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Este amor é como fogo e gelo

Este amor é como a chuva e céus abertos

Este amor é como o sol nascente

Este amor me faz arriscar tudo

— Vamos embora — digo fitando seus lábios modelarem a colher com a torta e engulo em seco quando Allegra solta outro gemido

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— Vamos embora — digo fitando seus lábios modelarem a colher com a torta e engulo em seco quando Allegra solta outro gemido.

Eu não sei como começou, aliás eu sei — naquele fatídico episódio da coxinha —, mas eu sei que os gemidos de Allegra fazem algo se aquecer em meu interior e em todas as malditas vezes é quase como se um vulcão com lava fervente habitasse de mim.

— Allegra, eu estou dias sem você, portanto não sou obrigado a ouvi-la gemendo dentro de uma cozinha — sussurro e ela levanta os olhos curiosa. — Não adianta. Eu quero ir embora e nós iremos, geralmente todos se reúnem amanhã pra contar todas as merdas que alguém fez.

— Mas eu gosto da sua família, Santi... — ela sussurra pidona e eu reviro os olhos. — Por favorzinho...

— Allegra... — como que eu consigo ser tão flexível com ela assim?

— Só mais uma horinha? — faz um sinal com o polegar e o indicador de mais um pouco e eu bufo concordando, Jorginho passa ao meu lado rindo disfarçadamente após ter escutado o final do diálogo e eu controlo minha língua para não xingá-lo.

— Só mais uma horinha — sussurro e ela coloca o prato de bolo na ilha para me dá um selinho.

— Onde fica o banheiro? Desde a hora que chegamos eu ainda não fui e estou apertada — eu seguro sua mão e minha tia Donna manda leva-la no banheiro que fica no antigo quarto de Maitê.

— Está mais organizado — foi o que ela disse.

Deixo Allegra ir no banheiro dentro do quarto e encosto meu braço no batente da porta.

— O que está acontecendo? — Heitor surge. — Está com uma cara de cu enorme, chega está fedendo.

— Greve — murmuro e ele solta uma risada.

— É sério? Já? Eu estava brincando, mas parece que Allegra te pegou de jeito mesmo — diz e eu suspiro fundo ao encarar seus olhos verdes.

— Como é a vida de casado? — pergunto e agora Heitor me encara muito, como se tentasse me ler, porém eu apenas arqueio as sobrancelhas e ele beberica seu copo de cerveja.

— Tão boa que até fica ruim, você acredita? — responde me fazendo rir. É impossível não rir de Heitor, ele não é como Nicolas que faz de propósito, ele só faz e fica engraçado. — Com as crianças fica tudo melhor. Eu sei que minhas duas filhas não são agitadas como nós cinco éramos, mas Álvaro compensa tudo e eu gosto, sabe? Gosto da paternidade e de ser marido. Gosto de levar os gêmeos pra ensiná-los a surfar, gosto de levar os três na praia no final da tarde pra gente conversar sobre nosso dia até que Aurora chegue e estrague a festa, gosto de observá-los dormir de noite e gosto de ser recebido por três crianças quando passo por um dia estressante e criativo.

SUCIATA (Concluído)Onde histórias criam vida. Descubra agora