XXXVII- Coisas idiotas por Amor

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Takemichi e Chifuyu andavam pelas estradas frias e pouco movimentadas de Shibuya. Eles tinham acabado de deixar Naoto no apartamento, e agora andavam meio sem rumo pela calçada, ambos perdidos em seus próprios pensamentos para falar alguma coisa.

O Hanagaki havia contado tudo que achou necessário que eles soubessem, a única coisa que excluiu foi a parte do relacionamento entre Chifuyu e seu irmão, e também o fato de Baji ser realmente um espião da Toman, fez assim como pedido pela versão futura do amigo. Fuyu garantiu que era melhor a versão mais nova acreditar que Baji era um inimigo, embora Takemichi não tenha falado isso em nenhum momento da sua explicação.

"— Take, eu preciso que me faça um favor. – Matsuno chama a sua atenção.

Takemichi levantou as orbes azuis que liam o relatório do dia que tudo começou a desandar, mais conhecido por "Halloween de sangue".

— Claro, o que é?

— Preciso que faça a minha versão mais jovem acreditar que Keysuke é um inimigo. – falou tudo com uma seriedade fria, até mesmo o modo que se dirigia a Baji tinha mudado com o passar do tempo.

— Não acho que será tão fácil... – Resmungou pra si mesmo — Mas porque que isso? Digo, você mesmo disse que no final ele realmente era um espião.

— Eu fui uma das principais causas da morte dele, sabe, Keysuke foi de verdade o meu primeiro amigo — Desviou o olhar para o namorado que se concentrava em alguma conversa com Naoto — também foi meu primeiro amor... – Voltou o olhar ao amigo — Eu tinha uma dependência emocional muito grande nele, Take. Quando ele morreu eu me senti sem chão, abandonei a escola por quase um ano, me recusava a comer e acabei adquirindo anemia. Um mundo sem Keysuke parecia tão errado, mas eu sabia sobre o futuro, sabia que de algum jeito eu pudia mudar isso, por isso não desisti. As últimas palavras dele foram para eu cuidar de mim e não ficar com raiva de Kazutora. Mas foi quase impossível, toda a vez que eu o olhava, um ódio surgia, raiva e mais raiva. Ele me tirou o cara que eu amei, porque deveria perdoa-lo?

Takemichi aproveitou a breve pausa de Chifuyu e perguntou:

— Como vocês chegaram a isso? – Infagou se referindo ao relacionamento deles.

O rosado da uma leve risada, uma irônica, ela continha dor.

— Eu não tenho ideia. – Admitiu soprado — Eu mesmo mal, ia todos os dias naquele merda de presidio, odiava aquele lugar. Eu visitei Kazutora todas as vezes, acompanhei sua recuperação, no começo não falávamos nada durante os vinte minutos de visita, com o tempo fui me acostumando com sua presença, depois trocávamos mais palavras além do comprimento e do adeus. Percebi que ele tava tão quebrado quanto eu, e quis ajudar, não por ser o último pedido do garoto que eu amava, mas por ter me apagado, nós dois juntos conseguimos superar a sombra que nos rodeava, e quando me peguei, estava apaixonado, mas dessa vez não era de maneira fantasiosa, eu via os erros dele, o corrigia, brigávamos um pouco como qualquer casal e estava tudo bem. Não me sentia preso... por isso quero que você tente me fazer cair na real.

Takemichi suspirou.

— Confesso que não gosto de Baji, nem mesmo agora que sei que ele é um traidor da Valhalla e fez tudo pelo bem da gang. Você saiu machucado e isso é a única coisa que eu consigo pensar, mas eu já disse isso pra você do passado, não adiantou nada, você não aceita.

Chifuyu suspira, cansado.

— Entendo, mas tente de novo, continue tentando pois se não o futuro não irá mudar, sabe isso? – Levanta a blusa social que vestia, revelando um corte reto já cicatrizado no meio da barriga.

Outra Rota - Mitake/Takemikey ( não revisada)Onde histórias criam vida. Descubra agora