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Sexta-Feira || 11:50 AM || 05/03/1978


ROBIN ARELLANO


Por mais que eu odiasse a Sophie, eu nunca deixaria nenhum homem fazer aquilo com ela... Ou melhor, NENHUMA MULHER. Principalmente o pau no cu que era o Alex, o namorado dela.

Os primeiros períodos acabaram, era hora do almoço. 

Eu achava estranho, porque a Sophie nunca passava os intervalos no refeitório. Eu não fazia ideia onde ela passava eles, na verdade. 

Só observava o bullying que os garotos, principalmente o seu próprio namorado, faziam com ela. Era cada comentário escroto ao seu respeito que me dava nojo. Para ser sincero, eu não via motivo aparente para fazerem bullying com ela. Ela era tão bonita... NÃO. Não posso pensar nisso, por mais que fosse a pura verdade. 

Todas aquelas garotas, ou a maioria, que corriam atrás de mim, eram realmente bonitas. Mas a Sophie se superava. Aqueles olhos puxados me hipnotizavam desde a primeira vez que olharam para mim... PARA ROBIN! 

Bom. Hoje eu tive curiosidade para saber onde ela ficava durante os intervalos. Estava sem fome naquele momento, então foi mais fácil. 

Fui no primeiro lugar que pensei. A biblioteca. Ela só sabia ler e estudar. 

Logo que entro no espaço enorme que era a biblioteca da escola, não há sinal dela. 

- Não sabia que você tinha algum neurônio para vir aqui. - Escuto a voz da japonesa, vindo um pouco de longe. 

- Eu estava a sua procura. - Admito, olhando para um cantinho, onde vejo ela sentada em uma das poltronas de lá.  

- Por que o interesse? - Ela pergunta, se levantando e dando um passo em minha direção.

- Queria ver como seu braço estava. - Digo, indo alguns passos na direção da garota. 

- Por que está tão preocupado comigo? Eu já falei que estou bem! - Ela diz, aumentando o tom de voz levemente. 

- Não Yamada. O seu relacionamento é uma merda e ele te bateu. - Dou mais 3 passos aa frente. - Por que continua com ele? 

- Isso não é da sua conta Arellano! Saí! Eu não quero a sua pena! - Ela diz, estressada. 

- Acho que é grosseria negar a ajuda dos outros quando ela é necessária. Levanta a manga, como tá o  machucado? - Pergunto, me aproximando, ficando a poucos centímetros dela. 

- Eu estou bem Robin, não se preocupa. - Ela tenta se afastar, mas acaba caindo no sofá. 

- Isso não foi uma escolha Yamada. - Me sento do seu lado no sofazinho e levanto a manga da camiseta dela com delicadeza, observando o seu machucado. 


SOPHIE YAMADA 


A proximidade entre nós era absurda. A tensão, maior ainda. ESPERA AI. EU QUERO BEIJAR ELE? 

Não, eu não quero. Coloca isso na cabeça Sophie! 

- Por que veio me procurar? - Refaço a pergunta. 

- Curiosidade. Nunca vi você no refeitório. - Ele afirma, analisando meu braço machucado. 

- Óbvio que não. O meu namorado e os amigos dele amam me perturbar. Se eles já me perturbam na sala, imagina NO REFEITÓRIO. - Digo, não olhando para ele.

- Tá aí! Mais um motivo para você terminar com esse babac... - O interrompo, colocando a mão na sua boca. 

- Já entendi que você odeia meu namorado, e eu mais ainda. - Tiro a mão da sua boca. 

- Odeio mais o seu namorado, pode ter certeza. - Ele se levanta, abaixando a manga da minha blusa. - Eu vou voltando para o refeitório. 

E então ele saí. me deixando MUITO confusa. 

"Por que ele está sendo legal comigo?" "Só ele que odeia meu namorado tanto assim?" "O que ele estava falando do Alex era verdade?" "Não faz sentido! Robin Arellano está sendo legal comigo!"

Minha mente vagavam por esses pensamentos estranhos. 

Mas... Aquelas garotas tinham motivo para quererem alguma com ele. Ele era lindo. 

Mas o que meus olhos focavam nele, era aquele sorriso... Meu Deus que sorriso lindo. 

PAROU SOPHIE! 

ROBIN ARELLANO


A Sophie estava esquisita. Ficou esquisita. 

Não tenho ideia do porquê. 

Enquanto voltava para o refeitório, a diretora passa do meu lado e cutuca meu ombro. 

- Pode me acompanhar por gentileza, Robin? - Ela diz, com uma voz rígida, como sempre. 

Não respondo, só assinto com a cabeça e sigo a mulher. 

Eu e ela definitivamente não nos dávamos bem, aquela vagabunda ME ODIAVA. 

Ok, talvez ela tenha motivos. Minhas notas, nenhum pouco altas. Meu comportamento inquieto na sala. E alguns palavrões que eu deixava escapar durante as broncas. 

Entrei na sala da velha, me sentando na cadeira que havia na frente da mesa. 

- Então Sr. Arellano, precisamos conversar sobre as suas notas. - Ela coloca meu boletim do 3 bimestre na mesa. 

Sim, notas péssimas. 

- Já sei... Mais um F- em matemática, uma suspensão. Não é  novidade. - Digo, encostando as costas na cadeira. 

- Não só isso dessa vez. Você vai ter um tutor de ensino! - A diretora apoia os cotovelos na mesa. 

- O QUE? POR QUE? - Afirmo, nervoso. 

- Não tenho outra escolha Robin. - Ela cruza os braços. - Liberado. 

Logo após as suas palavras, me levanto com raiva e saio da sua sala, batendo os pés e resmungando palavrões. 

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Olhos Puxados || Robin ArellanoOnde histórias criam vida. Descubra agora