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Domingo || 06:07 AM || 14/06/1978


SOPHIE YAMADA


Eu acordei depois de adormecer naquela cama de cansaço. Me sento e fico olhando tudo ao redor.

A grade da janela, eu havia escondido de baixo da cama.

Até que lembro que tinha que continuar cavando o buraco que me levaria ao outro lado da casa. Não sabia se teria tempo o suficiente para sair dali.

Me levanto por completo, indo até o "banheiro" do lugar.

Tiro o tapete que havia colocado lá, para esconder o buraco, continuando a cavar.

O buraco já havia um tamanho razoável. Se eu entrasse, batia na minha cintura.

Continuava cavando sem parar. Era plenas 2 da manhã, e eu continuava cavando.

Aquele vestido de festa que eu havia ido para o baile já estava ficando muito desconfortável... Mas, eu não sou nem louca de tirar e ficar só de roupas íntimas no porão de um velho maluco que podia fazer o que bem entendia comigo ali.

Chega um momento que eu estava cavando, e começo a escutar o telefone tocar novamente...

Saio imediatamente do buraco, o cobrindo com o tapete.

Vou me aproximando do aparelho preto devagar...

Até que tomo coragem em tirar o receptor do gancho e colocar no ouvido.

- Alô? - Pergunto.

- É inútil. - Escuto uma voz feminina, fina, do outro lado da linha.

- O que? - Pergunto, confusa.

- É inútil continuar cavando aquilo. - A voz continua falando.

Não era Beatrice...

- Quem é? - Pergunto, com a esperança que ela se lembrasse.

- Eu não me lembro... - A garota fala, com um tom cabisbaixo.

- Do que você se lembra? - Tento ajudá-la a lembrar.

- Eu lembro que tiravam muitas fotos de mim... Todos na escola me conheciam... - Me toco de quem era.

- Você... é Isabella Evergreen! A modelo famosa! - Exclamo, animada.

- Provavelmente. - Ela fala.

- Por que me ligou? - Pergunto.

- Sabe a grade da janela? - Ela pergunta.

- A que eu tirei? - Falo, só para confirmar.

- Essa. Guarde ela muito bem. Você vai precisar. - A garota diz.

- Como você sabe? - Pergunto.

- Todos nós tentamos tirar essa grade. Você foi a única que conseguiu. - Ela afirma. - Você pode usar como uma arma.

- Arma? - Questiono.

- Isso. Se você precisar se defender. - Ela explica.

- Entendido. Faço mais alguma coisa? - Pergunto.

- Não. No momento, espere. - A garota fala, com firmeza.

- Ok. Obrigada pelo aviso. - Falo.

- De nada. Espere por algum sinal. - Ela só fala, cortando a linha.

E então eu coloco o telefone de volta no gancho e me sento naquela cama novamente, pensando no que a garota tinha falado e como que eu iria usar a minha nova "arma".

Olhos Puxados || Robin ArellanoOnde histórias criam vida. Descubra agora