no rosto. Pego minhas chaves em cima da sua escrivaninha e saio sem fazer barulho, fui até a cozinha e encontrei sua mãe sentada tomando café.
- Oi Emma, não sabia que estava aí.
- Oi Tia, acabei dormindo aqui quando cheguei ontem a noite. - Disse me sentando á sua frente e pegando uma torrada. Eu a chamava de tia pois desde pequena lhe chamava assim, então acabei me acostumando. Quinze minutos depois de café e muita conversa dirigi até minha casa. No caminho me lembro que eu estava com uma jaqueta, e me lembro também que esqueci ela na casa de Vinny. Droga! Tenho que ver o Vinny novamente.

***
- Vamos gente? - Grito sentada no sofá, ja faz quase dez minutos que cheguei e minha mãe ainda não se arrumou.
Alguns minutos depois já estávamos os quatro em meu carro indo até a casa de meus pais, Karin e eu decidimos tirar o sábado só pra nós duas, por isso ela estava indo junto dessa vez.
Deixei meus pais em casa, ajudei a guardar as coisas e saimos antes do almoço.
- Vamos almoçar no Tradição? - Perguntou Karin assim que voltamos pra estrada. O Tradição é um restaurante que fica próximo a divisa de estados.
- Claro, a comida de lá é incrível. - Falo antes de colocar uma música na rádio.
Cerca de meia hora depois estaciono em frente ao estabelecimento. Ele era grande e espaçoso, havia uma pequena "varanda" onde ficava algumas mesas, do lado de dentro havia mais mesas e cadeiras de madeira escura, as paredes eram pintadas de branco e haviam alguns desenhos e fotos de comidas. Uma mesa de self-service se acomodava ao lado do caixa.
- Dois por favor.
- Fica vinte e quatro. - Lhe entrego o dineheiro e pego os pratos juntamente com os talheres. Me sirvo com arroz, feijão, um pedaço de lasanha, um pedaço de torta salgada um pouco de strogonoff​ e salada verde, Karin pega o mesmo e se junta comigo em uma mesa aos fundos. Apesar de Karin e eu não sermos gêmeas, temos nossos gostos bem parecidos.
- O que anda acontecendo na sua vida em? Faz tempo que a gente não se fala.
- Faz mesmo. - Responde Karin tomando um grande gole de suco em seguida. - No trabalho está a mesma coisa, só a chata da minha chefe que resolveu pegar no meu pé. E na escola está na mesma também, ainda bem que esse é meu último ano. - Nós duas levantamos as mãos pro céu e começamos a rir. Karin repetiu algumas vezes e está fazendo finalmente o último ano do ensino médio. - Me fala de você agora, namorando ou o que?
- Eu to enrolada, não sei se é namoro ou só um rolo sabe? É estranho. - Falo envergonhada e triste ao mesmo tempo, Austin não deu as caras e eu nem sei se ele ligou pois meu celular ficou na casa do Vinny, após falar isso me lembro da festa e me lembro do beijo que Jary me deu. Caramba, eu traí o Austin ou isso não conta? que confuso.
- Uau não sabia disso, e como ele é? Bonito, feio, alto, magro?
- Depois te mostro algumas fotos dele. - Falo sorrindo, Austin e eu tirávamos algumas fotos enquanto estávamos juntos pra eu revelar e entregar algumas pra Augusta.
- Me mostra agora. - Diz Karin animada.
- Esqueci meu celular lá na casa do Vinny ontem a noite, vai comigo pegar mais tarde?
- Vou claro, mas porque ficou la?
- Teve uma festa la ontem e eu e a Kim fomos. - Disse dando de ombros e contando tudo o que aconteceu na festa.
- Quero conhecer esse tal de Jary e os outros também!
- Ok, eles são bem legais, você vai ver.
Ao terminarmos o almoço, pegamos estrada novamente á caminho da casa do Vinny.

***
Agora a entrada de sua casa estava limpa e sem qualquer pista da festa que acontecera na noite anterior.
Toco a campainha e espero ser atendida mas ninguém aparece. Toco mais duas vezes e nada. Karin fica nervosa e começa a dar a volta na casa.
- Tem uma porta aberta lá nos fundos, vamos entrar por lá.
- A gente não vai entrar assim, vamos voltar mais tarde.
- Não Emma, vamos entrar lá! É a casa do Vinny, ele te venera, nem vai se importar se você entrar sem avisar, vem logo. - Karin me puxa em direção a porta dos fundos, hesito um pouco mas entro sem fazer barulho. A porta dos fundos era direto na cozinha, tinhamos que chegar até a sala e voltar sem fazer nenhum barulho.
- Onde está? - Karin sussurra enquanto anda como se estivesse em um filme de ação e ninguém poderia te ver.
- Deve estar na sala, fica depois do Hall. - Sussurro de volta e imito seu modo de andar. Passamos pelo Hall e chegamos até a sala, o lugar estava escuro, apenas o fogo da lareira lhe iluminava. Escutamos passos se aproximando e nos escondemos atrás do sofá.
- Você tem certeza de que isso irá dar certo? - A voz de Vinny ecoa pelo local, escutamos mais passos lhe seguindo e nos encolhemos mais, Karin abriu a boca pra falar, fiz sinal de silêncio e balancei a cabeça em negativa.
- Claro, Francis nunca irá descobrir nosso plano, nem ele, nem os outros. - Uma voz conhecida fala em resposta, olho pelo vão do sofá e vejo que a voz vem de Pedro, o ruivo que estava com Kim na noite anterior. Volto a minha posição e coloco as mãos na boca horrorizada. Francis? Vinny? Pedro? Juntos?.
Karin coloca a mão no meu ombro me olhando confusa, mas eu não conseguia parar de pensar que Vinny e Pedro conhecem Francis.
- Fale para os outros, mantenha-os informados e avisarei quando deveremos agir. Vamos, eu te levo até a saída. - Vinny dá as ordens e leva Pedro até a saída, esperamos ali por mais alguns minutos mas ele não voltou. Então pego minha jaqueta que foi colocada no braço do sofá, corro e puxo Karin comigo até a saída, por sorte ninguém nos viu e eu pudemos ir embora.
- O que foi aquilo? Porque você ficou tão abalada? - Perguntou Karin quando já estávamos no caminho pra casa.
- Os dois estão tramando alguma coisa. - Falo mais pra mim mesma do que pra Karin, ligo o rádio e a deixo falando sozinha.
Até em casa Karin ficou me enchendo de perguntas e eu respondi como pude, pra não deixar nada escapar. Coloquei meu celular pra carregar e haviam cinco ligações perdidas e várias mensagens.
* Desculpa por ontem, não me dou muito bem com o Vinny. - 05:10 (Jary)
* Preciso falar com você, me entra no Julio's ás 19:00 - 13:45 (Kim)
* Sua jaqueta ficou em casa, vem buscá-la, estarei te esperando. - 07:00 (Vinny).
* ''Me encontra'' mandei errado hehe -13:46 (Kim).
As ligações variavam entre Kim, Jary e um número desconhecido, nada de Austin. Liguei de volta para Kim pra saber sobre o que ela gostaria de falar comigo.
- Oi, queria falar comigo? - Pergunto enquanto arrumo meu quarto.
- Queria sim, é sobre o Pedro. Mas pode ser no Julio's? Acho que é melhor.
- Pode sim claro, também acho lá melhor. - Lá eu tenho uma anja da guarda que pode me proteger.
- Até lá então, tchau.
- Tchau. - Desligo e me jogo na cama, o enjoo passara mas a dor de cabeça não. Tudo estava girando novamente em minha mente, o que fazia a dor aumentar ainda mais. Coloquei meu celular pra despertar uma hora antes do horário pra eu me encontrar com Kim e adormeci.

Entre Anjos e Lobos - OrigensOnde histórias criam vida. Descubra agora