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Sexta-Feira || 08:38 AM || 05/03/1978


SOPHIE YAMADA


- BORA SOPHIE! - Escuto meu irmão me chamando no andar de baixo da minha casa. 

- ESPERA! JÁ ESTOU DESCENDO! - Coloco meus tênis na maior correria e já pego minha mochila, descendo as escadas correndo. 

Chego no andar de baixo e vejo meu irmão, Bruce, me esperando na porta com seus amigos, Robin e Finney. 

- Pelo amor de Deus, tem que viver grudado no meu irmão mesmo, Arellano? - Digo, saindo de casa com minhas chaves na mão. 

- Nem um bom dia mesmo? O mau humor é uma coisa triste. - Robin diz, entrando do meu lado. 

Não digo nada, só mostro o dedo do meio e acelero o passo. 

Depois de 10 minutos infernais, chegamos na escola, LOTADA. 

Ainda faltavam 15 minutos para o começo das aulas, então aproveito para ler sossegada na sala.

Enquanto ajeitava minhas coisas no meu armário, sinto meu namorado, Alex, me abraçar por trás e me dar um beijo na bochecha. 

- Bom dia, gatinha. - Ele diz no meu ouvido. 

- Bom dia. - Digo, forçando um sorriso. 

- Você sabe que isso foi sem querer né? - Ele aponta para o meu braço. 

- Sei. - Tiro uma mecha de cabelo do meu rosto. 

Alex sempre foi um pouco... Temperamental. Ele era agressivo quando fumava nas festas. 

Para o meu braço ficar daquele jeito, bastou um copo de cerveja e energético e 3 cigarros para ele ficar agressivo. 

Eu pedi carona para ele, e ele perdeu a paciência e me deu um tapa. 

Meu irmão quis dar uma surra nele, mas não se resolve violência com violência. Então impedi. 

Fui embora com meu irmão mesmo. Eu estava tão cansada que dormi no sofá da festa, e acordei as 6 da manhã, com meu irmão me chamando para irmos embora.

Isso foi ontem. Quem faz uma festa na quinta-feira? Exatamente. Billy Showalter. Um dos melhores amigos do meu irmão, que acabou de ficar solteiro e fez uma festa... Vai entender? 

Essa foi a primeira vez que meu namorado foi agressivo comigo fisicamente. Mas verbalmente, nunca perdia a oportunidade de fazer uma piadinha com meus olhos puxados. 

"Abre os olhos" Era a "piadinha" mais comum. 

Eu ODIAVA meus olhos por causa disso. Muitas vezes usava óculos escuros por causa deles. 

- Ei! Sophie! Vamos para a sala! Quero conversar com você! - Diz Finney, me chamando. 

- Ela vai ficar bem aqui! - Diz meu namorado, cortando meu amigo. 

- É importante! - Finn diz, se aproximando. 

- A gente se vê no recreio. - Meu namorado me rouba um selinho e vai com as amigas dele. 

Finney me puxa pelo braço até a sala. 

- Quando que você vai terminar com ele? - Ele se senta na cadeira a minha frente. 

-  Não sei... - Digo um pouco cabisbaixa. 

- O que é isso no seu braço? - Finney pega de leve no meu braço e olha o vermelhidão que lá havia. 

- Ele se descontrolou ontem na festa... Sabe o que os baseados fazem com ele. - Tento amenizar a minha frase. 

- O QUE? SOPHIE! ELE TE BATEU! - Meu amigo fala, nervoso, e muito alto. 

- CALA A BOCA! - Digo ao ver o garoto de bandana na porta. Automaticamente, escondo novamente o machucado com a manga do moletom. 

Robin larga a sua mochila em sua carteira e se senta atrás de Finney, olhando para mim. 

- Parece abatida, Yamada. O que aconteceu? - Ele pergunta, cruzando os braços e olhando para mim de cima a baixo. 

- O ALEX... - Interrompo Finn antes que ele fale a verdade. 

- Não é da sua conta. E não estou "abatida". Só não dormi direito. - Afirmo, olhando para ele do mesmo jeito que ele me olhava. 

- Bom, quando vai admitir que o seu namorado é um merdinha que agride você? - Ele pergunta. 

- Cala a boca, você não conhece ele. - Tento mudar de assunto. 

- Conheço o suficiente para ver que ele te bateu no braço. E que a marca está bem ali. - Ele aponta para o ponto onde estava vermelho no meu braço. 

- Vai se foder. - Coloco a mão por cima do machucado, resmungando um palavrão de dor. 

Ele não fala nada, só tira uma garrafa de água gelada da mochila e vem em minha direção. 

- O que está fazend... - Ele interrompe. 

- Alguma coisa gelada pode ajudar no vermelhidão. - Ele levanta minha manga gentilmente e coloca a garrafa lá, colocando a cadeira do meu lado para conseguir segurar a garrafa. 

- Não precisa disso, Robin. - Eu afirmo, olhando para o seu rosto, focado no meu machucado. 

- Se eu não fizesse isso, você iria tentar esconder esse machucado, e só ia piorar.  - Ele afirma. 

Fico quieta enquanto ele deixa a garrafa gelada em contato com a minha pele por alguns minutos. Eu me peguei pensando o porquê que eu odiava tanto ele... 


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Olhos Puxados || Robin ArellanoOnde histórias criam vida. Descubra agora