XIV - Casa de Banho

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— Porra, Hanagaki! – A mulher xinga enquanto olhava o meu estado.

— Não sei se isso é muito profissional, Doutora.

— Profissional um caralho. – Aproxima o rosto da ferida. — Eu te libero pelo fim de semana e você me volta com um corte lateral na cintura, um furo na mão, hematomas no corpo e pra finalizar as juntas das mãos fudidas... – Ela para de falar e encara minhas mãos por alguns segundos antes de subir os olhos para mim. — Estava socando uma parede garoto?

Poderia ser impressão minha, mas ela estava mais preocupada que o necessário. Na verdade eu tinha notado que ela costumava me tratar mais íntimo do que os outros médicos, talvez fosse a forma dela de trabalho, no entanto, algo me fazia suspeitar do contrário.

— Você nem está me ouvindo. Que droga. Quem foi que deu os pontos?

— Eu.

Ela bate as mãos na testa e murmura algo inaudível.

— Okay, não tá tão ruim. Você limpou o corte antes?

— Sim.

— Está trocando as ataduras pelo menos duas vezes ao dia?

— Sim.

— Me fala os remédios que você está tomando para dor. – Ela começa a escrever algo em sua prancheta. — Você tem tomado remédios pra dor, né? – Ela aperta os olhos.

— Claro.

Começo a dizer os remédios que andava tomando e ela os lista um a um saindo logo depois, sua preocupação me fazia compará-la com uma mãe. Não que minha mãe fosse me tratar do mesmo jeito um dia, e com certeza para mulher eu era apenas mais paciente sem noção que lhe dava muito trabalho.

— Voltei. – Ela diz chegando no quarto com algumas embalagens de medicação. — substitua por esses. Por causa da sua situação mental que não conseguimos identificar alguns remédios podem fazer o efeito contrário e até mesmo piorar o problema.

Apenas concordo com a cabeça.

— Falando nele, eu tive algumas atualizações dos exames que peguei semana passada...

— Alguma evolução?

— Não... – Seu tom de voz de repente fica sério. A doutora larga os medicamentos na mesa e se aproxima com uns papeis vindo até mim, sua feição me deixa tenso. – Hanagaki-kun, ouça bem o que vou dizer...

XXX

Enquanto caminhava entre as ruas em direção ao hospital onde Draken havia sido internado, consigo ouvir vários cochichos de garotos, uns eram membros da Toman que me cumprimentavam respeitosamente outros eram só civis que sabiam um pouco dos acontecimentos do festival.

Não vou mentir, meu ego aumentava com tantos elogios direcionados para minha pessoa. Hoje mesmo os moleques do primeiro ano se curvaram toda vez que passavam por mim, isso era realmente bom.

Cumprimento a recepcionista e sigo o caminho já conhecido até o quarto do loiro. Ao chegar não bato na porta antes de entrar.

— Sua mãe não te ensinou a bater na porta? – Draken questiona ao me ver.

— Não. O que tá fazendo?

— Arrumando minhas coisas, o médico disse que eu teria alta hoje à tarde.

Franzo minhas sobrancelhas por sua fala.

— Depois de três dias? Isso é mesmo seguro?

— Não acho que o cara que fez pontos em si mesmo só para não ir ao médico possa dizer algo sobre segurança.

Outra Rota - Mitake/Takemikey ( não revisada)Onde histórias criam vida. Descubra agora