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Segunda-feira || 10:37 PM || 21/06/1978


ROBIN ARELLANO


Ela dormia como um anjo em meus braços.

Já fazem algumas horas que Sophie estava adormecida, depois de desabafar comigo sobre seu passado sombrio, e eu não quero acordá-la de jeito nenhum.

Pego meu celular, mandando uma mensagem para Bruce. Escrita:

"A japinha tá comigo. Não precisa se preocupar. Amanhã vai para a aula comigo."

Desligo meu telefone para não atrapalhar o sono da princesa que dormia segura em meus braços.

Eu era tão grato por tê-la ali comigo... Ela dormia tranquilamente em meus braços enquanto eu acariciava seus cabelos pretos com cuidado para não acordá-la.

Eu me sentia o homem mais sortudo do mundo em trazer aquela segurança que ela sentia em meus braços.


SOPHIE YAMADA


Acordo meio atordoada, nos braços dele...

O moletom dele me aquecia, e as mãos dele estavam sobre o meu cabelo.

Eu havia dormido MUITO. Acho que dormi por umas 12 horas. Mas foi um sono REVITALIZANTE.

Não acredito que ele ficou abraçado em mim por todo esse tempo...

Me levanto com muito cuidado, verificando que eram 06:29 da manhã.

Faltavam mais ou menos umas 2 horas para precisarmos realmente acordar. Mas eu não aguentava mais dormir, então pego meu telefone, que estava na minha mochila da escola.

MILHARES de notificações apareciam na tela, mas a que mais me chamou atenção era...


ROBIN ARELLANO


Acordo com meu despertador tocando. Percebendo que Sophie não estava mais em meus braços, me sento na cama.

Olho ao redor e vejo a garota me admirando dormir, sentada na cadeira da minha escrivaninha.

- Meu hermoso dormiu bem? - Ela pergunta, olhando para mim com um sorrisinho bobo no rosto.

- Melhor impossível. Minha japinha tá melhor? - Pergunto, me levantando e andando até ela.

- Muito melhor, pode ter certeza. - Ela se levanta também, se aproximando de mim.

Nós dois compartilhamos um abraço carinhoso. Eu acariciava os cabelos dela.

- Como você consegue deixar o seu cabelo tão macio? — Pergunto, ainda abraçado nela.

Ela ri, me dando um pescotapa, enquanto suas bochechas coravam.

- A gente realmente precisa ir para aquela merda de escola? - Pergunto, meio que "choramingando". Não havia um dia sequer que eu não quero matar aula.

- Precisamos, e vamos. - Ela fala, nos separando do abraço.

Estraga prazeres...


SOPHIE YAMADA


Como eu vou contar para todo mundo?

Aquela mensagem me animava, mas, ao mesmo tempo, me deixava muito nervosa.

Aquilo, iria mudar a minha vida de um jeito... precisava contar para todo mundo com muito cuidado.

Principalmente, o Robin.

Passei a aula toda mais quieta, pensando na mensagem...

Até que um bilhete de Robin para na minha mesa.

"Tudo bem, hermosa? Você tá mais quietinha... você não costuma ficar assim..."

Sorrio, escrevendo uma resposta para ele.

"Tudo bem sim, gatito! Só tô pensativa hoje."

Ele me olha com um olhar de quem não estava acreditando muito no meu papo, mas me respeita mesmo assim.

Foi muito bom ter desabafado com meu garoto ontem. Ele me entende, não julga e, além de tudo, ele é um ótimo ouvinte.

Robin atencioso...

Eu gostava daquele lado dele, que se preocupava comigo e meus sentimentos. Que abaixava um pouco da sua marra (por mais que eu ame) e virava o garoto perfeito.

No meio da aula, eu estava olhando para o professor, fingindo que prestava atenção, mas minha mente vagava em mil e um pensamentos, até que recebo um mini buquê de flores de papel na minha mesa, sem dizer nada, com um "R.A." assinado na folha que envolvia as pequenas flores.

Eu sorrio para ele e falo em leitura labial.

— Você não cansa de ser romântico-ridículo, não?

Ele ri, enquanto eu admirava o presente.

Por trás de toda aquela marra, tinha um principezinho romântico ali.

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Olhos Puxados || Robin ArellanoOnde histórias criam vida. Descubra agora