Pesadelo

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    Eu volto pro meu quarto me sentindo pesada como sempre, Jess resolveu passar a noite lá com Georg, fiquei chateada por minha melhor amiga me trocar por um cara que acabou de conhecer.
Olho em volta antes de entrar, e percebo que Jason não está lá como de costume, talvez tenha ido ao banheiro, ou tirado um tempo pra descansar, um descanso merecido.
Jogo minha bolsa sobre a cama e como de costume vou tomar um banho.
Escuto alguma coisa cair, e fecho o chuveiro.

- Jess, é você?? - Não tenho resposta e me enrolo na toalha. - Achei que você ia dormir fora como combinamos.  - falo seguindo para meu quarto.
E dou de cara com Mark sentado em minha cama.

- O que você tá fazendo aqui? - falo apertando a toalha sobre o corpo, e me afastando.

- Sabe, eu resolvi que já que você tá dificultando tanto as coisas, eu vou facilitar. - ele fala se aproximando, seus olhos totalmente frios e sem expressão, me fitavam de cima a baixo.

- Se você der mais um passo, eu vou gritar.
Eu dou passos pra trás, tentando fugir do homem nojento a minha frente, minha respiração para com a adrenalina e medo.

- Sabe que ninguém vai te ouvir né? A única pessoa que poderia seria seu segurança, e ops... Ele não está aqui, que azar o seu em?

- Você é nojento, eu nunca deveria ter entrado no seu carro naquela noite, nunca deveria ter deixado você ter contado comigo, você é um monstro. - falo me afastando

Tento chegar até o banheiro e fechar a porta, mas Mark era muito mais rápido e mais forte, ele empurra a porta me fazendo bater as costas sobre a pia.

- Acha mesmo que vai fugir de mim de novo Júlia? - ele se aproxima segurando meus pulsos

O cheiro da bebida em sua roupa era evidente, ele estava completamente bêbado.

- Por favor Mark, não faz isso. - Minha voz falhava em meio ao choro que se formava em minha garganta

- Não faz o que? - ele se aproxima dando um cheiro em meu pescoço, meu estômago revira. - Você me quis um dia Júlia, o que mudou?

- Nós estávamos bêbados, você sabe disso. - falo tremendo tentando empurrar Mark, mas ele era muito mais forte.

- Você é tão cheirosa, tão macia, que saudades eu senti do seu corpo. - Ele puxa a minha toalha, me deixando completamente exposta.

Uma de suas mãos me prende impedindo que eu me debata, e a outra começa a violar meu corpo, invadindo toda a minha privacidade e cruzando um limite que eu não permiti, eu chorava fechando os olhos e orando pra que tudo não passasse de um sonho.

- Mark, ME LARGA, ME LARGA. - eu tento o empurrar mas ele joga seu corpo pesado sobre o meu.

- Você poderia ter tornado tudo mais fácil, se não tivesse me rejeitado. - Ele junto meus cabelos nas mãos e beija meu pescoço

- Para por favor, eu faço o que você quiser. - Eu apelava pra única alternativa que eu tinha de conseguir fugir daquele homem asqueroso.

- Não adianta mais, agora eu quero isso aqui, eu quero você e quero agora. - Ele fala mordendo a ponta da minha orelha e colocando ainda mais o seu peso sobre mim.

- PARA MARK POR FAVOR, PARA. - eu gritava em meio ao choro e sabia que era em vão, ninguém me escutaria, a não ser que estivesse passando pelo corredor. - EU ODEIO VOCÊ, EU ODEIO VOCÊ, E VOCÊ VAI PAGAR POR ISSO. - eu gritava enquanto me debatia contra seu corpo.

-Shh, você fica ainda mais linda calada. - Ele fala pressionando seus lábios contra os meus,  eu aproveito para morder com toda minha força, e ele pula pra trás.

- AI SUA VADIA! - ele grita colocando as mãos no local da mordida, e vindo novamente em minha direção. - Não sabia que você era tão selvagem. - Ele fala se voltando pra mim, e pressionando o corpo sobre minha pele nua.
Seu joelho pressionando minha virilha, me prendendo na parede, e ele a abrir a calça. 
Eu tremia, eu só queria que aquilo acabasse rápido, Mark me alisava de uma forma grosseira e àquilo me dava vontade de vomitar.
Não havia nada que eu pudesse fazer, a não ser orar para que ele ficasse satisfeito e fosse embora. Tudo parecia passar em câmera lenta e eu só sabia chorar.
De repente sinto o peso de Mark ser jogado pra longe de mim.

- QUE PORRA VOCÊ PENSA QUE TÁ FAZENDO? - Tom estava lá e socava Mark com toda força que tinha. - EU TE FIZ UMA PERGUNTA CARALHO, QUE PORRA VOCÊ TAVA FAZENDO?

- O que, achei que pudesse usar seu brinquedinho também, já que ela gosta tanto de sexo ao ponto de ficar com você e seu irmão de uma só vez, achei que eu estava ajudando. - ele fala rindo e debochando, sua boca e nariz sangravam.

- Você vai pra cadeia, tá me ouvindo? - Tom fala o agarrando pela gola da camisa polo.

- Bom, eu não faria isso se fosse você, já pensou se vazasse todas as imagens do seu querido brinquedinho transando com você e com o seu irmão? Imagina o estrago que isso faria na carreira de vcs e principalmente na dela que ainda nem começou. - ele fala apontando pra mim.

Tom parece perdido, ele me olha encostada em um canto do banheiro abraçando meus joelhos e chorando, como uma criança com medo, seus olhos pesavam em mim, fazendo com que eu me sentisse suja.

- Vai embora daqui. - Ele fala se virando novamente para o cara ensanguentado.

Mark se levanta com um sorriso de superioridade, e me encara.

- A gente se vê gatinha, nossa diversão tá só começando. - Ele se vira pra Tom que o fuzila com olhar e sai.

- É... Mark - Tom chama, e o cara para sem se virar. - Você tá demitido.

Assim que a figura medonha de Mark some de nossas vistas, Tom vem para o meu lado e se ajoelha para me encarar, eu não conseguia olha-lo, eu sentia vergonha, vergonha de como ele me trataria, vergonha do que ele pensaria.

- Vai embora! - É a única coisa que consigo dizer enquanto abaixo a cabeça sobre os meus braços, me fechando como um casulo.

- Não vou te deixar aqui sozinha não depois do que acabou de acontecer.

- Até parece que você se importa. - falo ainda sem olhar pra ele.

- Vem, vou te ajudar. - Ele me ignora me ajudando a levantar. 
Tom me  coloca  de volta na banheira  ligando a água quente.
Ele ensaboa minhas costas me fazendo relaxar, eu ainda estava em choque, eu só queria sumir, meu olhar estava perdido, eu estava perdida. meu corpo se recusava a me obedecer e o garoto de tranças teve que fazer tudo, desde me tirar do banho a me colocar na cama, me enrolando na coberta como se eu fosse um burrito.

- Precisa de mais alguma coisa? - Ele pergunta sentando na poltrona ao lado e eu balanço a cabeça negativamente.
Meu olhos começam a pesar e eu sinto o sono tomando conta de mim.

- Tom? - eu chamo resmungando.

- Oi? - ele responde baixo mas o suficiente pra eu ouvir.

- Pode dormir aqui hoje, estou com medo de ficar sozinha.  - Pergunto sentindo meu coração acelerar quando não tenho resposta.
Sinto a coberta se mover, e os braços de Tom me puxando pra perto, me deixando segura.

- Não vou sair daqui. - Ele fala beijando minha nuca, e eu adormeço, tendo a certeza que estaria segura, pelo menos enquanto ele estivesse ali. 

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