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Não me importo se pareço louca

Mas você nunca me decepciona, não, não

É por isso que quando o sol nasce, eu continuo aqui

Ainda deitada em sua cama, dizendo

Ainda deitada em sua cama, dizendo

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Puta que pariu.

É tudo que eu consigo pensar agora.

Tia Donatella acaba de ser pega por Thiago, enquanto tio Ethan saiu correndo atrás de Maitê. Então eu tenho, uma paciente prestes a surtar em algum lugar do prédio, o meu afilhado atrás de mim assistindo tudo com tranquilidade, minha tia desmaiada, Thiago gritando para que eu faça alguma coisa e tio Ethan atrás da filha que – coincidentemente – é a paciente prestes a surtar.

Por sorte, um anjo divino envia Íris diretamente do céu – pela primeira vez – para a minha sala e é ela quem toma uma atitude quanto a tia Donna. Por isso, eu saio correndo e nem desço pelo elevador, desço pelas escadas.

Ok. Cinco lances de escadas não é pra qualquer um e se Maitê desceu por aqui eu tenho certeza que saúde física dela está em dia, porque a minha não está não.

Chego ao saguão completamente sem fôlego e encontro um cena um pouco chocante.

Há um cara abraçando Maitê fortemente enquanto o tórax dela sobe e desce descompassado, porém o mais estranho é tio Ethan paralisado, ofegante, um pouco distante dos dois.

— Tio? — me aproximo e coloco a mão no seu ombro.

— Ele está abraçando a minha menina — ele diz e eu concordo.

— Deve ser alguém que ela conhece — respondo calmamente, tentando lhe passar alguma confiança.

Sim. Maitê, definitivamente, conhece esse homem. Porque alguém com o transtorno dela não confiam em alguém com tanta facilidade ou demonstra alguma fraqueza, por isso ela tem o rosto escondido no tórax do sujeito, para que ninguém mais veja.

— Boa tarde, posso perguntar quem é você? — eu me coloco entre meu tio e os dois.

— Eu sou o Simon — ele responde com educação e depois seus olhos se encaminham para o tatuado atrás de mim. — Maitê está pedindo desculpas para o senhor, disse que ainda não está pronta.

— Diga para ela que nós estaremos aqui quando ela se sentir a vontade — ele responde e eu sou capaz de sentir a angústia na sua voz.

— Ela respondeu que está te ouvindo — o tal Simon responde e eu quase posso ver um vestígio de sorriso em seu rosto. — Ela disse para o senhor não me matar.

— Eu vou tentar.

— Tio! — repreendo e agora consigo respirar. — Cara, tem escada pra caralho, minhas pernas estão dormentes.

SUCIATA (Concluído)Onde histórias criam vida. Descubra agora