Onze

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— Jaehyunnnnnnn, está muito calor! — Jungwoo reclama pela centésima vez. — Faça alguma coisa.

— O que eu posso fazer? Apagar o sol?

— Você pode?

— Nem vou te responder.

"Bem-vindos à tarde de domingo mais quente dos últimos 12 anos. As temperaturas vão atingir as máximas durante o dia, então não esqueça do protetor solar e beber bastante água..." — O jornalista anuncia na televisão.

E a sua deixa esclarece: está quente.

Tão quente que até eu me sinto desconfortável mesmo dentro de casa. O ar-condicionado fez o favor de quebrar justo hoje e o técnico responsável não trabalha aos domingos, nos deixando derretendo como sorvetes durante a tarde ensolarada.

— Aqui, me abane — ele me oferece um leque quando me sento no sofá.

Ponho o meu copo cheio de água com gelo na mesa ao lado e seguro o leque. Faço movimentos calmos soprando sobre o pescoço dele, que está sendo exposto para mim.

Vejo a pele fina e algumas veias aparentes, meu olhar passeia por sua clavícula afiada e nua que me faz entender como um vampiro sedento se sente. Minha gengiva coça. É difícil me controlar quando ele continua fazendo coisas desse tipo. Vou parando o que fazia e fecho o leque. Tive uma ideia melhor.

Peço para ele esperar e vou até a geladeira em busca de sorvetes. Não sabia qual escolher, já que todos os sabores são doces. Preferi os frutados.

Quando voltei para o sofá, encontrei Jungwoo largado no mesmo lugar. Uma leve camada de suor cobria seu peitoral. Lhe ofereci os picolés que escolhi para que ele pegasse o que quisesse e coloquei o resto no congelador.

Sentei ao seu lado para ver televisão por um momento, e eu juro que tentei mais que tudo prestar atenção no programa, mas estava começando a me deixar distraído por ele. Principalmente pela maneira como tomava aquele sorvete.

Tento olhar de canto e coço a ponta do nariz, retornando o olhar para a televisão. Corro os dedos pelo meu cabelo, buscando me concentrar em assistir, mas não consigo ao ver a língua agora vermelha lambendo lentamente a extensão do picolé, pressionando os lábios na ponta e sugando o suco que derretia. Me sinto tenso, meus ombros ficam duros, meu coração desacelera e tenho um resfriamento na virilha.

Me arrependo da minha ideia. Seria melhor continuar abanando o seu pescoço, meus pensamentos intrusivos não estariam me levando onde não quero chegar.

O sorvete vai derretendo e escaldando por suas mãos, ele percebe e começa a passar a língua pela gota que escorre, então finalmente arranca um pedaço com os dentes da frente.

A mordida me causa impacto e dói muito como se tivesse sido em mim. Não posso mais não associar isso a aquilo e droga, isso é errado pra caralho!

Há muitos homens que não curtem esse tipo de coisa.

Eu, particularmente, adoro.

Tento afastar meus pensamentos sujos, mas não consigo. Os mantenho quietos enquanto, contra a minha vontade, eles migram e imaginam a boca dele em mim, um fio de saliva esticado, a língua escorregando e me arrancando prazer. Mordo os dentes de trás e meu maxilar se move. Guardo uma almofada em meu colo ao perceber que já é tarde demais.

Sou um doente, era só um picolé e o fiz imundo.

Jungwoo termina o seu sorvete e se deita no meu colo como quem não quer nada. O pior de tudo? Ele descansa ali. Fico vermelho de vergonha, sei que minhas orelhas estão ardendo em chamas e isso que nem deixei ele desconfiar o que estava acontecendo com meu corpo.

O Segredo do Oceano •  JaeWooOnde histórias criam vida. Descubra agora