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Sábado || 07:03 PM || 06/03/1978 


ROBIN ARELLANO


Depois de passarmos, aproximadamente, 10 minutos dentro do carro, FINALMENTE chegamos ao campinho de golfe. 

Chegando lá, tivemos que dar uma procurada nos nossos amigos antes de pegarmos a nossa pista. 

Sem sucesso, decidimos perguntar para a atendente na "bilheteria". 

- Com licença! - Finney chama, na qual se vira para trás, tendo a visão de nós dois. 

Ela me olha de cima a baixo e sorri gentilmente. 

- Oi! Pista para dois? - Ela pergunta. 

A moça parecia jovem. No MÁXIMO uns 18 anos. Era alta, ruiva dos olhos castanhos. Seu cabelo estava preso para trás em um rabo de cavalo alto, saindo pela parte de trás do boné do uniforme do local. 

Ela me olhava muito. Comecei a ficar levemente desconfiado. 

- Na verdade... A gente veio acompanhar nossos amigos! - Tento amenizar aquele momento. 

- Entendi... Nós temos uma pista ocupada! Está no nome de Bruce Yamada! - Ela informa. 

- Bem essa! Consegue levar a gente lá? - Finn pergunta.

- Claro! Venham comigo! - A atendente sai de trás do balcão, e vai na frente, nos acompanhando. 

Ela ficou mais do meu lado do que na frente. Me olhava DEMAIS. 

- Você tem Instagram? - A ruiva pergunta.

- Tenho. Por quê? - Me finjo de sonso. 

- Me passa? Te achei bonitinho. - A atendente fala, tirando  o celular do bolso.

Tive uma ideia. 

Quando chegamos lá, avistei de primeira... A Sophie... Naquele vestido maravilhoso que marcava bem a sua cintura, e os lindos olhos puxados... 

CHEGA ROBIN!


SOPHIE YAMADA


Eu estava esperando a minha vez para jogar. Eu estava conversando com Marina, enquanto meu irmão e Vance conversavam. 

Até que avisto o garoto da bandana. Ele usava a mesma todos os dias. Não era diferente naquele dia. Ele usava a mesma bandana de sempre, amarrada na testa. Usava uma jaqueta de couro preta, calças flare jeans, e uma camiseta verde musgo. 

Ele sorri e se aproxima de mim. Estranho aquela atitude, até que ele fala no meu ouvido: 

- Me deve uma. Lembra?

Concordo com a cabeça. 

Ele me puxa pela cintura, me fazendo ficar do seu lado. 

Só consegui dar uma última respirada antes de ele colar nossos lábios, de novo. 

Eu não estava entendendo NADA! O que tá acontecendo? 

Depois daquele momento MEGA estranho, ele para o beijo e se aproxima do meu pescoço. 

- Te explico depois. Só entra na vibe. - Ele me pede, sussurrando. 

Eu não tinha outra opção, então acabo concordando. 

- Ah... Você tem namorada? - A atendente que trouxe eles pergunta, parecendo constrangida. 

Robin não fala nada, só assente com a cabeça, e envolve seu braço pela minha cintura, me puxando para mais perto dele. 

A atendente sai dali, claramente com vergonha. 

Todos ao nosso redor estavam chocados, assim como eu. 

Quando a atendente não é mais visível, Robin me solta. 

- QUE?? - Meu irmão pergunta, ficando de frente com Robin. 

- A atendente queria meu Instagram. Só me livrei. - Ele responde. - Desculpa pelo susto, Yamada. 

Não consigo responder de primeira, ainda estava em estado de choque. 

- Não não... De boa. - Falo, me sentando na cadeira mais próxima. 

- Se bem que o Arellano quisesse que fosse de verdade né? - Vance implica. 

- Cala a boca, Hopper. - Robin fala, pegando o taco da mão de Vance. - Minha vez. 

Ele pega o taco, e arremessa, em cheio. 

- Caralho, Arellano! 'Cê' treina? - Marina pergunta, pegando o taco. 

- Nunca. - Robin se senta, a poucos metros de mim. 

E o jogo continua assim. Nós continuamos a conversar. Conversar MUITO. 

- Por que a Gwen não veio, Finn? - Pergunta, virando um gole de refrigerante na latinha. 

- Ela não tá muito bem. Tá enjoada, dor de cabeça e tal. - Finn responde, arremessando a bolinha, fazendo ela parar perto, mas não dentro do "alvo". 

- Puts... Melhoras para ela! - Digo. 


ROBIN ARELLANO 


Para os outros, eu parecia estar calmo. Mas por dentro... MEU NERVOSISMO ERA ENORME. 

Foi uma das situações mais estranhas que eu já passei na vida, e olha que eu já passei por muita coisa. 

Não consegui mais olhar para a Sophie nos olhos aquele dia. Ter beijado ela pela segunda vez era muito esquisito. Não que eu não tivesse gostado do beijo dela. 

Por mais que eu odiasse ela, não posso mentir... Ela beija bem pra caralho. 

Foi estranho, eu fazer aquilo "sem travar". 

Nós ficamos afastados. Sem nos falarmos, nem nos xingarmos, o resto do rolê inteiro. 

Bruce ainda me olhava com um olhar de ciúmes. Da irmã dele, obviamente. 

Se a Gwen estivesse ali, era cada humilhação... 

Aqueles pensamentos vagavam pela minha mente enquanto eu jogava. Depois daquele arremesso, não acertei mais nenhuma vez. 

- Robin? 'Cê' tá bem? Parece apreensivo. - Marina pergunta, agarrada no ombro de Bruce. 

- Estou ótimo, Johnson. Só um pouco cansado. - Digo, largando o taco em um canto qualquer. 

- Maninho, acho que já vou indo. - Sophie diz, se levantando. - Posso ir com o seu carro? Aí você vai  de carona com alguém. 

- Eu te levo mais tarde, Bruce. Fica tranquilo. - Marina diz. 

- Tá! Mas tenta não destruir o carro! - Bruce entrega as chaves para Sophie. 

Quando ela estava no caminho para ir embora, tomo uma atitude. 

- Ei! Yamada! - Chamo ela. 

- Oi? - Ela se vira, vendo que era eu. 

- Posso pegar uma carona? Quero ir para casa. - Peço. 

- Beleza...? - Ela diz, fazendo um sinal com as mãos para eu segui-la. 

Me despeço de todo mundo, dando um aperto de mão. Eu não estava cansado. Só precisa pensar. Sozinho. 


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Olhos Puxados || Robin ArellanoOnde histórias criam vida. Descubra agora