Din-don.
Soou o som da campainha.
Um novo cliente.
"Bom dia, como posso ajudar?" Elain já havia perdido a conta de quantas vezes já havia feito aquela pergunta.
Ela tinha 18 anos agora, seis anos desde que passaram a morar no chalé na floresta, neste vilarejo sujo. Assim que fez 15 anos procurou um emprego, e desde então, trabalhava nesta pequena e medíocre padaria. O salário era horrível, mas aquele era o único lugar que estava disposto a contratá-la.
Nestha, agora com 20 anos, estava no auge revolta com o pai, pelo que estavam passando. E Feyre, agora com 16, estava caçando. Ela havia tentado impedir a Irmã, mas Feyre colocava algo na cabeça, não havia quem a fizesse a mudar de ideia.
Em casa, Elain limpava e era a responsável pela cozinha, ela havia tentado ensinar Nestha e Feyre a cozinhar, mas elas eram ambas desastres ambulantes cozinhando. Se Elain lavava a roupa, Nestha as estendia. Também era dever de Nestha manter a casa aquecida, corta a lenha e acender a lareira.
Feyre já fazia o suficiente saindo de manhã cedo para caçar e só voltando muitas vezes apenas perto do anoitecer. A única coisa que Elain podia fazer contra a teimosia de Feyre sobre a caça, era fazê-la prometer que ia se cuidar e que voltaria para cada inteira.
Elain trabalhava para conseguir algum dinheiro para casa, mesmo que pouco. Saia cedo de casa e só voltava na hora do almoço.
O pai estava tentando voltar ao negócio, mas sem dinheiro para fazê-lo era difícil.
Tic-tac!
O som do relógio ditando o fim de seu expediente despertou Elain de seus pensamentos. Era hora de voltar pra casa.
A cabana depois de anos já começava a mostrar sinais de desgaste, mas ainda estava em situação favorável. Elain não sabia por quanto tempo, mas esperava que durasse.
Eles estavam no inverno agora, em meados de dezembro, e o dia seguinte seria o aniversário de Feyre. Ela queria comprar algo, mas ainda não sabia o que. Feyre havia mostrado interesse em arte desde os quinze, estão ela já tinha uma ideia, mas não tinha certeza do que comprar.
Ao entrar na loja de artigos de arte, Elain olhou ao redor. Prateleiras com muitos tipos de papel, pincéis e tintas. E todo tipo de material para arte. Elain andou ao redor, procurando algo que parecesse aceitável. Algo Feyre gostaria.
Foi quando passou perto das tintas que lembrou de algo importante. As gavetas da cômoda que dividia com as irmãs ainda estavam em branco, não haviam sido pintadas.
Elain ja sabia o que comprar.
O caminho de volta para casa não era difícil, embora um pouco longo. Avistar o casebre foi aliviador, Elain não aguentava mais andar.
"Estou em casa!" Gritou assim que passou pela porta.
"Chegou tarde" disse Nestha do velho sofá, onde estava sentada com um livro em mãos.
"Nem mesmo um bem-vinda?" Perguntou cética. Nestha a olhou sarcasticamente.
"Bem-vinda!" Desejou em um tom doce e meigo, que não combinava com ela. Elain revirou os olhos.
"Feyre chegou?" Perguntou. Seus passos a levando para a cozinha.
"Ainda não" respondeu. "Mas você não me respondeu, chegou tarde, algo aconteceu?" Perguntou, seus olhos demonstrando preocupação apenas por um breve momento, antes de suas feições se tornarem neutras novamente.
"Parerei por momento para comprar um presente para Feyre" respondeu. "Mas não conte a ela, é uma surpresa" ditou, Nestha concordou. "Você preparou algo?" Perguntou.
O rosto de Nestha de contorceu em receio.
"Bom.." hesitou "Você não pode me julgar por não tentar" disse.
Um lenço bordado foi erguido para a visão de Elain. O bordado não era dos melhores, havia alguns pontos errados, e outros tortos, mas dava para ver que Nestha havia se esforçado, ela até mesmo havia tido o cuidado de utilizar as cores favoritas de Feyre. Preto, roxo e azul.
Elain pegou o lenço bordado nas mãos para analisá-lo melhor. Estava bonito. Feyre iria gostar.
"Feyre vai gostar, não se preocupe" disse, sorrindo docemente para a irmã mais velha. Nestha suspirou aliviada.
"Trouxe algumas guloseimas da padaria, e também comprei alguns ingredientes para um bolo" disse.
Almoço. Jantar. E cama.
Essa foi a sequência de seus naquele dia.
Era sábado de manhã. O aniversário de feyre.
Elain acordou cedo para preparar a mesa. Feyre havia chegado tarde da caçada no dia anterior, então não acordaria antes do meio-dia.
Ela e Nestha havia tomado café da manhã sozinhas. O pai estava em viagem e não retornaria em menos de duas semanas.
Almoço pronto, bolo feito e presente preparado. Só faltava uma coisa. A tarefa mais difícil.
Acordar Feyre.
A pequena mão de Elain segurou o ombro da adormecida Feyre. A sacudindo, uma, duas, três vezes.
"Feyre" chamou a primeira vez, calma e gentil. "Feyre" chamou outra vez. "FEYRE!" Gritou. Feyre levantou em um pulo.
"Ooi!...acordei!..acordei!" Exclamou. Elain riu.
Feyre estava descabelada e claramente confusa.
"Hora do almoço, Feyre, querida" disse.
"A-almoço?!" Exclamou, seu olhar se dirigindo para a janela, onde o sol em seu auge podia ser visto. "Já é tão tarde?!" Perguntou incrédula.
Elain riu. Sua irmã era fofa quando estava toda confusa.
"Sim, vamos descer? Não quero que a comida esfrie" disse.
Almoço posto a mesa, cada uma em seus lugares.
Foi um almoço tranquilo, com uma comida delicioso que elas não aproveitavam a algum tempo.
Um olhar trocado com Nestha e ela arrumou a postura. Elain se levantou. E com o bolo em mãos retou para a mesa.
"Parabéns pra você
Nesta data querida
Muitas felicidades
Muitos anos de vida!" Elain cantou."Oh, Elain!" Exclamou Feyre. Seus olhos se enchendo de lágrimas.
"Faça um desejo, pequena Feyre" disse Elain
Feyre fechou os olhos, um pequeno momento de pausa, um sopro. Um desejo.
Elain esperava que Feyre estivesse desejando a felicidade, por que era isso que ela desejava para sua irmã mais nova.
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Rebirth Court
أدب الهواةElain amava o universo de acotar, a história era incrível, e gostava mais ainda do fato de haver uma personagem de mesmo nome que ela. Um dia, em sua caminhada de volta para casa, Elain sofre um acidente. Ela achava que morreria, mas qual não é sua...