Best Of Tokio Hotel...

Episódio de ciúmes

Bill pede um café com leite pra ele e um capuccino pra mim, não sei como ele sabia, mas ele simplesmente sabia.
Seguimos em direção ao quarto onde estavam, ele tinha dito que o meu era muito melhor, mas era uma tremenda mentira, o deles era no último andar do prédio, e dava o dobro do meu.
Bill percebe meu vislumbre.

- Exagerado, eu sei, mas precisamos de espaço para os instrumentos, - ele fala apontando para o lado da sala onde estavam seus equipamentos.
A guitarra do Tom, a bateria do Gustav, e por aí vai.

- Só não sei onde você viu que meu quarto é melhor que o de vocês. - falo fazendo um biquinho.

- Pra quem tá sozinha é um quarto e tanto. - ele se defende.

- Faz sentido. - falo dando de ombros.

- Afinal, cadê o boiola do Tom? - Gustav pergunta.

- Não sou eu que fico lambendo as bolas do Georg. - Tom aparece na porta, como ele fazia isso? Parece que fica esperando um momento pra aparecer.

- NÃO ME COLOQUEM NO MEIO DA CONFUSÃO DE VOCÊS. - Georg grita da cozinha, fazendo todo mundo gargalhar.

- Parem de implicância vocês três e vamos ensaiar. - Bill chama a atenção dos meninos e eles tomam seus lugares, Georg aparece de boca cheia, e limpando as mãos na calça, antes de pegar seu baixo e assumir seu lugar.
Eles começam tocando a clássica Monsoon eu os observo hipnotizada, ouvir Bill cantar tava no top 1 de coisas que eu amava.
Olho para Tom, e ele está me encarando, ele parecia outra pessoa tocando, como se toda aquela arrogância e soberba fossem tiradas do seu corpo, e ele fosse apenas ele, frágil e gentil, como se mostrou mais cedo.
Eles passam a tarde ensaiando, e eu lá curtindo cada música.
Bill termina cantando "Bad love" música nova que eles iriam lançar no próximo show, eu presto atenção na letra, e sinto como se fosse pra mim, mas eu poderia estar sendo emocionada.

"Eu serei o seu calor aqui
Eu serei seu apoio
Eu te retraio quando você se abre"

Eles encerram o ensaio, e eu me levanto para poder me despedir.

- Acho que já vou meninos, amanhã eu tenho um ensaio fotográfico e uma reunião importante com os assessores da "La Models"

- A gente vai pedir pizza, fica só mais um pouquinho. - Bill pede fazendo um biquinho.

- Se você quiser posso te levar até seu quarto depois. - Tom solta do nada, e Bill nos encara.
Eu finjo não perceber.

- Tudo bem, eu fico mais um pouquinho. - Bill da um pulinho de alegria e Tom sorri pra mim.
Ficamos ali, conversando. Aqueles quatro a todo momento implicando uns com os outros.
A amizade deles era muito linda, e o amor entre Bill e Tom era nítido.
Pego meu celular para olhar as horas 22;37.
Eu me assusto, eu já deveria estar na cama, eu me levanto em pulo.

- Gente, eu preciso mesmo ir. - falo pegando minha bolsa no sofá.

- Não quer dormir aqui? - Bill pergunta e Tom bufa atrás de nós.

- Melhor não, quem sabe outro dia. - Falo abaixando para dar um beijo em sua bochecha e ele vira o rosto de uma vez me dando um selinho.

- BILL KAULITZ!  - eu grito colocando as mãos na cintura e ele ri.

- Até amanhã, linda. - Fala se despedindo.

- Até, Bills! Tchau G's. - falo acenando e indo em direção a porta, Tom me acompanha.
E eu viro.

- Você não precisa ir.

- Tá tudo bem, preciso andar pra digerir toda aquela pizza, inclusive, podemos ir pela escada? - Ele pergunta do nada.

- Tudo bem por mim. - Nós dois sabiamos que aquilo era uma desculpa para passarmos um tempinho juntos e sozinhos. Seguimos em direção ao meu andar.

- E ai, te impressionei com minha habilidade na guitarra? - ele fala me dando um empurrãozinho com o ombro.

- Vai precisar de muito mais que um solo de guitarra pra me conquistar, Kaulitz. - Falo séria.

- Tudo bem, eu posso fazer dois. - Ele sorri pra mim.

Uma camareira linda, e com um corpo invejável passa por nós, sua saia um pouco mais curta que o normal, deixa suas pernas completamente a mostra, deixando a sua bunda bem desenhada no tecido, seu decote um pouco exagerado, deixa a mostra o colo, e parte dos seios. Tom faz um 360 para encara-la, esquecendo completamente da minha presença, ele a olha até que suma de vista virando a esquerda no final do corredor.

- As vezes você me dá nojo. - Falo, e ele parece ser puxado de volta.

- Desculpa, eu não quis... - Ele começa.

- O que? Comer a camareira com os olhos, enquanto me cantava? - eu o corto.
- Como você disse, esse é você, é a sua natureza e acho que você nunca vai mudar.
Eu desço as escadas correndo deixando ele pra trás, sinto seu olhar queimando minhas costas, mas não me viro, eu sentia as lágrimas de formando, mas o problema é que eu não tinha motivos, nem o direito de me sentir assim. Tom não era nada meu, e poderia olhar, ficar ou foder quem ele quisesse. Eu fecho a porta atrás de mim com um baque, e me dirijo ao banheiro para tomar banho, encho a banheira com água quente e sabonete espumante, e entro sentindo meu corpo relaxar, encosto minha cabeça na parte de trás e fecho os olhos, eu estava sendo egoísta, eu já tinha um dos Kaulitz inteiramente pra mim, por que eu queria e precisava do outro? Aquele episódio de ciúmes do Kaulitz mais velho foi ridículo, e com certeza não iria se repetir.