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Há um tempo em que eu lembro

De quando eu não conhecia nenhuma dor

— BOM DIAAAAA, DOUTOR NICOLAS!!! — exclamo na esperança de obter alguma reação do sujeito ruivo vestido com roupas sociais em minha cozinha, mas ele apenas continua tomando seu café como se eu não tivesse gritado em níveis absurdos

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— BOM DIAAAAA, DOUTOR NICOLAS!!! — exclamo na esperança de obter alguma reação do sujeito ruivo vestido com roupas sociais em minha cozinha, mas ele apenas continua tomando seu café como se eu não tivesse gritado em níveis absurdos. — Você dormiu bem? Eu acordei de noite pensando que, possivelmente, você estaria sentindo frio, então pedi Santiago pra te levar mais uma coberta. Ele levou mais uma coberta? Ele cobriu você? Olha, o Santiago as vezes não faz nada do que eu peço e...

— Bom dia, Desenfreada — me interrompe com um sorriso.

— E minha amiga? O que deu entre vocês? Santiago já saiu?

— Já sim senhora — confirma. — Ele fez café, mas falou pra eu não deixar você beber nem a pau.

— Eu deveria me ofender com isso? — questiono abrindo a geladeira.

— Não, eu me sentiria lisonjeado.

— Você está calmo hoje.

— Eu não acordo como você, Allegra.

— Mentira — digo decidida e Nicolas suspira fundo.

— Santiago te falou alguma coisa?

— Não, Nicolas. Mas, como uma boa conhecedora do meu cunhado e como uma boa conhecedora das manhãs no sítio do seu pai, eu sei que você não é assim quando acorda. Na verdade, você é o cara que acorda e sai acordando todo mundo na base do grito, então o fato de estar tomando café, paralisado, me analisando e com os olhos perdido, indica muita coisa — finalizo respirando fundo. — Agora eu falei muito rápido, você viu?

— Eu vi — confirma sentando nos banquinhos da ilha. — Você acha que eu sou um bom padrinho?

— É claro, Nicolas!!! — exclamo e ele coça um dos ouvidos em seguida. — Meu Deus do céu! Você faz de tudo por aquela garota. Você dá presentes, você é presente, você cria programas pra fazer com ela porque você sabe que ela tem problema com carência, você... Você é o príncipe na vida da, Bethânia. Sem contar que mata e morre por ela.

Ele se cala balançando a cabeça positivamente.

— Você deixaria eu ser padrinho do seu filho? — diz com um olhar pidão.

— É claro, porque eu sei que faria de tudo para cuidar dele — respondo e me arrependo no instante que Nicolas vira a tela de seu aparelho celular pra cima exibindo o modo gravador ativado. — Ah, Nicolas...

— AAOOOO DESENFREADA! BOM DIA!! — berra me fazendo tomar um susto e depois ganho um beijo na testa. — Santiago que lute, assim como meus irmãos, porque agora eu tenho PROVAS que serei padrinho do seu filho.

— Deus, Nicolas, vá trabalhar! — mando enquanto ele gargalha pegando suas coisas.

— Mais tarde vou te ligar pra falar do processo!!! — diz e fecha a porta da minha casa em seguida.

SUCIATA (Concluído)Onde histórias criam vida. Descubra agora