Capítulo 23

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O dia havia chegado.

O dia do encontro com as rainhas.

Elain sentia a ansiedade lhe subir pela espinha, como uma energia fria que enrijecia o corpo. Tensão.

Ela estava tensão. Mas dada a incerteza de todos eles sobre como seria o encontro com as rainhas, ela não era a única assim.

Ela se preparou como pode, pensou em cada passo, e embora não soubesse se conseguiria seguir com cada um deles, tinha um plano traçado para aquele encontro.

Ela sabia que as rainhas eram mulheres cruéis, sem escrúpulos, cheias de ambição e ganância. Agindo por seus próprios interesses, negociando por seus próprios bens e grandezas. Loucas por uma beleza que não tinham, e ainda mais pela imortalidade e poder que seu sangue humano não podia prover.

Elain sabia também, que embora a falta de escrupulosidade imperasse nas rainhas que eram desprovidas de beleza, ela ainda tinha alguma chance de recorrer na misericórdia e empatia das belas rainhas - Vassa e a rainha dourada. Vassa não estaria presente com eles naquela reunião, ela sabia, mas Elain ainda podia recorrer a rainha dourada.

Ainda havia uma rainha a quem a culpa e a honra de seu dever por seu povo como governante podia toca o coração, e tentar evitar desastres.

Era por isso que Elain se encontrava agora com Azriel enquanto os outros não chegavam para a reunião com as rainhas. O mestre espião havia chegado antes de todos os outros. Nestha e Elain já haviam organizado a sala para a ocasião, e enquanto a mais velha estava no aguardo dos outros, Elain chamou por Azriel para uma conversa privada.

Ela tinha um pedido para fazer a ele. Um trabalho. Algo que apenas alguém rodeado de sombras como ele poderia fazer. Elain precisava das sombras para fazer uma entrega. O mestre espião seria seu carteiro hoje.

"Como é?" Azriel questionou meio incrédulo, não crendo no pedido dela.

"Quero que coloque isso no bolso da rainha dourada com suas sombras. Ninguém deve saber. Nem mesmo Rhysand" repetiu Elain, erguendo para o mestre espião uma carta de papel que fora dobrada tantas vezes que poderia ser guarda na mão sem problemas, ou até mesmo no bolso de um vestido sem que ouvisse denúncia de sua presença lá.

"Não pode estar falando sério"

"Estou. E você não pode contar a ninguém, nem a Rhysand"

"Escute Elain-"

"Não, Escute você" ela o interrompeu. "Sei que não confia totalmente em mim, mas terá que fazer isso hoje. Não posso dizer o por que, não hoje pelo menos. Talvez um dia eu diga, mas tem que fazer isso Azriel. O futuro de Prythian, de Velaris, depende disso"

Elain não desviou os olhos do encantador de sombras enquanto proferia cada uma de sua palavras. Um olhar firme, determinado, sem espaços para duvidas. E Azriel soube que ela não estava brincando. Não era um jogo, não um divertido pelo manos. Era um movimento no tabuleiro da partida que era aquela guerra, que os livraria de muito.

Azriel não sabia como ou por que aquela fêmea humana a sua a frente estava fazendo aquilo, mas dado o julgar de suas sombras sobre ela, ele decidiu confiar.

"Considere feito" ele agarrou a dobra de papel "vai ficar me devendo uma"

Elain sorriu sorrateira quando respondeu. "E eu seu exatamente como pagarei essa divida"

"Sabe?" Azriel levantou uma sobrancelha cético.

Em nenhum momento durante a conversa deles, sua máscara de frieza e indiferença, saiu de sua face, embora não fosse tão dura quanto deveria ser quando estava em trabalho.

"Eu não já lhe disse uma vez? Você combina com ruivas"

E com essa deixa Elain se virou e saiu para se juntar ao recém chegado em casa.

•••••○•••••

Havia uma fêmea feerica bonita, de corpo curvilíneo, olhos castanhos mel e cabelos ondulados loiros dourados, junto de Feyre e os outros dois machos feéricos - Rhysand e Cassian.

Morrigan. Elain sabia.

Ela cumprimentou os presentes na sala com um acenar de cabeça. Seu olhar na loira vestida de vermelho, era questionador. Fingindo tentar saber quem era, embora ela já soubesse a resposta.

Feyre entendendo seu olhar - ou pelo menos o que ele fingia parecer - se adiantou na apresentação.

"Meninas está é Morrigan, prima de Rhys e a terceira no comendo da Corte Noturna. Mor, estas são minhas irmãs. Nestha a mais velha, e Elain a do meio"

"É prazer conhecê-la" disse Nestha, respondendo a saudação de Morrigan as havia dado. Elain se limitou a sorrir educadamente.

Elain tinha sentimentos conflitantes sobre a loira a frente dela - a essa altura, ela se questionou se todos os loiros naquele universo eram todos tao detestáveis quanto os que ela já havia conhecido até aquele momento.

Ela admirava a força da feérica, a forma como lutou e que achou necessário sacrificar para fugir do pesadelo que era a Corte em que nascera, mas ao mesmo tempo tinha desdém e ressentimento por ela, pela sugestão que fizera de lança Nestha naquele lugar horrendo, quando ela mesma fugiu de lá, quando Nestha estava em um momento tão difícil. Elain sabia que sua irmã mais velha não era fácil de lidar, mas a Corte dos pesadelos não era algo que se desejava para alguém. Nem mesmo para os inimigos. Apenas para aqueles que realmente mereciam, e sua irmã não era um deles.

Ao ver da hora todos se posicionaram, em seus lugares. E quando o relógio soou as onze horas, em badaladas contínuas quando o ponteiro virou, elas apareceram.

Como mágica, e derrepente, como nenhum deles - além de Elain - poderia ter previsto, elas apareceram em meio a sala.

As rainhas haviam chegado.

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