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Sábado || 09:08 AM || 13/06/1978 


SOPHIE YAMADA


Eu acordo, com uma dor enorme no olho direito, onde eu havia recebido o soco... Puta merda... Eu fui sequestrada?! Não acredito nisso... 

O cara da cartola estava na minha frente. Mas agora ele usava uma máscara horrenda, que tinha chifres e um sorriso enorme esculpida nela. 

- Como está o seu olho? - Ele pergunta, tirando minha franja do meu rosto. 

- Doendo. - Tiro a sua mão de mim. 

- Não se preocupe. Aqui não vai acontecer nada que você não... Goste. - Ele diz, pelos seus olhos, tenho certeza que estava sorrindo. 

- Me tira daqui. Eu vou gritar e quem estiver lá em cima vai achar estranho. - Digo, dando um passo para trás, o ameaçando. 

- Pode gritar o  quanto quiser. Não vai incomodar ele. - O sequestrador diz. 

- Ele? - Estranho a sua colocação. 

- Pode gritar o quanto quiser. - Ele suspira. - Não vai incomodar ninguém. Eu mesmo fiz o isolamento acústico. 

- Então eu vou arranhar todo o seu rosto. "Ele" não vai achar estranho? - Tento achar outra forma de ameaça. 

- Esse rosto? - Ele diz, mostrando a máscara na pequena luz do sol que entrava por uma janelinha com barras de metal. 

- Foi você que matou eles né? Beatrice, Dylan, Isabella... - Pergunto. 

- Não fui eu. Foi outra pessoa... - Ele se levanta, dando passos de ré em direção a porta daquele cativeiro. 

- Estou com fome. Preciso comer. - Afirmo. Eu realmente estava morrendo de fome. 

- Vai ter que esperar. - O homem afirma. 

- Não tem ninguém lá em cima que pode me trazer comida? - Pergunto, ainda com a esperança de receber alguma comida. 

Ele simplesmente me ignora, indo em direção a porta do lugar. 

Mas eu não ia perder a oportunidade, quando ele estava de costas, saio correndo silenciosamente, envolvendo um mata leão no seu pescoço. 

Ele age rapidamente, tirando um canivete do bolso, fazendo um corte longo e profundo no meu braço, me fazendo gritar de dor e, consequentemente, soltando-o. 

Eu caio no chão, ainda com o meu braço sangrando de dor, enquanto vejo ele saindo do porão e trancando a porta. 

MERDA! 

Vou até a "cama" que lá havia, me deitando e chorando de dor pelo meu braço. 

Acabo adormecendo de cansaço, em meio a lágrimas e uma puta dor de cabeça... Pode ser consequência daquela bebida do Hopper... 


BRUCE YAMADA


Eu chego em casa, com um cansaço tremendo no corpo. 

Subo as escadas em direção ao meu quarto, passando na frente do quarto da minha irmã. 

- Sophie, cheguei, beleza? - Falo relativamente alto, com o objetivo que ela escute. 

Sem resposta. 

- Sophie? - Começo a ficar preocupado, entrando no quarto dela. 

A cama dela estava vazia. Não tinha ninguém naquele quarto. 

Eu já tinha passado pela casa inteira. 

A SOPHIE NÃO TINHA DORMIDO EM CASA?! 

PUTA QUE PARIU! 

Logo que penso no pior, corro para ligar para o Finney. Foi ele que deu carona para a minha irmã na ida, poderia ter dado na volta também. 

- FINNEY BLAKE! - Acabo gritando, desesperado de preocupação com a minha irmã. 

- O que foi, Yamada? Estava dormindo até agora. - Finney diz, aparentemente com uma voz de quem acabou de acordar. 

- A MINHA IRMÃ NÃO FOI COM VOCÊ PARA CASA? - Pergunto, ainda desesperado. 

- Não..? Eu achava que ela ia com você... - Ele diz, ainda meio atordoado. 

- MEU DEUS! TÁ, OK! OBRIGADA, FINN. - Desligo a linha. 

MEU. DEUS. DO. CÉU. 

A MINHA IRMÃ NÃO TÁ COM O FINN. NÃO TÁ COM O ARELLANO. E NÃO TÁ EM CASA. 

CADÊ ELA? 

Como eu sabia que não podia ligar para a polícia antes de 24 horas do desaparecimento da minha irmã. O que me restava era esperar e orar por alguma notícia boa... 

Eu nem era tão religioso assim, mas eu sentia alguma conexão com... algum ser superior. 

Me ajoelho no chão, ainda acabado, com dor, enjoado e tudo de ruim, da festa de ontem. 

- Por favor... Se alguém estiver me ouvindo nessa imensidão... Proteja a minha irmã... Ela é o bem mais precioso que eu tenho... Quem quer que seja, sabe disso. Me dê alguma ideia, algum sinal... Eu preciso dela aqui comigo... - Falo em meio a lágrimas, ajoelhado no chão frio do meu quarto. 

Depois de chorar até soluçar, me arrasto até a minha cama, na qual eu deito de barriga para cima, olhando para o teto e pensando no que poderia ter acontecido com a minha irmã, onde ela podia estar...

- Porra, Sophie... Eu te amo tanto! Não precisa sumir assim... - Falo para mim mesmo, como se ela tivesse escutando. - Onde você tá?..


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Olhos Puxados || Robin ArellanoOnde histórias criam vida. Descubra agora