Parte 30

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Pheter encontrou Mandy em sua casa e a trouxe de volta, saindo em seguida com os outros homens para tentar achar Zanny, Mandy ficou por um tempo sozinha na sala e em seguida foi para o quarto de Pheter. Albina e eu ficamos sentadas no chão da sala jogando UNO enquanto Clara e Silena conversavam na cozinha.
- UNO! - gritei e joguei minha última carta no rosto da Albina, finalmente havia ganhado depois de quase vinte partidas.
- Assim não tem graça, esse jogo me dá tédio. Vem, vamos fazer alguma coisa lá no meu quarto. - disse se levantando. Assim que me levantei olhei para as duas mulheres que estavam na cozinha e elas me olhavam com os olhos arregalados. Dei de ombros e a segui até o fim do corredor, ela puxou a cordinha do alçapão e uma escada caiu. Albina subiu as escadas e eu fui em seguida, assim que fiquei de pé pude ver melhor seu quarto. O teto era em forma triângular por causa do telhado da casa, sua cama era de casal e estava acomodada no canto esquerdo, no canto direito haviam alguns pufs de cor bege e uma espreguiçadeira de bambu. Alguns posters pisicodelicos estavam preso ás paredes, atrás de mim havia uma parte totalmente diferente, uma escrivaninha estava acomodada com alguns livros e um abajur antigo. Um toca discos estava no chão, ao lado da mesinha e uma caixa com vários discos estava disposto ao lado. Na parede vários posters de bandas de rock estavam presos e uma música baixa porém barulhenta saía do toca discos. As paredes eram de um amarelo velho e o chão era de tacos de madeira.
- É bem... diferente. - disse adimirando tudo. - muito bonito. - completei. Albina sorriu orgulhosa e se jogou na cama, se sentia mais avontade aqui. Uma pequena janela se encontrava aos pés da cama, me aproximei e pude ver quase toda a mata.
- Uau, isso deve fivar incrível com o nascer do sol. - admirei.
- Confesso que com o por do sol fica ainda melhor. - se levantou e começou a mexer em um baú de madeira ao lado da cama. - O que quer jogar? Tenho de jogos de tabuleiro até jogos de cartas. - Sorri com sua pergunta, não sabia que existia um lado legal de uma Albina com o pavil tão curto.

- Acho que já passou da minha hora, Albina, foi muito bom jogar com você, obrigada por me trazer aqui em cima. - disse me levantando após ajudá-la a guardar o banco imobiliário. Havia algumas horas que estavamos ali jogando e eu tinha que voltar pra casa.
- Confesso que ninguém além de mim subiu aqui, então sinta-se especial. - sorriu e se levantou, indo até a portinha abri-lá pra mim. Fiquei pensando no que ela me disse, que eu era a única a quem ela deixou subir lá, isso é bem legal. 
- Te vejo mais tarde então? - Disse entrando em meu carro.
- Não conte com a sorte. - Albina disse voltando pra casa. Tive que segurar o riso e fingir que estava brava. Liguei meu velho carro, fazendo o motor soar tão alto que me assustou, e segui estrada. No caminho de casa fiquei pensando nas coisas que me aconteceram, desde o momento em que vi Austin pela primeira vez. Todos os que conheci, tudo o que sei sobre mim até agora, fiquei feliz por ter amigos por perto nesse momento tão confuso da minha vida. Me lembrei da carta de minha mãe, sobre Austir ter caído por mim e sobre os novos amigos. Os novos amigos... é isso! Meus novos amigos serão minha salvação. Podemos juntar os Nefilins, os anjos e os lobos contra Francis. Ah Emma você é tão esperta!

   Nesse momento pisei fundo no acelerador, precisa chegar o quanto antes em casa.  Pouco mais de uma hora eu finalmente cheguei em casa, abri a porta com tudo e corri para o quarto de Karin. Todas as minhas idéias rodeavam minha cabeça, eu precisa contar para Austin mas será que ele já havia pensado nisso? É claro que já! Desacelerei o ritmo. Bati fraco na porta de Karin.
- Oi, eu cheguei ok? - disse seguindo pro meu quarto. Sentei na cama e fitei a caixa em cima da minha penteadeira. Por que isso tudo está acontecendo? De repente uma onda de culpa tomou conta de mim, eu sou a culpada de tudo isso. Francis está atrás de mim e Austin desistiu de sua vida de anjo pra ficar comigo. Deitei e fiquei me lembrando das ameaças de Francis, das doces palavras de Austin, da carta de minha mãe... Tudo isso era real, mas eu queria fazer parte desta realidade? O que aconteceria se eu me entregasse a Francis? E se nós ganhassemos a guerra, o que aconteceria depois? É difícil admitir mas parece que o destino do mundo depende de qual lado eu vou ficar. E isso está me desgastando. 

   Fiquei mais alguns minutos deitada tentando processar tudo até que meu celular toca e o rosto sorridente de Austin aparece na tela, sorri só de pensar no dia em que tiramos esta foto. 
- Alô?
- Emma, nós o encontramos! Estamos levando ele pra casa agora.
- Ah que incrível, já chego ai então.
- Não esta na casa de Pheter? - Perguntou e pude ouvi-lo engolir em seco.
- Não, voltei pra casa pra tomar um banho mas não se preocupe. Logo chego ai! Até daqui a pouco.
- Até! - Desliguei e corri pro banheiro, tomei um banho rápido e peguei meu carro. Lá vou eu outra vez! 

  Depois de mais uma hora, chego já na hora do jantar, Mandy coloca os pratos na mesa enquanto Silena e Clara colocam as vasilias com comida. A mesa fica cheia logo e as pessoas sentam para comer. Cumprimento todos e sou apresentada ao pai de Pheter e também ao seu avô. Me sento ao lado de Austin e Albina, comemos todos entre conversas e risadas. Finalmente estavam sorrindo, é difícil descrever tamanha felicidade estampada nos olhos de todos, pelo jeito esse Zanny é amado por todo mundo. 
   Após terminarmos, Albina me arrasta até a sala e ficamos conversando até que outros de sua família se junta a nós e se juntam a nossa conversa. Mandy se aproxima e se despede com um sorriso fraco, algo de muito estranho esta acontecendo mas é uma briga interna consigo mesma, uma briga que só ela presencia. Austin se sentou no braço do sofá ao meu lado e me abraçou enquanto ria junto com os outros. Achei graça de todos assim, alguns sentados no chão, outros sentados nos sofás e todos rindo, nem parece uma família de lobos. 
- No que tanto pensa? - Austin cochichou em meu ouvido.
- Nada de mais, só que é estranho estar na sala de uma casa repleta de lobos. - Disse dando de ombros, Austin jogou a cabeça pra trás de tanto rir, não consegui me segurar e ri também. É bom te ter de volta meu anjo.

Entre Anjos e Lobos - OrigensOnde histórias criam vida. Descubra agora