Babaca egoísta.

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  O silêncio que se formou entre mim e o punk foi ensurdecedor, Bill me encarava como se tivesse visto um fantasma, eu queria fugir, sair correndo, desaparecer. Porque diabos eu tinha falado aquilo?

-Bill, me desculpa eu não quis... -tento me justificar

- Tá tudo bem, acho melhor nós irmos. Ele fala saindo do provador.

O caminho de volta foi desconfortável o garoto evitava me olhar, e a mão que sempre era entregue pra mim quando estávamos juntos permaneceu no volante.

Bill estava distante, perdido em pensamentos, pensamentos que eu talvez nunca teria acesso.

- Olha, eu não quis dizer aquilo, acho que foi um momento intenso e as palavras saíram sem querer. - eu quebro silêncio e Bill permanece olhando pra frente como se não tivesse ouvido.
Ele ia me ignorar agora?

- Eu já disse que está tudo bem, podemos esquecer isso? - ele fala de uma maneira ríspida que fazem meus olhos encherem de lágrimas.

Eu me viro pra janela evitando que o garoto visse meu estado emocional.

Bill estaciona o carro e desce, me deixando sozinha, eu não esperava que aquelas três palavras,  pudessem fazer uma pessoa mudar tanto, em poucos segundos.

- Oi Tom. - falo passando pelo garoto e indo até a cozinha.

Eu vasculho a procura de algo que aumente os níveis de seretonina no meu cérebro, pra me ajudar a esquecer aquele episódio constrangedor de poucas horas atrás.

Abro o congelador e acho um pote de sorvete de pistache , meu preferido.

Bill deve ter comprado a alguns dias atrás, após eu comentar durante uma de nossas conversas.

Mesmo não querendo, cada milímetro desse lugar me faz pensar em Bill.

Eu pego o pote de sorvete ainda fechado,  e uma colher, me sento na ilha da cozinha de onde consigo ter uma visão límpida de Los Angeles.

Coloco uma colherada de sorvete na boca,  e a massa gelada invade meu paladar me causando um arrepio.
Respiro fundo apreciando aquele breve momento de paz.

- Ai está você formiguinha. - Tom aparece atrás de mim.

- Que é,  se veio acabar com meu momento já pode sair Tom, não estou nem um pouco afim de discutir com você hoje. - Falo sem me virar.

- Calma aí estressadinha, vim só ver como você tava, já que você não ficou meia hora me encarando depois que chegou. - Ele fala pegando uma colher e se sentando ao meu lado.

- E desde quando você se importa com como eu me sinto? - cuspo as palavras com grosseria.

- Da pra você parar de ficar na defensiva pelo menos uma vez? - O garoto esbraveja

Eu dou de ombros dando outra colherada no sorvete.

- Pode não parecer,  mas eu me importo com você. - ele fala estendendo a mão para pegar um pouco de sorvete, um pouco desconfiado sobre o sabor. - Caralho isso é muito bom. - ele fala arregalando os olhos e me fazendo rir.

- Com cobertura de menta fica ainda melhor.  - falo limpando o canto da boca.

- Vou ter que provar um dia, mas enfim, quer falar sobre o ocorrido? - Tom me pergunta em meio a outra colherada.

- Acho que não,  é só que as vezes,  eu sou muito impulsiva e acabo estragando algo que estava ótimo.
Isso é tão frustrante.

Tom ficava em silêncio refletindo sobre meu pequeno desabafo, ele parecia procurar algo para dizer mais sem muito sucesso.

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