Capítulo 39

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Simone
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_Alessandro? O... o que faz aqui no Rio?_ Soraya estava surpresa ao ver seu irmão ali, parado em sua frente, depois de tanto tempo.

_Vim acompanhar a Rafa, ela veio deixar umas encomendas aqui, da lojinha dela_ ele lhe respondeu, e eu logo encerrei a ligação com Leila.

_Como você está diferente Soraya, está mais... bonita, e feliz_

_Os anos fazem a gente mudar, não é mesmo?_ ela disse, e ele logo me olhou.

_E vocês, estão juntas até hoje mesmo?_ ele perguntou quando eu me aproximei de Soraya, mas antes que ela respondesse eu fui mais rápida.

_Eu fui a única que fiquei com ela quando todos vocês se afastaram_ ele me olhou surpreso como a forma que eu falei.

_A gente não queria isso, você que fez a cabeça dela_ como ele tinha coragem de falar isso?

_Se tinha alguém que fazia a cabeça dela, era vocês, que forçavam ela a viver com alguém que não fazia nenhum bem à ela. Foi comigo que ela soube o que era amor de verdade, e é comigo que ela se sente feliz_ despejei as palavras que estava entalada na garganta.

_Soraya, você não sente falta?_ ele lhe olhou.

_Eu senti Alessandro, mas eu me acostumei a lidar com essa saudade que bate em minha porta quase todo dia_ soso falou de jeito triste, e logo continuou.

_Vocês não imaginam o quanto eu sofrir com tudo isso, mas graças à Simone, graças à essa mulher que eu tanto amo, aprendi a ser mais forte_ ele parecia estar querendo... chorar? ora ora.

_Eu imagino Soraya, sentimos sua falta também, não era pra ter sido assim, você sabe_ ele deu um passo pra frente, ficando mais perto de Soraya, e deixou uma lágrima cair.

_Não era mesmo, tudo o que ela precisou de vocês foi eu que dei, amor, era isso que ela precisava, não é algo tão difícil, mas vocês preferiram agradar a sociedade com esse orgulho de merda de vocês, por quê vocês se importam agora? Logo agora que ela está bem e construindo a família dela?_ dessa vez eu que falei.

_Como assim família?_ Soraya me olhou, como se perguntasse se contava ou não.

_Alessandro, eu grávida_ ela falou e colocou a mão em sua barriga.

_Grávida? Mas, como isso... ah, posso imaginar_ ficamos calados, mas logo ele voltou a falar.

_A mamãe iria amar saber dessa notícia, o sonho dela era ser avó_ vi lágrimas surgirem nos olhos da minha princesa.

_Eu não acho o mesmo Alessandro, mas... a minha sogra, ela sim amou saber que vai ter um netinho, ela me abraçou sabe? Desde o primeiro dia que nos conhecemos, ela foi uma mãe de verdade._

_Mas Soraya, como você pode dizer isso? a mamãe te ama, apesar de tudo. Quase todos os dias ela fala de você_

_Por quê vocês nunca me procuraram então? Para saber se eu estava bem, se eu estava viva, é um pouco difícil acreditar nesse amor agora_ Soraya se virou pra mim, me chamando pra ir embora.

_Soraya, espera um pouco... por que não conversamos com mais calma? Ainda estarei aqui pelo Rio até a outra semana, você não é uma pessoa ruim, eu sei disso_ Soraya o olhou, ficou pensando em algo, e eu sussurrei em seu ouvido para ela marcar um encontro com ele, apesar do que eles lhe fizeram, eu não iria afastar ela deles, mas tudo iria depender dela, se ela iria aceitar ou não.

_Tudo bem... você pode anotar o meu número, a gente marca_ foi tudo o que ela disse, de forma fria. Depois entramos no carro e logo fomos embora.

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_Bom dia mamães, fiquem à vontade, vamos começar_ hoje iríamos fazer alguns exames, e ouvir pela primeira vez o coração do nosso pacotinho de amor. Soraya já estava no seu terceiro mês de gestação, a barriguinha do meu amor começava a crescer.

_Como você se sente Soraya? Está se alimentando direitinho?_ a médica perguntou.

_Sim doutora, me sinto ótima até então_ Soraya falou, estávamos fazendo tudo certinho para que a gravidez fosse de maneira saudável, estabelecemos um horário certo para as refeições, e eu não deixava ela comer mais tantas besteiras.

_Muito bem querida. Estão preparadas para ouvir o coraçãozinho do bebê?_ eu e Soraya nos olhamos, e sorrimos.

_Sim doutora_ falamos juntas.

Ela passou um gel na barriga da soso, espalhando por ali, e logo colocou um pequeno objeto e começou a movimentar sobre sua barriga. Logo uma imagem um pouco escura apareceu na tela, eu não conseguia ver muito bem, mas logo a médica começou a falar.

_Conseguem ver? É a mãozinha do bebê, estão vendo?_ ela mostrava para nós, ele ou ela já estava se desenvolvendo, eu estava tão feliz.

Ela mexeu mais o aparelho, mostrou as perninhas, os péizinhos, sua cabecinha, tão lindo. Ela nos contou que o bebê já estava com dez centímetros de comprimento, depois ela ajeitou o aparelho para podermos ouvir seus batimentos cardíacos. Ao primeiro som, pude ver a Soraya de desmanchando em lágrimas, ela segurava forte a minha mão, e eu beijava sua testa, mostrando que estava tudo bem, ela estava conseguindo. Seus batimentos eram rápidos, mas que estava tudo bem, de acordo com a médica, era normal está assim. Eu sorria feito uma boba, como eu desejei esse momento, e estava realizando ele ao lado da mulher da minha vida.

_Está tudo bem gente, podem ficar tranquilas. Soraya, lembrando novamente, evite fazer muitos esforços, estresses, se alimente direitinho, tudo bem?_ a médica falou.

_Claro doutora, ela está se cuidando, eu estou cuidando direitinho dela_ eu falei.

_É muito importante esse cuidado que você tem com ela Simone, vocês serão mães incríveis_ depois de um tempinho ali, nós voltamos para casa.

Hoje eu iria para o trabalho apenas a tarde, tirei a manhã para acompanhar s Soraya na consulta. Quando chegamos, ela logo foi tomar um banho, e eu fui fazer o nosso almoço. Soraya já não estava mais tão cabisbaixa como antes, depois que teve a conversa com seu irmão, ela se sentia mais leve, talvez era preciso ter essa conversa mesmo com algum de seus familiares.

Depois de pronto, fui chamar a Soraya, que tinha dormido depois do banho, ela estava muito cansada. Ela usava um short e uma blusinha, estava deitada de lado, tão linda, me aproximei dela e depositei alguns beijos em sua face.

_Vamos comer, amor? está pronto minha princesa_ ela resmungou algo que eu não entendi, mas logo se levantou e descemos.

Depois do nosso almoço, Soraya começou a sentir alguns enjoos, vomitando toda a comida de hoje, então eu preferi ficar em casa com ela, não iria deixar ela sozinha nesse estado. Dei um banho nela novamente, e lhe levei para o quarto, me deitei com ela e logo pegamos no sono, naquela quarta-feira ensolarada.
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O preço de um amor selvagem Onde histórias criam vida. Descubra agora