XXXXXIII- Dor

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Takemichi se sentia totalmente perdido, e ele odiava isso. Odiava não saber o que estava acontecendo ao seu redor. Desde a fase adulta, ele começou a sentir a necessidade das informações, ele aprendeu que ser ignorante pode te levar muitas vezes à morte, ou quem sabe, a morte de alguém perto de você.

E agora o moreno não podia odiar mais a situação que se encontrava, sentado em uma mesa de interrogatório, mãos algemadas e o maldito chiado do ventilador, parede com algumas rachaduras e o ambiente levemente úmido, todas essas coisas juntas o lembravam que ele estava alheio ao redor, alheio ao perigo e ao azar.

Pra variar. – Pensou se amaldiçoando mais mil vezes (ele estava fazendo muito isso).

O alto som da porta se abrindo se fez presente e Takemichi parou de se auto amaldiçoar, para então mover o par de íris azuis para Naoto, o jovem detetive mantinha uma feição séria e neutra, a postura reta e padronizada.

Naoto andou a passos lentos até a mesa no centro da sala e colocou um notebook virado para o outro, abriu o aparelho, na tela era possível ver um vídeo pausado, antes de qualquer coisa, Takemichi fitou o detetive, uma sobrancelha arqueada, pedindo alguma explicação.

— Assista isso, por favor. – Falou Naoto.

E então deu play, sem esperar uma resposta. Takemichi focou no vídeo rodando a sua frente. Já de olho na tela, a imagem de Chifuyu foi reconhecida de imediato.

Takemichi reprimiu os sentimentos de raiva e melancolia que vinha enquanto via o amigo na tela do notebook. Aquela não era hora nem lugar para o luto, ele era Takemichi Hanazaki, a morte – infelizmente – era algo que ele estava se acostumando.

~ No Vídeo ~

— Porra! exclamou Takemichi Hanagaki, raivoso.

O homem de 26 anos tinha os cabelos pretos totalmente escovados para trás, uma feição irritada, enquanto lia um papel que tinha acabado de retirar de sua mesa.

— Vai se fuder. Kisaki, aquele merda!

Amassou o papel e jogou em algum ponto do escritório, fora da vista da câmera.

— Ele tá falando sério? – Perguntou olhando para Chifuyu — A gente cuida da merda da segurança e deixamos a polícia na linha! Não cuidamos de traidorzinhos patéticos ou pessoas que viram mais do que deveriam, quem faz isso é o Muto.

— Take – Chifuyu o chamou — Se acalme, você sabe que ele manda a gente fazer as-

— Chifuyu, nós. não. temos. esse. função. – Disse pausadamente enquanto gesticulava com as mãos, em seguida passou as mão pelo rosto e suspirou cansado — Acho que Hanma não deve estar comendo ele direito, por isso aquele puto tá me irritando.

— Takemichi, eu acho que Kisaki é hétero. – A voz abafada de alguém fora do campo de visão da câmera, falou.

Takemichi revirou os olhos.

— Não me diga, Yamagishi. Sério? – disse ele, com um sorriso cínico sem mostrar os dentes e a voz pingando sarcasmo — De qualquer forma, a culpa não é só dele, Mikey também tá foda-se, assim como ele tá foda-se para tudo que acontece a gang, ele e Kisaki fazem um bom par de fudidos.

Takemichi reconheceu o tom de amargor na voz de sua outra versão, era bem óbvio que aquele "eu" mantinha um certo rancor de Mikey, talvez tenha a ver com o motivo deles não terem terminado juntos... Não que fosse tão importante, claro. - Pensou e voltou a focar sua atenção no vídeo.

— O que pretende fazer? – Chifuyu perguntou.

— O de sempre, chamem Atsushi. – Mandou.

Outra Rota - Mitake/Takemikey ( não revisada)Onde histórias criam vida. Descubra agora