XI - O Festival do Caos começa

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Ao chegar em frente da porta da família dos Tachibana eu aperto o interfone e Naoto me responde apressado, silenciando logo em seguida.

Não querendo ficar parado na frente da porta eu ando até a grade de segurança e olho para a paisagem em minha frente, o céu estava muito bonito com algumas nuvens o preenchendo, os carros e pessoas pareciam formigas andando de um lado para o outro, meu olhar estava perdido no horizonte, totalmente alheio ao meu redor, sentia saudade de alguma coisa...

— Hanagaki-kun? – Tomo um leve susto ao ver mãos balançando na frente dos meus olhos, me viro e vejo o membro mais novo dos Tachibana.

— Naoto. – coloco minha mão em sua cabeça e faço um cafuné que bagunça seus cabelos – Você não precisa ser tão formal, por que não me chama por um apelido? – Ele para de resmungar e me olha curioso.

— Apelido...?

— Sim, seu eu do futuro me chama de Micchy. – Ele arruma um pouco o cabelo e bota uma das mãos no queixo pensativo.

— Okay, Michi – Ele testa a pronuncia, como se fosse uma criança aprendendo as primeiras palavras, isso me deixa um pouco feliz. – Aonde vamos?

— Sei lá, tem algum lugar que você goste, não entendo sobre isso, só não esqueça que tem que ser um lugar mais privado já que vamos falar sobre aquilo. – ele balança a cabeça e começa a guiar.

O caminho pareceu longo, graças ao silencio que ambos tínhamos ficado. Naoto tinha uma cara seria e reflexiva para sua idade, o garoto devia estar tentando formular todas as perguntas que tinha. Já minha cabeça não estava tão diferente da dele, eu estava pensando como me comportar de forma adequada depois da minha última ida pro futuro, a cena de Naoto morto nos meus braços com um sorriso infantil no rosto ainda era bem vivida.

— Chegamos.

Saio dos meus pensamentos com a voz do mais novo, ele entra no estabelecimento comigo logo atrás, o lugar parecia uma lanchonete misturada com Lan House, enquanto eu olhava o interior do local Naoto se afasta, acho ele perto de um atendente o mesmo já se aproximava com uma chave em mãos, ele faz um sinal para segui-lo, depois de andarmos um pouco chegamos numa porta com o número 77 na porta, que ele abre sem cerimônias.

— Essa vai ser nossa sala por um tempo, vamos poder conversar tranquilo.

— Vou começar desde o início. – Me sento ainda recluso e tenso.

Respiro antes de começar a narrar toda a minha vivência, da queda nos trilhos ao incidente com Osanai, eu não poupei detalhes, fui muito específico em várias partes, e cada pergunta que o outro fazia eu respondia com precisão e sinceridade, a única coisa que eu ocultei foi sua morte na última linha do tempo, depois de ter terminado a longa explicação o nosso pedido chega e começamos a comer.

— Então... – Naoto começa a dizer depois de um tempo em silencio — você atualmente está na missão de salvar um cara gangster chamado Draken para que o líder da Tokyo Manji de doze anos atrás não fique biruta e assim esse tal de Kisaki mate minha irmã, estou certo? – como eu estava com a boca cheia eu apenas aceno – Beleza, e como está indo? Hoje é dia 3 o festival vai começar daqui umas horas.

— É o que eu disse, – Limpo minha boca no guardanapo – dei um jeito deles se reconciliarem, mas eu não me sinto seguro com isso...

— Por que não volta e checa? – Tremo com sua pergunta, a possibilidade de eu não ter resolvido o problema real e Naoto ainda estiver morto era um cenário nada agradável.

— Bem... Você estava bem machucado por causa do ataque surpresa, vai que você está desmaiado ou coisa assim, não poderia voltar hoje, entende?

— Verdade, nem pensei nisso, estou surpreso Michi-kun, você realmente não deixa nada passar. – Ele diz enquanto caminhamos pela trajetória anterior indo embora do local.

Outra Rota - Mitake/Takemikey ( não revisada)Onde histórias criam vida. Descubra agora