Naoto me explica tudo que aconteceu nesses últimos doze anos, depois de eu ter falado sobre o futuro para a sua versão mais nova ele se esforçou muito e se tornou um detetive numa tentativa para salvar a irmã, infelizmente aquilo não foi o suficiente, Hinata morreu novamente e do mesmo jeito. Mas pelo lado bom, ele não estava com e ela e não morreu, podendo assim me salvar dos trilhos de trem.
Vou ser sincero, apesar de estar levemente incomodado por não ter podido mudar o futuro de Hinata eu já estou um pouco mais feliz de estar vivo. Naoto passou mais duas horas falando da sua hipótese sobre minha suposta habilidade de viajem no tempo. Eu meio que não dei tanta atenção na longa explicação, já tinha conseguido pegar a ideia central da ideia dele.
— Então deixa eu ver se eu entendi – O interrompo cansado, minha cabeça latejava desde que acordei. — Você está me dizendo que eu posso voltar no mesmo dia só que a doze anos atrás, certo?
— Se você quer colocar nessas palavras simples, sim.
— Isso quer dizer...Deuses. – Fico estático por um momento, pensando nas várias possibilidades que essa habilidade podia me proporcionar, as chances de uma vida melhor, a chance de consertar meus erros...
Meus lábios se curvam num sorriso involuntário e eu saio da cama, começo a andar inquieto pelo quarto.
— Porra eu tô feliz pra caralho! – Exclamo para mim mesmo.
— E por quê? – Naoto pergunta e eu movo meu olhar a ele, o detetive tinha uma sobrancelha arqueada em questionamento.
— Simples meu caro detetive, isso quer dizer que eu vou poder resolver essa merda que eu chamo de vida, eu consegui uma chance de ouro! – Continuo a comemorar e planejar o que eu deveria fazer pra aproveitar essa segunda chance.
— Não queria interromper sua felicidade, mas acho que você não pode viajar sozinho. – Naoto para pôr um momento me encarando, ele deve ter percebido que eu não estava entendendo onde ele queria chegar, pois logo continuou: — Tenho quase certeza que você precisa de um gatilho pra isso, no caso eu.
— Ah... – Desanimo, voltando de volta para maca — Nem pros deuses serem mais gentis e me derem um poder independente. – reclamo baixo embaixo do lençol que me cobria antes de eu despertar.
— Bom, eu não vim pra falar sobre isso. – Ele fala e retira o lençol de mim, em resposta eu resmungo alto em descontentamento. — Eu quero que use essa habilidade para salvar minha irmã, vai me ajudar? – Pergunta assumindo um ar sério.
Desvio meu olhar da parede e coloco sobre a figura esguia do detetive a minha frente, cabelos pretos perfeitamente alinhados, os olhos gélidos e frios, que lhe davam um ar bem analista, as feições sérias e postura reta, lá no fundo de seus olhos, bem no fundo, dava para ver o pequeno e sutil raio de ansiedade e medo. Pode se dizer que esses fatores me fizeram pensar em sua fala e não a rejeitar logo de cara. Fecho os olhos e suspiro para focar melhor nos meus pensamentos.
Eu sei que a Hinata Tachibana não merece esse fim tão prematuro e até cruel, ela tem uma família, deve ter muitos amigos no trabalho ou até da época da escola, talvez um namorado, e como ela era uma boa pessoa, todos devem estar desolados por sua partida. No entanto, eu não a vejo a onze anos, anão ser que o episódio de algumas horas possa contar como "vê-la", também não sinto nada por ela, claro, eu me senti bem quando a vi no passado, a aura contagiante dela me deixou um tanto emotivo. E acima de tudo, eu não tenho responsabilidade nenhuma nisso, não temos nenhum tipo de relacionamento desde que eu fugi sem nem ao menos me despedir, fiz isso para cortar laços e evitar me machucar e machucar outras pessoas, então porque eu iria me arriscar a entrar em algo relacionado a ela, apenas para salvá-la? E eu não sei nada sobre os fatores de sua a morte, mas a breve citação do nome de uma gang (uma muito famosa por sinal) já me traz previsões ruins.
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Outra Rota - Mitake/Takemikey ( não revisada)
FanficE se a personalidade do Takemichi fosse menos "protagonista de Shounen", e se ele tivesse outras prioridades, além de salvar todos, fosse mais egoísta e decisivo. **** - Ah cê' tá de sacanagem? - Me olho com indignação no reflexo da janela, o topete...