Péssimos Stalkers

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 Mitsuya estava tentando se manter focado em sua costura, mas parecia que aquele não era o dia dele. Por mais que tentasse, seus pensamentos sempre voltavam para Hakkai e os malditos Black Dragons.

Seu sangue fervia só de ouvir o nome Taiju Shiba. Aquele desgraçado.

Sua história com a família Shiba começou há bastante tempo. Conheceu Hakkai quando tinha onze anos e estava cuidando das irmãs num parquinho perto de casa.

Nessa época era tudo mais fácil. Seu único amigo era Draken, e apesar de conhecer Mikey e Baji, Takashi não conversava tanto com eles e os considerava mais fantasmas que vinham acompanhados com Ken.

Takashi nunca soube o que realmente o levou a se aproximar de um garoto – que nem mesmo conhecia – tão violento quanto Hakkai. Talvez fosse por causa dos rumores que circulavam sobre o Shiba mais novo. Quando o viu socando impiedosamente outra criança, não pensou muito e caminhou até o menino, segurando seu pulso e intervindo na ação repetitiva.

*

"— Tá passando do limite. – Disse Takashi quando o garoto o olhou surpreso, ele continuou: — Violência deveria ser usada para proteger.

O garoto não disse nada. Parecia estar em choque por alguém tentar lhe dar uma lição de moral. Quando a irmã mais nova de Takashi, Mana, começou a chorar em seu colo, ele já sabia o que ela queria.

— Está com fome, hein, Mana? – Perguntou, fazendo graça para ela não chorar mais. Em resposta, ela lhe deu alguns risos e palavras embaralhas. Riu da pequena e depois fitou o menino que ainda o encarava, ele parecia... tímido?

Oh, então ele é só um pirralho, o pensamento o fez abrir um sorriso pequeno.

— Ei, está na hora do almoço. Se você quiser, pode almoçar lá em casa. — Sugeriu a ele.

O pirralho fechou a cara e estreitou os olhos na defensiva.

— Não tá com medo de mim? – Perguntou, e Takashi tombou a cabeça para o lado.

— Por que eu teria?

— Eu posso bater em você. – Respondeu num tom óbvio.

— Puf. – Riu.

O pirralho corou ao vê-lo segurando um riso.

— Ei! Tô falando sério!

— Claro. Não disse o contrário. Enfim, você vai querer comer ou não?

— Não tô com fome e não quero comer com pessoas estranhas! – disse birrento, virando a cara.

Como se para contradizer, o estômago do pirralho roncou alto. Takashi não segurou o riso dessa vez, achou fofo quando o menino corou ainda mais.

— Não seja tão orgulhoso e aceite minha proposta. Afinal, o único que está em perigo aqui sou eu, né? Quero dizer, nunca se sabe quando você pode me bater.

Se o pirralho percebeu o tom debochado, não quis comentar, pois balançou a cabeça em confirmação, desistindo da teimosia e se rendendo à fome. Alguns minutos depois, eles estavam dentro da residência dos Mitsuya. Para surpresa de Takashi, o pirralho tinha se calado o caminho inteiro e agora só analisava silenciosamente a casa; o barulho que as suas irmãs faziam não parecia incomodá-lo também.

— Luna, para de perseguir a Mana! Se não, ela não vai conseguir dormir depois! – Gritou, sendo totalmente ignorado pelas meninas. Suspirou e olhou para seu convidado surpreendentemente quieto. — Desculpe a barulheira.

— Nah... Relaxa. Eu não me importo. – Disse e voltou a se calar.

Um curto momento depois, o almoço ficou pronto e Takashi mandou suas irmãs lavarem as mãos; e então, os quatro se sentaram à mesa para finalmente comer.

Outra Rota - Mitake/Takemikey ( não revisada)Onde histórias criam vida. Descubra agora