XXXX - A Morte É A Única Coisa Que Nós Nunca iremos Superar - Parte 2

308 43 11
                                    

18 de Outubro 2005

17:58 da Tarde, Cemitério

— Aqui está ele. – Mikey falou parando na frente de uma lapide.

"SHINICHIRO SANO

NETO E IRMÃO

1980 – 2003"

Takemichi já esperava por isso, mas mesmo assim se sentiu arrepiar. Odiava cemitérios.

— Desculpe o atraso, Nii-san. Trouxe suas flores preferidas então não fique chateado. – Colocou os lírios brancos em cima da lapide, avistando uma pequena flor solitária.

Se inclinou para analisa-la melhor, não sabia o nome da flor alaranjada, mas mesmo assim sorriu. Era bonita.

— Vejo que recebeu mais uma visita hoje, isso é bom. – Virou a cabeça para trás, visualizando Micchy, ele assistia com um olhar perdido. — Hey, Micchy. Venha. – Gesticulou para que o outro se aproximasse.

Hanagaki respirou fundo e se colocou do seu lado, sorriu fraco ao chegar em frente a lapide.

— Olá, Shinichiro-san. – Cumprimentou curvando de leve a cabeça em sinal de respeito.

— Esse é o Takemicchy, o garoto que eu te falei antes. Ele é um cara muito estranho, mas você me disse que as melhores pessoas são, então tudo bem. – Comentou ainda mantendo o sorriso. — Oh. Emma mandou lembranças, ela está doente e não pode vir. Vovô também não está muito bem, acho que é a idade, mas o velhote se recusa a se aposentar, acredita? – Esperou uma resposta que não viria, riu um pouco — Kenchin tem cuidado bem de mim e apesar de tudo, todos nós estamos bem...

Sua vista começou a embaçar, sentiu a mão de Takemichi se entrelaçar na sua. Fechou os olhos e respirou fundo. O calor que emanava do falso loiro começara a aquecer ser corpo. Ele estava sendo abraçado. Seu coração batia tão forte enquanto sua garganta fechava, o corpo começava a tremer e ele lutava contra os pensamentos sombrios que surgiam do fundo da sua mente, se esforçou para segurar os soluços que queriam escapar a todo custo.

Por que isso sempre acontecia quando iria visitar seu irmão? Tinham se passado dois anos, a dor deveria ter diminuído, já deveria ter se acostumado, mas não era assim. Toda a vez que ia visitar o túmulo do mais velho, a vontade de ter o irmão de volta crescia, ele queria Shinichiro para dar alguma luz quando as coisas estavam difíceis de lidar, assim como estavam agora.

Mikey não sabia o que deveria fazer, não sabia agir como um verdadeiro líder, daqui duas semanas a guerra contra Vallhala aconteceria, e tinha altas chances de ter que lutar contra Baji, para ficar pior, ele soube que Kazutora estava a solto e também pertencia a Valhalla, não negava o ódio que sentia do Hanemiya, o garoto matou o seu irmão e mais que tudo no mundo Manjirou queria faze-lo pagar.

Mas Baji não iria gostar disso... seu irmão também não era do tipo que iria querer ser vingado.

Ele sabia disso, então porque a vontade de fazer Kazutora pagar com a própria vida não sumia? Por que aquela escuridão não ia embora? Por que aqueles pensamentos horríveis não paravam de vir? Ele era algum tipo de monstro sanguinário?

...

Mikey não queria ser um monstro, não queria ter que derramar tanto sangue, não queria magoar as pessoas que ele amava...

— Manjirou, você precisa respirar mais devagar. – A voz de Micchy ressoou.

Respirar?

Ele não estava respirando bem?

Outra Rota - Mitake/Takemikey ( não revisada)Onde histórias criam vida. Descubra agora