Prólogo

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Narrador on:

- Você me traiu! - o homem esbraveja para o outro com a fúria nos olhos.

A raiva e a inconformidade por ter sido traído por seu amigo e parceiro de crime, enquanto é segurado por dois policiais que o guia até a viatura. O outro homem, que se manteve a todo tempo parado ao lado da porta do galpão que se era utilizado para efetuar todo o crime, assiste friamente o outro mafioso ser finalmente preso pela polícia com a sua ajuda.

- Eu não sei como você conseguiu encobrir a sua parte do crime e, na verdade eu nem me importo mais...mas um dia eu vou sair daquela merda, Travis. E quando isso acontecer eu vou me vingar de você da forma mais dolorosa possível. - ele disse entredentes ao modo que o policial o fazia entrar no porta malas do carro.

Travis se mexeu pela primeira vez e deu alguns passos até a viatura, ele estendeu a mão em um pedido silencioso para ter uma ultima palavra com o amigo ou, talvez agora, ex amigo.

- Sinto muito, eu precisei fazer isso, Daniel. - ele diz cinicamente, fingindo sentimentos pela situação que teve que colocar o amigo.

Daniel sorriu sarcasticamente e concordou com a cabeça. Ele entendeu o motivo do ex amigo ter feito isso, ele finalmente compreendeu todo o envolvimento que os fizeram chegar até ali.

- Eu sei que precisou. Sua filha nasceu a uma semana não é mesmo? Alyssa é realmente muito linda. - ele disse com um sorriso de lado o que fez Travis franzir a testa e se perguntar como ele sabia, já que nunca tinha mencionado sobre nada de sua família. - Achou que eu desconhecia da sua linda família? Acha mesmo que eu sou tão idiota assim? Eu vou sair daquela cadeia e eu vou ter a minha doce e bela vingança. Então um conselho pra você, cuide bem da sua querida filha, porque quando esse dia chegar, eu vou tirar de você o seu bem mais precioso...ou eu deveria dizer preciosa?

Travis trancou o maxilar ao ponto de seus dentes doerem. Só o pensamento de alguém fazendo mal a sua pequenina fazia seu sangue ferver.

- Não se atreva a tocar um dedo na minha filha, ou eu juro que na próxima vez o único lugar para onde você vai será um caixão!

Sua ameça saiu tão fria e penetrante que qualquer outra pessoa no lugar de Daniel se encolheria. Mas o homem a sua frente estava com muito ódio para se deixar atingir pelas palavras. Não havia consequência nenhuma que o faria desistir de sua vingança.

- Que bom, arranje dois caixões então, sua filha vai precisar de um também. - seu olhar escuro transmitiu toda sua promessa, promessa essa que Travis sabia que era tudo, menos vazia.

Um arrepio passou por toda sua espinha e seu pensamento foi em Alyssa, sua filha, tão pequena e frágil, com apenas uma semana de vida. Seu maior medo então passou a ser esse, ele sabia que o ex amigo não falou aquilo da boca pra fora e que uma hora, mesmo que fosse apenas uma tentativa, ele tentaria machucar sua bebê.

"Eu não posso permitir isso". - ele pensa, já arrependido de não o ter matado invés de ter entregue à polícia.

- Tenta. Aproveita seus dias na cadeia, um pé fora dela e eu não vou dar tempo nem de você sentir o ar por mais de dois segundos. - ele usou sua última ameaça para tentar o coagir.

Daniel também acreditava em sua ameça e sabia que o homem a sua frente não estava brincando. Mas derrepente sua vida passou a não valer nada diante da sua sede pela vingança. Ele não se importava com o que lhe aconteceria depois, ele teria sua vingança e, nem Travis, nem ninguém o faria voltar atrás.

Ele apenas elevou mais o sorriso e voltou a concordar com a cabeça.

- Tudo bem, mas isso não vai impedir de eu matar sua filha, os dias de vida dela estão contados e, espero que sua consciência se lembre disso durante os próximos anos. - ele dá sua ultima palavra e o policial fecha o porta malas encerrando a conversa dos dois.

Travis estático no mesmo lugar, se sentiu pela primeira vez preocupado com o futuro de sua filha. Ele não é um homem que se deixa amedrontar, mas conhece bem o homem que fizera a ameça e sabe que ela pode vir a ser cumprida. Isso o fazia tremer, pensar que por um descuido seu, alguém pode fazer mal a sua menina. Ele não pode deixar que isso aconteça.

- Senhor, muito obrigado pela sua ajuda. Falo em nome de todo o departamento de polícia quando agradeço pela sua colaboração.

Tão inocente - pensou.

- Não, não precisa agradecer. - ele diz, forçando um sorriso.

Quando a ideia de tirar o amigo da jogada para ficar com a máfia somente pra si surgiu, Travis pensou em tudo o que teria que fazer. Trabalhar com a polícia, ocultar de todos a existência de sua família e assumir o lugar do amigo como o único chefão. Afinal, esse era o plano desde o início quando se juntou a Daniel para comandar uma das mafias mais perigosas do país.

Quando ele conheceu sua esposa Clara e teve seu primeiro filho, James. Seu pensamento era parar com o que fazia. Quando Alyssa nasceu, já estava tão envolvido que derrubar o ex mafioso era a única coisa além de mata-lo que poderia fazer para poder deixar as pessoas que ama a salvo. Queria dar segurança para sua família, para Alyssa. Mas ele sabia que nunca poderia quando Daniel nunca permitiria que ele saísse disso, ao menos não vivo.

Sua segunda opção foi se fazer de vítima e fazer uma parceria com a polícia, ele tinha amigos lá dentro, pessoas poderosas que ele subordinava e, prender o ex amigo e sair impune de tudo não seria tão difícil assim. Logo em seguida assumiria os negócios e faria todos o temer tanto que pensaria duas vezes antes de tocar um dedo em sua família.

- É claro que preciso. Você foi em excelente ajuda e sei que seria um ótimo policial caso um dia deixasse a empresa e tentasse a profissão. Mas de qualquer forma, estamos a disposição para o que o senhor precisar. E enquanto a esse aí, não se preocupe, quando ele sair da cadeia vai está tão velho que não vai conseguir nem segurar uma arma.

O policial obviamente deve ter ouvido parte da conversa dos dois e resolveu fazer uma piada sobre isso. Travis forçou um pouco mais o sorriso e balançou a cabeça, saíndo de perto do carro quando o policial entrou e arrancou com o mesmo.

"Policial Travis". Ele gostou de como isso soou. Mas se envolver com a polícia foi perigoso de mais para pensar na possibilidade de se tornar um. Não! Não deveria nem está pensando nisso. Agora ele é um mafioso impiedoso e deveria começar a pensar em um plano para não deixar nunca Daniel chegar perto de sua filha.

Te Sigo, BabyOnde histórias criam vida. Descubra agora