Olhos Puxados || Robin Arellano

005

Sexta-Feira || 02:40 PM || 05/03/1978

SOPHIE YAMADA  

Acabou de tocar o sinal do fim das aulas, a turma inteira estava cansada de 2 aulas de biologia. 

Todos se movimentam rapidamente, se levantando, pegando suas mochilas e saindo da sala igual um bando de desesperados. 

Começo a me movimentar também para ir embora. Mas Robin nem se mexe. 

- Você não vai embora? - Pergunto para ele, me levantando de cadeira. 

- Tenho detenção depois da aula hoje. - Ele afirma, pegando as suas coisas. 

- Por que?? - Ele aponta para a mão machucada logo após eu terminar a frase. 

- Eu já vou indo. Tchau, dupla de bioblogia! - Eu digo, e a única resposta que tenho é um aceno. 

ROBIN ARELLANO

Eu tinha detenção depois da aula. Aquela diretora me odiava, só pode. 

O merdinha infiel ia comigo na detenção. Ele não voltou para a sala, aquela loira levou ele para a enfermaria  logo após aquela 

A diretora mandou eu esperar na sala até ela vir me chamar. 

Fiquei esperando por aproximadamente 10 minutos depois do fim das aulas. 

- Robin Arellano, me acompanhe. - O monitor diz. 

Relutantemente, o obedeço, entrando na sala da diretora. 

O capeta, digo, Alex, já estava sentado lá, com um gelo no olho roxo. Me sento na cadeira ao lado.

- O que foi que aconteceu? Brigando atrás da escola? Quero ouvir os dois. - A diretora diz, olhando para nós dois com decepção. 

Eu, simplesmente, cruzo os braços e espero o vagabundo começar a falar. 

- Minha namorada estava me traindo com... Esse daí... - Não deixo nem ele terminar a frase. 

- Mais respeito quando você fala da "sua namorada", e de mim também! Todo mundo sabe que você é um merda que traia ela com TODAS que podia. - Desabafo. 

- ROBIN ARELLANO! MINHA SALA! - A diretora me chama a atenção. 

- O que foi? Não menti em nenhum momento! - O garoto abre a boca para se defender. - Quieto Williams! Não terminei. Eu e a Sophie, a Yamada, sabe? Estávamos lá atrás da escola, nós fomos resolver alguns assuntos que tínhamos brigado e tudo mais. - Minto. - Até que começamos a ouvir uns barulhos... Estranhos. 

- Que tipo de barulhos? - A diretora pergunta, focada em minha história. 

- Não queira saber, diretora. - Alerto. - Logo depois, a Sophie quis ver quem era, e viu o Williams e uma garota do nono ano, que eu não tenho a mínima ideia de quem é, se beijando e enfim...

- Prossiga. - Pede a diretora. 

- A Sophie ficou desesperada. Ela me beijou logo em seguida. - Falo. 

- Essa foi a primeira vez que isso aconteceu? - A diretora pergunta. 

- Sim! Eu juro! - Afirmo. - Depois disso, esse maluco veio para cima de mim! Para me bater! - Digo, mostrando indignação. - Eu não ia deixar ele me bater né, então só me defendi. 

- Sr. Williams, sua vez. - Permite a diretora. 

- Bom... Eu não queria trair a Sophie! Aquela garota que insistiu!  - Mente ele. 

- Que mentira! - Exclamo. 

- Sr. Arellano! Continue, Alex. - A diretora diz. 

- Então, ela me beijou, e a Sophie viu tudo! - Alex mente, novamente. 

- Isso é mentira? - Pego meu celular no meu bolso. 

- Sem celulares na escol... - A diretora tenta me parar. 

- Espera diretora. - Abro no vídeo que Sophie tinha gravado anteriormente. - Isso parece ser forçado? A intensidade do beijo... Parece forçada?

- Não... Mas qual foi o motivo da briga? - A diretora pergunta. 

- Você acha que eu ficaria bem vendo a minha namorada beijando outra pessoa? Principalmente o Robin Arellano! - Alex pergunta retoricamente. 

- Mas isso não é motivo para uma briga física Alex Williams! - Ela exclama. - Eu vou verificar nas câmeras de segurança. Enquanto isso, os senhores podem fazendo uma redação de 20 linhas sobre bullying. 

- O QUE? MAS ISSO NÃO É JUSTO! - Digo, indignado. 

- Eu abro as gravações aqui rapidamente. Quem eu considerar o culpado, vou chamar os responsáveis. O próximo, será liberado. - Ela diz, olhando em seu computador. 

Como não tenho outra escolha, abro minha mochila e meu caderno, pensando no que eu poderia escrever sobre aquele tema... 

SOPHIE YAMADA

Está escurecendo lá fora. E sem notícias do Arellano. Se bem que ele não me deve explicação nenhuma do que acontece na sua vida. 

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