Capítulo 3 - Liberdade.

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Angel Baumer ...

Dois meses...

Dois meses que a minha vida tem sido olhar para as paredes desse quarto de hospital e fazer terapia constante.

Tinha apenas uma coisa divertida nisso tudo, o bonitão do meu fisioterapeuta.

Não que eu tivesse interessada nele, mas eu notava os olhares de interesse da parte dele.

Era um olhar tão intenso quanto a minha vontade de sair daqui.

Eu já estava ficando louca, queria sair daqui a qualquer custo e ir atrás da minha filha.

Algumas memórias não se pode ser apagadas.

E todas elas vieram como um gatilho após a visita da Aggie...

Flashback

- Mattia, nunca mais faça aquilo que você fez ontem!

- Fazer o que? Invadir o seu quarto e fo.der você na varanda, enquanto a lua nos assistia?

- Mattia, eu estou falando sério. Você ja pensou o que aconteceria se alguém pegasse você?

Ele se levantou da sua cadeira, caminhou até onde eu estava e passou os braços pela minha cintura.

- Casaria com você, e teríamos minis anjinhos correndo pela casa!

Fim do flashback

As lembranças de Mattia  agora estavam bem vividas na minha memória.

Principalmente o olhar de desprezo que ele me lançava no tribunal no dia do meu julgamento.

Mattia, acreditou que eu fosse capaz de cometer tal ato contra ele, e agora que todas sabem da verdade, jamais poderei perdoá-lo  mas irei livrar ele da minha raiva por conta da nossa filha. Afinal, ela não tem culpa do pau que tem, mas irei fazer o possível para tirar Amora, dele...

- Vamos Angel, você! consegue, é só segurar na barra e caminhar

Bruno, o meu fisioterapeuta diz, após me analisar sentada na cadeira de rodas.

Estávamos treinando isso a muito tempo, e hoje eu teria sucesso e iria andar como antes.

Fiz da maneira que Bruno, disse para eu fazer. Segurei nas barras e dei impulso para me levantar. Tive um pouco de dificuldade, mas consegui ficar em pé.

Em passos curtos caminhei até o fim da barra sem precisar da ajuda de ninguém.

Bruno sorria pelo seu trabalho bem feito, ou talvez só estava feliz por mim.

- Parabéns Angel, daqui a pouco você vai está correndo uma maratona!

Sorri minimamente e olhei para a câmera que eu havia descoberto a mais de três semanas.

Eu não tinha certeza, mas eu suspeitava do autor desse crime bárbaro.

- Obrigada Bruno, também estou feliz pelo avanço!_Sorri  repassando um tanto de interesse para Bruno, e o mesmo pigarreou nervoso.

- Bom, acho que já posso lhe dar alta, vamos continuar as sessões em casa!

Concordei com a cabeça e vi Bruno, anotar algo na sua prancheta, ele sorriu e se despediu de mim e depois saiu junto com a enfermeira...

[...]

Vovó e tia Lírio, me observavam do sofá que havia no quarto, enquanto eu me vestia para finalmente sair desse hospital.

Ninguém sabia que eu havia recuperado a minha memória.

Elas estavam cientes que seria uma perda de memória traumática, mas o que elas não sabiam que até mesmo os médicos arreavam as vezes...

- Como está se sentindo, querida?_Tia Lírio, pergunta com um sorriso estampado no rosto.

"Com sede de vingança, tia".

- Bem, as sessões de fisioterapia tem me feito bem!

Arrastou a cadeira de rodas para o canto, pego o meu celular e a minha bolsa e me arrasto até as duas...

- Vamos?_Pergunto para as duas que se levantam e pegam na minha cadeira movendo até o lado de fora do quarto.

Agora eu poderia finalmente colocar o meu plano em prática...

Dentro do carro, tia Lírio, dirigia alegre.

Eu mal podia distinguir o porquê do sorriso dela.

- Então tia, o porquê desse sorriso?

Tia Lírio, me olha pelo espelho retrovisor e sorri...

- É a primeira festa em três anos que você vai aparecer, estou contente!

Festa?

Que festa?

Não lembro de ninguém fazendo aniversário.

- Desculpa, mas que festa é essa?

Vovó, me encara e também sorrir...

- É o casamento dela. Da pra imaginar, depois de velha, ela vai casar com o pai da Violetta?

- Mamãe!_Tia Lírio, a repreende envergonhada e isso me deixa ainda mais confusa...

O pai da Violetta, não tinha morrido?

O quanto eu perdi dessa família?

Me sinto uma estranha por não saber desses detalhes.

- Oh querida, você deve não se lembrar, mas todos achavam que o pai da Violetta, tivesse morrido, ele apareceu no dia do seu acidente, é uma longa história!

Uma festa de casamento...

Um momento perfeito para executar o meu plano.

- Tia, posso pedir um favor?

Tia Lírio, sorriu e concordou...

Folhas de Bordo 🍁

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