Suas vidas se cruzaram por um único motivo: Um contrato.
Anton é herdeiro de uma das maiores empresas de criação digital do país, seu sonho sempre foi assumir a empresa e se empenhava para que isso acontecesse. Mas a traição do seu melhor amigo f...
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12 de março — 13:32 Segunda-feira.
Não sei exatamente como estou me sentindo com todas essas mudanças, não só em relação a coisas materiais mas também a sentimentos.
Nunca imaginei que uma mudança me traria tanto alívio e medo ao mesmo tempo. Alívio por estar finalmente longe do meu pai e de Ícaro, mesmo tendo a consciência de que não vão me deixar em paz, mas medo por ser uma mudança relacionada a um contrato.
Minha relação com Anton estaria a mesma se não terminássemos na cama no final de qualquer discussão. Queria não ter a noção de que estou sentindo algo por ele mas seria totalmente estúpido, Anton é um babaca ainda mas me atrai de todas as formas, seus toques, seu beijo, até mesmo os momentos que está mais carinhoso, são raros mas existem. E não sei o que se passa na cabeça dele, não conversamos sobre isso e parece que algo além do casamento está tirando sua concentração, Anton está sempre mexendo em seu celular, já o peguei falando com um homem chamado Almeida mas não consigo descobrir o que está aprontando.
Nada me tira da cabeça o dia da premiação, seu sorriso satisfeito quando aquele homem entrou no palco parecendo bêbado e falou aquelas coisas.
Estou terminando de arrumar as últimas coisas que estão no meu quarto, o casamento já é na quarta-feira e minha cabeça está uma confusão. Olhar em volta e perceber que parte da minha vida vai ficar aqui, onde passei tanta angústia e tristeza, me causa uma paz, claro, as memórias da minha mãe vão estar sempre comigo, quando dormíamos juntas nesse quarto, mas não quero mais ficar aqui, não com meu pai e Ícaro do jeito que estão.
Suspirei pondo as maquiagens na caixa, durante a semana eu fui levando algumas coisas, tenho certeza que Anton está irritado por ver seu closet ficando cheio das minhas coisas mas está no contrato, temos que ficar no mesmo quarto e dividir os espaços. Levantei para procurar a fita, achei em meio a bagunça de roupas, neguei me abaixando novamente e um barulho na porta me chamou a atenção. Olhei na direção e revirei os olhos ao ver meu pai.
— O que quer aqui? Já estou indo embora para a sua felicidade. — Virei começando a fechar a caixa.
— Quero ter a certeza de que não vai fazer besteira. — Sua voz saiu firme e irritada. — Não vá estragar tudo, Mavie, não me privei de coisas para você estragar esse contrato.
— O senhor se privou? Jura, pai? — Ri melancólica. — Que eu saiba, não é você quem vai se casar com alguém que não ama, e muito menos está deixando sua vida para participar de um contrato ridículo. Então não me venha com esse papo de que está se privando de coisas, quando na verdade, eu quem estou pagando por isso. — O olhei raivosa. Ele ia falar algo mas uma sombra apareceu atrás dele.
— Algum problema por aqui? — Anton perguntou tocando os ombros do meu pai. Ele sorriu falso olhando para o Vitorino.
— Problema nenhum, estava vendo se Mavie precisava de ajuda. — Neguei levantando para pegar outra caixa. — Vou deixar vocês a sós. Com licença. — Sorriu acenando para Anton antes de sair
