21 de abril - 07:43
Sexta-feira.—Tem um celular tocando. — Murmurei sonolenta. Senti os braços de Anton ao redor do meu corpo e seu rosto em meu pescoço. — Anton...
— Hum... é o seu. — Sussurrou ainda dormindo.— Não é não, o meu está desligado. — Abri os olhos procurando pelo celular. Encontrei na minha mesa de cabeceira, estiquei os braços o pegando. — É o Henrique. — Falei ao ler o nome na tela.
Anton se espreguiçou pegando o celular ainda sem me soltar, ele atendeu pondo no viva voz.
— Oi, Rique. — Eu falei, afinal, Anton já estava com os olhos fechados novamente.
— Mavie? Oi, acho que acordei vocês.
— Talvez. — Ri baixo. — Está tudo bem? — Me virei abraçando Anton.
— Depende do ponto de vista. Acho que para vocês é bom, não tanto para Levi. Ah, e feliz aniversário, tentei falar com você ontem mas estava dando desligado.
— Obrigada. Eu resolvi passar o dia off.
— Imaginei. O Anton está aí?
— Estou. — Respondeu mais atento. — O que descobriu?
— Bom, eu fiquei pesquisando a semana toda sobre o Levi, procurando provas que mostrassem o roubo, ainda não encontrei mas em dados restritos está uma conta no nome de Paola Fernandes, no valos de dez mil reais, esse valor é depositado todo mês.
— Não conheço ninguém com esse nome, pelo menos não na época que éramos amigos. — Anton falou. — O que descobriu sobre essa mulher?
— Ela mora a quarenta minutos do centro da cidade, tem vinte e dois anos e é filha de donos de um restaurante. Tem um filho de três anos, e é aí que vem o ponto interessante.
— Que seria? — Perguntei curiosa.
— No registro do menino consta o nome do Levi como figura paterna. — Arregalei os olhos encarando Anton.
— Levi tem um filho? — Anton murmurou surpreso.
— Ao que tudo indica sim, não consegui ainda acessar mensagens de celular ou ligações, Levi não é burro, deve ter protegido muito bem essa parte, mas a mulher trabalha em uma loja de roupas, das duas da tarde até às oito da noite, três dias na semana.
— Acha que eu consigo falar com essa mulher?
— Acredito que sim, Anton, não parece que os dois tem algum vínculo além da criança, Paola está casada com um médico, Tadeu Fernandes.
— Sabe o endereço da loja? Me passa por mensagem. Vou ver se consigo alguma coisa com essa mulher.
— Ok, vou enviar. É somente isso que descobri até agora, Levi protege suas coisas melhor do que imaginei.
— Obrigado, Henrique.
— Por nada, até mais.
Nos despedimos dele. Anton me olhou com um sorriso de lado e eu fiz o mesmo.
— Posso ir com você? — Perguntei animada.
— Não. — Fechei a cara o olhando com tédio. — Não começa, Mavie.
— Nós combinamos em agir juntos, Anton, vai me deixar de fora da parte mais legal?
— E estamos agindo juntos, mas ir atrás dessa mulher vai além do que quero te envolver, nós não sabemos qual a relação exata dos dois, não quero seu nome saindo em meio de sujeira.
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O contrato
RomanceSuas vidas se cruzaram por um único motivo: Um contrato. Anton é herdeiro de uma das maiores empresas de criação digital do país, seu sonho sempre foi assumir a empresa e se empenhava para que isso acontecesse. Mas a traição do seu melhor amigo f...