Seu plano de ganhar três espiões dentro da cidade escava dera certo, e agora Elain tinha olhos e ouvidos na Corte dos Pesadelos. Dentro das Terras de Keir, ele que Zé cuidasse, pois Elain apunhalaria uma adaga em suas costas na primeira oportunidade.
Mas Keir era o último dos problemas de Elain naquele momento. Com a desculpa de que precisava de tecido, ela conseguirá fazer com Feyre e Nestha fossem a cidade por ela para comprar-lhes alguns tecidos, enquanto ela ia a biblioteca.
Ela estava sozinha, tão sozinha quanto se pode estar em biblioteca tão grande e cheia de sacerdotisas. Mas Elain fora sozinha, sem ninguém da casa para acompanha-la, era sua primeira vez naquele lugar.
Era belo. O sonho do todo leitor.
Livros enchiam as prateleiras aos montes do chão até o teto, com muito andares acima, e ainda mais andares na escuridão abaixo. No centro havia aquela vasta imensidão negra em forma de buraco que levava aos andares abaixo e mais profundos daquela biblioteca, onde o fim se encontrava a caverna que servia de casa para aquele nascido nas profundezas da escuridão daquela Corte.
Era um lugar silencioso. Muito silencioso. Silencioso demais.
Até que não era.
Aquela ondulação e tremor no ar, como se um pedaço do mundo tivesse se movido, arrancado algum cordão desconhecido.
As do teto começaram a falhar e morrer uma por uma. Cada vez mais perto dela.
E Elain sabia quem estava vindo. Ela estava ali por isso. Para aquilo. Para eles. Para pegá-lo. Capturá-los.
Então ela fez aquilo que ela sabia que precisava fazer enquanto ainda podia. Enquanto o veneno feerico não havia tomado conta dela.
Ela gritou pelo laço. Gritou por Lucien.
LUCIEN.
Era grito de medo que refletia seu estado de espírito. Elain havia armado aquilo, ela sabia que eles viriam, mas isso não impedia que o medo tomasse conta dela naquele momento. Era um grito de urgência. Seu grito era um grito de socorro.
E Elain apenas podia rezar a Mãe que ele fosse atendido. Que seu parceiro a escutasse e viesse em seu socorro.
Então Elain correu, por que sua vida dependia disso.
Passando por pilhas de livros, cruzando corredores, Elain correu enquanto a escuridão se aproximava com o perigo atrás dela.
Elain correu o mais rápido que pôde, o mais rápido que suas pernas podiam ir.
Virou a direita, tentando chegar a aquele poço de escuridão.
A medida que a escuridão atrás dela parou, dois Grão-feericos saíram dela.
Ambos machos. Um de cabelos escuros, outro de cabelos cabelos claros. Ambos com casacos cinza bordados com fios de osso branco.
Elain sabia de onde era o brasão no ombro direito. Conhecia os olhos mortos.
Hybern. Eles estavam aqui, os Reis Corvos.
Elain não se moverá rápido o suficiente quando um deles soprou nela. Poeira azul, faebane, tomou conta dela, e aquela energia quente em seu interior que passou a residir dentro dela desde que fora transformada pelo Caldeirão se esfriou, e Elain não podia mais senti-la, como se não estivesse ali. Nem o laço que a ligava a seu parceiro. Veneno feerico nublado a magia que existia dentro dela e apagando – mesmo que momentaneamente – o laço que a ligava a aquele que começava a ser seu mundo, a parte mais importante dele.
Atrás deles uma sacerdotisa caiu desmaiada no chão frio.
"Tão fácil entrar em sua mentes, uma vez que nosso mestre nos deixou passar pelas alas" disse o macho que cabelos escuros. "Para fazê-los pensar que eramos estudiosos. Nós tínhamos planejado vir para você... mas parece que você nos encontrou primeiro"
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Rebirth Court
أدب الهواةElain amava o universo de acotar, a história era incrível, e gostava mais ainda do fato de haver uma personagem de mesmo nome que ela. Um dia, em sua caminhada de volta para casa, Elain sofre um acidente. Ela achava que morreria, mas qual não é sua...