Eu sempre, sempre sei quando vou me arrepender, espero que isso tenha ficado claro.
Paro em frente à porta de casa e Jungwoo esbarra em minhas costas.
— Dá para fazer silêncio? — Sussurrei alto.
— Desculpe, ainda não me acostumei com elas... — Ele provavelmente se refere às suas pernas.
Coloco a digital no aparelho de segurança, destravando a porta. Nós dois somos banhados pela escuridão e o silêncio da casa. Doyoung já estava dormindo, o que me fez tirar os sapatos e pisar com cuidado na madeira lisa e gelada. Jungwoo me acompanha, na verdade, ele fica feliz de finalmente poder tirar os crocs.
Vou para a bancada da cozinha, vendo Jungwoo tomar liberdade para sentar no sofá. Noto o quanto ele parecia cansado de andar.
— Você vai dormir aí — digo a ele. — Amanhã vamos decidir o que fazer e...
Minha fala morre, dando lugar a um suspiro cansado de toda essa loucura. Abro a geladeira.
— Preciso de uma cerveja.
Jungwoo levanta e vem para a bancada me cercar.
— O que é cerveja?
— Em Meri não tem cerveja?
Ele continua a me olhar em um silêncio que me diz a resposta.
— Que triste.
Recolhi duas garrafas e fechei a porta com o joelho.
— Aqui, experimente.
Jungwoo observou atentamente a maneira como eu abri a garrafa para fazer igual a mim. Ele a aproximou do nariz para sentir o cheiro antes de beber um gole do líquido amargo. Sua expressão seguiu agradável.
— Nada mau. — sorriu e virou a garrafa, dando agora goles grandes e sedentos.
— Ei, que sede é essa? Vai com calma...
— Gosto de cerveja.
Dou uma risada contida, atraindo sua atenção. Abro a geladeira de novo e vejo um pote redondo com as sobras do tteokbokki que Doyoung preparou. Eu o dividiria com Jungwoo.
Aproveito o momento descontraído para saber:
— Quantos anos você tem?
— Vinte e cinco.
Levanto uma sobrancelha ao duvidar e é o bastante para que Jungwoo me conte a verdade:
— Tenho vinte e um.
— É mais novo do que eu.
— Também sou mais forte, aparentemente.
Levo os olhos para a bancada e fico tímido de novo. Ele estava certo.
— Você pode matar?
— Tudo pode matar.
— Mas... Você... Não vai me matar, vai? Eu te dei cerveja.
Jungwoo me mostra um sorriso. Pego dois garfos no faqueiro e dou um a ele.
— E você? Vai me matar?
— Ah, eu quis quando você invadiu meu barco e também quando me chutou... lá embaixo.
Agora ele dá uma risada solta.
— Você mereceu.
— Doeu pra cacete.
A sala inteira é acesa, tirando-nos do escuro. A figura de Doyoung aparece de pijama no corredor, completamente sonolento e perdido.
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O Segredo do Oceano • JaeWoo
FanfictionAspirante a oceanógrafo, Jaehyun enfrenta as dificuldades da faculdade que escolheu contra a vontade dos pais. E como se não bastasse, se vê obrigado a esquecer a tranquilidade que era sua vida quando conhece Jungwoo, um rapaz misterioso que aparece...