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E você está de pé no limite, encare

Porque você nasceu para isso

Um coração pulsante de rocha

Você precisa ser muito frio

Para vencer neste mundo

A cara do Santiago está impagável

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A cara do Santiago está impagável.

Ele está passando ao lado de cada tela, a cada de trabalho meu feito a mão e esboçando uma reação diferente.

— Eu já logo diria que você aparenta ser alguém que domina a arte e pintura. Mas, pense comigo, se você dominasse a arte da pintura como eu... JESUS TENHA PENA DE MIM! Porque, inferno! Você já é uma super potência masculina que transborda testosterona e... Merda, eu não sei do que estou falando, Santiago! EU NAÕ SEI DO QUE ESTOU FALANDO! — exclamo me afastando dele e ouvindo sua risada alta, claramente se divertindo comigo. — Você está um amarelo hoje, Santiago!

— É mesmo? — sua voz soa mais perto agora enquanto eu procuro o que tenho para pegar, no entanto mal me viro para fitar seu rosto.

— Sim, desde que apareceu na padaria — sussurro contando meus pincéis. — Você vai querer pintar lá em casa?

— Não sei, eu gosto de te ver pintando e se for fazer o mesmo vou acabar me distraindo — respondo e a proximidade de sua voz me faz querer virar, porém sinto suas mãos em meus quadris e reviro os olhos.

Santiago é um poço de eletricidade, eu digo com clareza e autonomia sobre isso. Ele é um radiador fervendo pronto para explodir a todo instante, principalmente quando me toca. Seus dedos sempre transmitem uma centelha de minis choques por toda a extensão do meu corpo, independente se ele toca o dedinho do meu pé... Em TODAS as vezes que ele me toca, meu corpo inteiro recebe a alta tensão que ele transmite e — por consequência — se arrepia por inteiro.

— Agora você está ficando um laranja — sussurro ouvindo sua risada logo em seguida e levanto o pincel para ver contra a luz.

— Por que quer levar essas coisas pra casa? — questiona apoiando o queixo em meu ombro e eu mordo os lábios antes de responder.

— São importantes pra mim e acho que vão ficar mais seguros lá em casa do que nesse estúdio — respondo.

— Só você pinta aqui? Ou tem mais alguém?

— Tem a outra menina... Eu esqueci o nome dela, é algo com J. Jheny, Jessie, Jê... Eu não me lembro, ela é muito quietinha e tímida — explico ouvindo seu resmungo positivo no pé da minha orelha. — Chegava, avisava que tinha chegado, muitas vezes fazia um chá...

— Chá?

— Sim, ela era da Inglaterra e não tinha costume de tomar café — murmuro guardando todas as minhas preciosidades dentro da caixa. — Enfim. E, em seguida, ia pintar e muitas vezes sequer me escutava avisando que eu iria embora.

SUCIATA (Concluído)Onde histórias criam vida. Descubra agora