Não vou sair daqui...

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( Tom Kaulitz )

Eu estou sentado sobre o letreiro de HOLLYWOOD, lugar onde eu e Júlia demos nosso primeiro beijo.

Era estranho os sentimentos que aquela garota me causava, desde ciúmes a um ódio mortal de qualquer cara que a olhasse de forma diferente, o único cara que podia toca-la além de mim, era o meu irmão.

Eu sei que é egoísmo da minha parte pensar assim, sendo que eu falei que não queria nada que me lembrasse um relacionamento sério, mas em minha defesa, eu estava fugindo da responsabilidade afetiva, se eu concordasse em ser somente de Júlia, uma hora ou outra, querendo ou não eu iria magoar aquela garota, e a última coisa que eu queria nessa vida, é fazer aquela garota sofrer.

As horas parecem se arrastar, e tudo me faz lembrar Julia, a música baixa tocando no carro, Los Angeles toda iluminada do jeito que ela amava observar, o céu recheado de estrelas, como um mar sobre meus olhos.
Eu não queria admitir, mas eu estava gostando daquela garota, mais do que eu gostaria.

Eu decido voltar pro Hotel, vou dirigindo devagar aproveitando a paisagem vazia que rodeia o carro, eu tentava organizar os pensamentos antes de encontrar a razão dos meus surtos novamente.

Eu chego ao hotel, tudo parecia calmo.
Subo o elevador e sem perceber aperto o número do andar de Júlia, só vejo quando a voz gravada do elevador anúncia o andar em que paramos.

- Merda, quer saber vou pela escada. - saio do elevador xingando.

Eu passo em frente ao apartamento da garota, a porta está entreaberta e o segurança que a vivia cercando não estava ali, será que tava tudo bem? Ou ela só esqueceu de fechar a porta antes de ir ao nosso apartamento?

Pra todos os efeitos eu me viro pra seguir meu caminho, sem dar muita importância.

- EU ODEIO VOCÊ, EU ODEIO VOCÊ, E VOCÊ VAI PAGAR POR ISSO. - eu paro sentindo meu corpo gelar, aqueles gritos vinham do apartamento de Júlia?

Eu dou meia volta, parando novamente em frente a sua porta, e espero para ver se escuto mais alguma coisa, mas está tudo em silêncio, eu me atrevo a entrar, e tudo parece em ordem, exceto pelo enfeite de metal que estava caído no chão.

- AI SUA VADIA. - ouço uma voz masculina gritar do banheiro de forma rude, e logo em seguida o choro da garota invade meu ouvido.

Eu sigo em direção ao som, e a cena que toma meu olhos é horripilante, Mark está se pressionando contra o corpo nu e indefeso.da garota, da MINHA garota, tentando abrir as próprias calças, Julia de olhos bem fechados como se orasse pra ser salva, a raiva toma conta de mim, meu sangue ferve embaçando minha visão, sem pensar duas vezes, eu puxo o cara, montando encima dele, minhas mãos pareciam ter vida própria e o socavam sem parar até ele ficar totalmente ensanguentado.

Eu nunca senti tanta necessidade de proteger alguém, de cuidar de alguém, quanto senti por aquela garota, é como se tudo de ruim que acontecesse com ela, me afetasse também.

Depois de despachar Mark, eu vou até ela, que evita a todo custo meu olhar.
Era como se ela quisesse desaparecer, e aquilo parte meu coração que eu nem sabia que existia, eu queria poder arrancar tudo que ela estava sentindo, mas eu não sabia como e eu só podia tentar conforta-la e mostrar que ela estava protegida agora.

Eu a puxo pela cintura, a fazendo levantar, seu corpo pequeno tremia, como se sentisse frio, eu a coloco na banheira e ligo a água quente de forma que caia em suas costas e cabelo, para que eu pudesse lavar, eu nunca tinha feito aquilo, então sentia que estava tudo errado, mas ela não abria a boca nem para reclamar, seus olhos estavam vazios como se ela não estivesse ali.

Era somente o corpo, um corpo que se sentia violado e desprotegido.

Eu a tiro do banho, procurando algo para ela vestir, apesar do closet enorme, ela não tinha muitas coisas, então foi fácil encontrar uma camiseta enorme, velha e confortável.

Eu a visto, e ela ainda parecia não ter voltado a si, eu arrumo os travesseiros em sua cama e a deito, cobrindo seu corpo por completo como um charuto, para que enfim ela pudesse se sentir segura, eu confiro todas as portas e janelas e me sento na poltrona ao lado de sua cama, nada me tiraria dali, eu não deixaria nada de ruim acontecer com aquela garota novamente.

- Precisa de mais alguma coisa? - Eu pergunto enquanto me ajeito na poltrona grande, e ela não responde.

Eu já estava quase cochilando quando escuto uma voz rouca e suave me chamar.

- Tom?

- Oi? - respondo baixo com medo de que ela fosse me pedir pra ir embora, minhas mãos soam em resposta.

- Pode dormir aqui hoje, estou com medo de ficar sozinha. - ela pede serenamente, apertando os olhos quando demoro para responder.
Meu coração dispara, ela estava me pedindo pra ficar, justamente onde eu queria ficar... Do seu lado.
Eu caminho até a beirada da cama e puxo um pouco a coberta o suficiente para que eu conseguisse entrar, sem deixar que o ar gelado atingisse a garota, eu passo meus braços em volta de seu corpo e a puxo para ficar colada em mim.

- Não vou sair daqui. - Falo deixando um beijo suave em sua nuca, aquele toque parecia errado considerando todos os acontecimentos, e eu espero a reclamação que não chega, ao invés disso a garota se ajeita em meu braços relaxando e caindo em um sono profundo.
Eu não me achava uma pessoa boa, nunca fiz questão de ser, mas agora eu queria ser a melhor versão de mim, não por mim, mas por aquela garota deitada em meus braços.

***

< Notas da autora >

"Ui gente, confesso que chorei escrevendo a visão do Tom Kaulitz romântico kkkkkk, por essa nem o futuro esperava"

Best Of Tokio Hotel...Onde histórias criam vida. Descubra agora