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Sexta-Feira || 12:48 PM || 05/03/1978 


ROBIN ARELLANO


Estávamos em silêncio. Só escutando uns barulhos MAIS DO QUE ESQUISITOS ali  do lado. 

- Eu sou curiosa. Vou só dar uma espiadinha. - Ela cochicha no meu ouvido, e vai até a ponta da parede, dando aquela "espiadinha" para ver o que estava acontecendo. 

- Quem é? - Pergunto. 

Ela estava paralisada, com a mão na boca. E senti que estava prestes a chorar. 

- Sophie? - Me aproximo, vendo a cena. 

Estava lá, o namorado dela, Alex, beijando uma LOIRASSA. Linda, mas como eu disse, nenhuma superava a Sophie. 

A única reação que Sophie teve, foi pegar o meu celular e começar a gravar tudo. Cada detalhe. 

Ela se volta para o canto que nós estávamos, se senta no banco com as pernas coladas ao tronco e começa a pensar com as mãos na cabeça. 

- Sophie... - Antes que eu termine, ela me interrompe. 

- Cala a boca. - Ela pega na minha mão e vai com toda  a raiva dentro de si até o namorado. 

Ela estava comigo do lado, para na frente do namorado e o cutuca. 

- Que porra é essa? - Ela pergunta, normalmente, segurando a minha mão com firmeza. 

- Que porra é ESSA? - Alex pergunta, largando a garota e aponta para as nossas mãos agarradas. 

- Você estava PEGANDO ela Alex. Então eu também tenho direitos. - Ela diz, logo em seguida olhando para mim. 

Essa foi as últimas palavras que eu consegui dizer antes de ela juntar nossos lábios. 

Eu não tive reação. Então entrei na onda. 


SOPHIE YAMADA


Eu não estava pensando em nada naquele momento, só queria me vingar daquele filho da puta desgraçado que era meu namorado. 

Tudo o que falaram dele era realmente verdade. Ele era um merdinha infiel. 

Aquele beijo foi automático, eu teria beijado qualquer pessoa que estivesse na minha frente naquele momento. 

Robin entrou na onda, ele retribui o beijo e me segura pela cintura. 

- JÁ CHEGA! - Alex me segura pelos ombros e me puxa para perto dele. 

- EU CANSEI SEU FILHO DA PUTA! TIRA SUAS MÃOS DE MIM! - Eu me afasto dele com agressividade. 

- OLHA SUA... - Ele levanta a mão para me bater.

- OLHA AQUI SEU FILHO DUMA PUTA. - Robin entra na minha frente. - Quem você pensa que é? 

- O NAMORADO DELA?! - Alex reponde, com os olhos fumegando de raiva. 

- ERRADO. ACABOU TUDO SEU MERDINHA. - Digo, com firmeza. 

- Quem você pensa que é para bater em uma garota? - Robin diz, com firmeza. 

- Cala a boca, Arellano que você não tem nada haver com isso! - Alex fala, com raiva. 

- Não tenho? - Robin dá dois passos para frente. Eles vão brigar. 

Na mesma velocidade que Alex tenta dar um soco em Robin e ele desvia perfeitamente, eu e a loira damos alguns passos para mais longe. 

Robin consegue ficar por cima do meu ex namorado, depositando uma boa quantidade de socos em seu rosto.

Alex era muito forte, em alguns movimentos, ele consegue se desviar, ficando por cima do de bandana. 

Porém, não fica assim por muito tempo. Robin consegue controle dando uma joelhada na parte íntima do outro, o fazendo gritar de dor. 

Para finalizar, Robin deposita 3 socos no rosto de Alex, e um em sua barriga. Logo após isso, sussurra algo em seu ouvido que não  consigo entender o que era. 

- Entendeu? - Robin pergunta com firmeza, se levantando. 

Alex, cheio de sangue e hematomas pelo corpo todo, assente com a cabeça, enquanto Robin sai pela porta. 

Eu vou atrás de Robin, lógico. Mesmo com Alex DESTRUÍDO, eu não queria dar sorte para o azar. 


ROBIN ARELLANO


Eu entrei no banheiro, para fazer o que sempre fazia. Estava preocupado com Sophie, porém, não era uma boa hora para conversar com ela sobre isso. 

Fui até a pia e começo a lavar meus ferimentos. 

Ao sentir a água gelada em contato com a minha pele e o meu ferimento, me fez sentir dor, e automaticamente, resmungo um "porra" alto. 

Escuto alguém abrindo a porta do banheiro, por instinto, olho automaticamente. 

Ela não fala nada. Só está com uma malinha de primeiros socorros na mão. 

- Peguei no armário do Bruce. - Ela diz, se aproximando de mim. - Senta ali. - Ela aponta para um banquinho que tinha lá. 

- Não precisa, Yamada... - Ela não me deixa terminar. 

- Isso não é uma escolha, Arellano. - Ela continua me esperando.

Como percebo que ela não ia desistir, a obedeço e me sento no banco, de frente para ela. 

- Olha... Sobre aquele beijo... - Não deixo ela terminar a frase. 

- Eu sei que foi na hora do desespero. Eu entendo. - A tranquilizo.  

- Obrigada... - Ela agradece, aliviada. 

- De nada. - Respondo, tentando não sorrir. 

- Por que você bateu nele? - Ela me pergunta, com curiosidade. 

- Não posso deixar qualquer babaca daqueles bater em garotas. Principalmente você... - Deixo escapar. 

- Eu? - Ela me olha, enquanto higieniza o machucado com soro. 

- A namorada, ou melhor, ex namorada. - Tento consertar a situação. 

- Entendi... - Sinto que ela estava se segurando para não sorrir também. - Posso te pedir uma coisa, Robin? 

- Fala. - Digo. 

- Isso, do beijo e tal, fica só entre nós ok?  Foi sem querer. Mas não quero que mais ninguém da escola saiba. -  Ela pede, preocupada. 

- Claro. Minha reputação também está em risco. Lembra? - A lembro.

- Verdade. - Ela deixa escapar uma risadinha. - Você vai parar de fingir que é legal comigo agora? 

- Quem disse que estava fingindo? - Olho nos olhos dela. 

- Hm? - Ela começa a enrolar o esparadrapo por cima da gaze. 

- Nada. - Tento desviar o assunto. 

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Olhos Puxados || Robin ArellanoOnde histórias criam vida. Descubra agora