Parte 27

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Eu precisava falar com Austin, eu queria ve-lo novamente, não só em pensamentos ou fotos. Me levantei bruscamente e peguei meu celular juntamente com as chaves do carro. Karin estava dormindo, então fiz um bilhete:

Karin,
Fui na casa do Austin falar com ele, talvez eu durma na casa da Kim depois então não me espere! Te amo.

Coloquei na porta da geladeira e sai as pressas, já eram quase seis e meia da tarde, precisava correr pra, com sorte, pegá-lo em casa. Entrei um pouco hesitante no carro, Eu realmente queria falar com ele?. Pensei já dirigindo pra lá.
Cerca de meia hora depois chego em sua casa, por sorte as luzes estavam acesas. Saltei do banco do motorista trancando a porta em seguida e fui com o estômago lotado de borboletas até a porta. Bati algumas vezes até que a porta se abriu.
- Emma? - Seu rosto se iluminou, quase que no mesmo momento ficou rígido.
- Preciso falar com você e tem que ser agora. - Me irritei e entrei sem que ele pedisse, escutei a porta se fechar. Fui até o quarto nos fundos e me sentei na cama, não sei porque mas me sentia segura lá.
- Eu preciso que conte o que aconteceu nesses meses... - Começei, Austin pegou uma cadeira e se sentou na minha frente. Acariciou meu rosto com sua mão, o que fez meu coração dar um pulo de alegria.
- Eu estava tentando contato com Miguel a meses, - começou.- aquele dia em que Nico foi falar comigo, Miguel havia se manifestado e eu não podia deixar passar, por isso fui sem dizer nada. Miguel também quer ver Francis morto, assim como nós. Ele marcou de me encontrar na cidade vizinha, tive que ir com cautela pois Francis estava me vigiando. Fiquei por lá mas não pude me comunicar ou sair de lá, ele já desconfiava e como eu estava sozinho, ele poderia me matar... - Seus olhos ficaram vidrados e o rosto sem expressão, impossível decifrar o que estava sentindo.
- Senti tanto a sua falta, não imagina o que eu passei sem você aqui comigo. - Não queria mas acabei cedendo a tentação, meu coração não aguentava mais esperar tanto tempo.
- Eu também senti sua falta, não imagina o quanto, mas foi preciso Emma, por nós. - Falou, agora pude ver sua expressão, era de tranquilidade, estava sereno. Meu coração clamava por Austin, mas minha mente me perguntava se aquela era realmente a verdade. Abaixei os olhos, de repente minhas mão se tornaram mais interessantes. Tudo o que sentia por Austin caiu em mim como a água gelada de uma cachoeira, tudo o que senti quando nos vimos pela primeira vez e tudo o que ele havia me contado veio a tona. Mas também não pude deixar de pensar em Jary. Tudo com ele era mais fácil, nossas conversas, brincadeiras, nossa intimidade. Jary não me escondia nada, além de que eu achava que ele estava començando a gostar de mim. Uma música melancólica começou a tocar atrás de mim, levantei a cabeça e percebi que Austin havia saido de seu lugar. Me virei para trás e o vi sentado em uma poltrona do outro lado do quarto, de frente pra mim. Me endireitei de modo que pudesse vê-lo tocar seu violino. A música era tão triste e ao mesmo tempo tão bonita que me permiti fechar os olhos e deixar que as notas me envolvessem.
Sem perceber, havia me deitado de costas na cama, ainda de olhos fechados aproveitando a música. O som parou, esperei para saber qual música ele tocaria novamente, até que o senti se deitar ao meu lado na cama, abri os olhos e fitei o teto, ele provavelmente fazia o mesmo. Me apoiei pelo cotovelo e olhei fundo nos seus olhos, eram os mesmos olhos verdes que eu vira na festa de Kim, a quase três meses atrás. Ele também me olhou, senti meu rosto corar e um sorriso brotou em seus lábios, não pude deixar de sorrir. Era isso, minha mágoa havia passado. Me abaixei e selei nossos lábios em um beijo calmo, que logo se transformou em voraz. Nossas respirações se aceleraram, me deitei de volta na cama e Austin se pôs acima de mim, sorri de forma maliciosa ao notar desejo em seus olhos. Quase que de imediato o puxei para um beijo, dessa vez com mais urgência, precisava de uma dose de Austin. Com movimentos carinhosos mas demasiado rápido tirei sua camisa. Senti sua respiração se acelar quando começei a passar as unhas de leve em seus ombros. Ele se abaixou até minha orelha e a beijou de leve, o que foi suficiente para todo meu corpo se arrepiar. Desceu para meu pescoço com beijos suaves e provacativos, não consegui segurar e deixei escapar um gemido. Quando voltou aos meus lábios, uma de suas mãos, ligeiramente desabotoava os botões de minha camisa, o ajudei com certa urgência. Assim que tirei a blusa ele me olhou, contemplando meu corpo semi -nu, senti meu rosto corar mas logo desviei meu rosto para beijar seu pescoço. O simples toque de meus lábios em sua pele fez com que ele suspirasse. Lentamente, enquando beijava seu pescoço, desci minhas mãos pela lateral de seu corpo em direção ao botão de sua calça. Nessa hora ouvi seu celular tocar ao fundo, mas nenhum de nós se interessou em atendê-lo. Parei de beijá-lo e olhei em seus olhos, mordi a parte inferior de meu lábio e começei a abaixar sua calça mas um barulho me fez despertar.
- Austin, pode vir aqui por favor? - Uma voz falou, Austin pareceu não ter percebido antes porque se virou rápidamente olhando a porta. Um homem estava parado, esboçando um sorriso de lado. Austin me deu um selinho e se levantou, ainda ofegante abotuou a calça, foi até o homem e o puxou para fora do quarto, sorri constrangida com a cena e então saí a procura de minha blusa.
Segundos depois Austin entra no quarto e pega sua blusa no chão.
- Um amigo meu sumiu e me chamaram pra ajudar a achá-lo.
- Eu vou com você. - Disse sem pensar duas vezes. Ele apenas concordou com a cabeça e segurou minha mão me puxando para fora. O homem já estava do lado de fora, sentado em uma moto vermelha próxima ao meu carro. Senti meu rosto corar assim que vi seus olhos percorrer meu rosto.
- Olá, sou Johnny. - Falou segurando o capacete em uma mão e estendeu a outra pra mim. Me aproximei e a apertei.
- Sou Emma. - Sorri envergonhada.
- Eu dirigo - Gritou Austin, peguei a chave do meu bolso e joguei pra ele. Abri a porta do passageiro e me acomodei. Austin entrou em seguida, ligando o carro e seguindo a moto de Johnny na estrada.
Mais ou menos uma hora e vinte minutos depois, Johnny fez sinal para entrar em uma estrada de terra, sua entrada estava tão escondida que se fosse eu dirigindo, provavelmente teria me perdido. Cerca de vinte minutos nessa estrada, paramos em uma casa no meio do nada.

Entre Anjos e Lobos - OrigensOnde histórias criam vida. Descubra agora