Capítulo 44

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   Eli era extremamente cuidadoso quando se tratava de me levar aos lugares, não podíamos em hipótese alguma sermos vistos fora da escola neste horário. O garoto me levou até um antigo terreno dos Hale, onde ficava a casa do seu pai antes de destruírem ela. Havia um porão onde podíamos ir, lá parecia mais um esconderijo secreto dele, com uma cama, alguns jogos de tabuleiro e cartas, tinha uma bola de basquete, livros e até mesmo uma geladeira com energéticos e alguns lanches. Parece que Eli já havia passado muito tempo naquele lugar, me perguntava se era pra lá que ele ia quando faltava aula.

— Eu preciso ajeitar algumas coisas, mas seja bem-vinda ao esconderijo dos Hale. — Apresentou, olhei em volta boquiaberta, era realmente bem escondido. — Era o porão da antiga casa, mas eles derrubaram ela então acabou sobrando só o porão.

— O seu pai sabe desse lugar? — Me sentei no sofá velho, a poeira subiu rapidamente.

— Os policiais fecharam a área então não tem porque ele voltar aqui. — Ele alcançou uma história em quadrinhos e se jogou no sofá ao meu lado.

— Eu não acredito que estou matando aula com Eli Hale. — Puxei assunto, ele fechou a história e jogou de volta na pilha de livros.

— Seus pais vão te matar se descobrirem, e eu vou ser expulso do time. — Ele dizia pensando nas consequências, levantei olhando em volta.

— Isso não seria tão ruim pra você né? — O encarei, ele sorriu concordando.

— Tem razão, eu devia ir até eles e me entregar.

— Mas eu também estaria encrencada. — Parei em frente a geladeira, havia algumas fotos coladas, Eli com os pais, Eli segurando um peixe com o dobro do seu tamanho, Eli com outro homem.

— Tem razão. — Ele levantou e veio até mim, meus olhos estavam fixados na foto. — Vamos manter segredo.

— Quem é esse? — Apontei, ele pegou a foto.

— É meu tio Peter, deve estar viajando, faz tempo que não o vejo.

— Vocês são próximos? — Perguntei apenas para puxar assunto, ele deu de ombros.

— Na verdade eu não sou próximo de ninguém da minha família já que meus pais são lobisomens e eu meio que sou... só eu. — Deu de ombros outra vez, virei-me para ele.

— Só você já é o suficiente. — Acrescentei tentando fazê-lo se sentir melhor, ele coçou na nuca.

— Valeu.

— Mas me conta, porque não é próximo? Os seus pais tem tipo algum ritual sobrenatural? Porque os meus não tem. — Me afastei enquanto perguntava, ele riu.

— Quando meu pai conheceu minha mãe. — Ele sentou-se no sofá, olhei para a sua direção. — Ele entrou pra sua alcateia e então todos viraram tipo uma grande família feliz, eles fazem reuniões e grandes fogueiras pra celebrar a lua cheia. Coisas de lobisomem eu acho.

— Maneiro, acho que nunca gostei da lua cheia o suficiente pra celebrar. — Me sentei do seu lado, ele franziu o cenho confuso. — Quero dizer, ela só amplia nossos poderes então... eu acabo perdendo o controle.

— Deve ser difícil.

— Só consigo me controlar porque minha mãe é uma alfa, e eu sou sua beta. — Encarei o vazio bem na minha frente, tudo ficou quieto por alguns segundos. — Talvez seja isso!

— O que?

— Talvez você precise de um alfa pra te ensinar a se transformar! — Pulei animada, ele parecia não entender nada da situação.

A Maldição do Lobo, Teen WolfOnde histórias criam vida. Descubra agora