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Nós somos foguetes, apontando para as estrelas

Nós somos bilhões de belos corações

— Allegra, venha aqui — Santiago chama com uma venda em mãos e eu pulo para o outro lado da cama quando ele se aproxima

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— Allegra, venha aqui — Santiago chama com uma venda em mãos e eu pulo para o outro lado da cama quando ele se aproxima. — Allegra, estou ficando impaciente.

— Não quero ser vendada — afirmo com um sorrisinho e ele bufa aborrecido. — Por favor... Eu quero ver você. Pode fazer aquele troço com gelo...

— Que troço com o gelo? — pergunta confusa.

— O gelo na sua boca vai descendo, descendo... — começo a passar o dedo indicador por meus seios e observo seu olhar esfomeado o acompanhar. — Descendo...

— Allegra, venha aqui agora — há autoridade na sua voz agora. Muita autoridade e isso me faz arrepiar.

Santiago não é o santo que todos acham que são, não é o homem paciente que esbanja para todos verem, ele — na realidade — é mandão, autoritário, possessivo e...

— SANTIAGO! — exclamo e começo a correr por seu apartamento quando ele avança para cima de mim. Minhas gargalhadas ecoam por todo o espaço junto de seus passos precisos, até que eu acerto o joelho na quina de algum lugar e começo a cair.

— Meu Deus! — sou segura por um braço e depois pega no colo com uma rapidez surpreendente. — Você parece Logan quando vem aqui, sai quebrando tudo e criando roxos pelo o corpo.

— Está doendo — murmuro com a mão no joelho e ele me coloca sentada no sofá.

— Vou pegar uma bolsa térmica que está no freezer — afirma se afastando e eu estico minha perna para aliviar a dor do impacto.

Vai ficar roxo, disso eu tenho certeza, mas não vai doer mais como agora daqui uns dez minutos e isso é a minha garantia de poder voltar a perturbar o Santiago. É interessante a forma como ele se descabela por coisas simples, como eu correr pela casa vestindo apenas uma calcinha e uma blusa.

— Não corra mais assim, da próxima pode acabar se machucando — diz retornando e eu concordo. — Aliás, se machucando de maneira pior.

— Só vai ficar roxo, não é pra tanto — agora ele me fita com as sobrancelhas arqueadas e eu solto uma risada. — Você não vai ao consultório hoje?

— Não, dediquei meu dia para você — isso me faz soltar uma risadinha nervosa. — Remarquei alguns pacientes, disse que estava doente e eles aceitaram normalmente. É difícil eu remarcar e eles entendem que é por um bom motivo quando eu faço isso.

— Por que quer dedicar o dia pra mim? — pergunto e ele solta um sorriso, voltando a abaixar sua cabeça em direção ao meu joelho.

— Você me disse umas coisas ontem que me preocuparam, Allegra — começa e eu suspiro em frustração. — Eu não consigo não ser psicólogo quando algumas coisas semelhantes ao seu comportamento de ontem acontecem, por isso quero dedicar meu dia pra conversar com você, te fazer companhia e para a gente se conhecer cada vez mais. Você me pediu ontem que eu a deixasse e é isso que eu estou indo fazer, não quero deixa-la, quero te conhecer melhor e te ajudar com esse problema.

SUCIATA (Concluído)Onde histórias criam vida. Descubra agora