013

362 45 5
                                    

Segunda-Feira || 08:32 AM || 08/03/1978 


ROBIN ARELLANO


São 8:32 da manhã. Minhas aulas começam as 9. Acordei atrasado, como sempre. 

Me levanto, ainda com sono, mas ainda era segunda-feira... 

Vou até meu banheiro, faço minha necessidades, escovo os dentes e dou uma ajeitada no cabelo. Amarrando minha bandana do mesmo jeito de sempre. 

Volto para o meu quarto e coloco uma roupa qualquer, sem nem pensar muito. Era a primeira semana do quarto bimestre. As provas nem começaram! Eu poderia muito bem faltar esses dias... Mas tem aquela merda de baile! Hoje vai ser a escolha dos pares. 

Eu não queria ir com ninguém... Não queria nem ir! Não gosto dessas coisas! 

Mas era obrigatório. E vamos ganhar 2 pontos na média da matéria que escolhermos! Eu precisava daqueles pontos em todas! Mas escolhi matemática. Era mais urgente. 

Pego uma maçã na geladeira para servir de café da manhã. 

Faltavam 20 minutos. Então corro para pegar minha mochila no meu quarto, e saio de casa, trancando a porta e levando a chave comigo. 

Eu sempre ia por um caminho fixo. Mas hoje me deu vontade de ir por outro, era mais longe, mas se passava na frente do fliperama. 

Fui andando por aquele caminho "desconhecido" até que vejo um rosto familiar... 

Aqueles olhinhos puxados... Sophie! 

Eu não fui de primeira cumprimenta-la, lógico. Eu iria parecer um desesperado. Melhor falar com ela na escola. 


SOPHIE YAMADA


Eu estava indo para a escola, como sempre pelo mesmo caminho. 

Eu morava a poucas casas do fliperama, onde Vance sempre jogava. 

Até que vejo... Do outro lado da rua... Um garoto familiar... Robin?

Ele sempre ia pelo outro lado, desde onde eu sei. 

Percebi que ele me viu. 

Para não ficar uma situação constrangedora, sorrio gentilmente e aceno para ele. 

Acho que ele entendeu errado o recado. Atravessa a rua e fica DO MEU LADO. 

- A gente não ia tentar ser amigos? - Ele pergunta. 

- Eu em! Nem falei nada. - Mesmo querendo. - O que você tá fazendo nesse caminho? Você não ia sempre pelo outro lado? 

- Eu quis ser diferente essa semana. É o último bimestre. Então... é bom mudar as vezes. - Ele explica. 

- Entendi... Como foi o seu final de semana? - Tento puxar assunto. 

Ah vai! Vamos tentar pelo menos!

- Foi uma merda. Não fiz nada no domingo. E no sábado... Você já sabe como foi. - Ele contextualiza. - E o seu? 

- Nada demais. Ontem eu fiquei em casa fazendo nadas enquanto esperava meus pais chegarem de viagem. - Dei uma chance para a conversa. 

Se bem que... Ser amiga de Robin Arellano, poderia não ser tão ruim assim... 

- Você e a Miller ainda conversam? - Pergunto, mexendo em sua ferida. 

- Bem de vez em quando... Mas ela tenta. - Ele responde. - Sei lá... A minha "amizade" com ela tá bem estranha... Ela não entende que eu não quero mais nada com ela além de amizade... Isso tá ficando cansativo. 

- Entendo... Não queria me meter demais... Mas por que você não quer mais ficar com ela? 

- Ela era muito possessiva. Sempre passava a mão em mim do nada. Era horrível. - Ele responde, levemente desconfortável. Me arrependi de fazer aquela pergunta. 

- Me desculpa por perguntar isso... Eu não queria... - Ele me interrompe. 

- Tá tudo bem. Eu entendo a curiosidade, e meio que "te devo" uma resposta. - Ele diz. 

- Não deve nada! Mil desculpas! - Ele solta uma risada logo depois. 

- Isso já faz tempo, Yamada. Relaxa. - Ele diz. 

Nós passamos o resto do caminho conversando. Ele até que era... Legal? 

Chegando no corredor da escola, ele me acompanha até o meu armário. O que não foi grande coisa, o dele era do lado do meu. 

- Música favorita? - Ele me pergunta, enquanto abre o seu armário. 

- Everybody Wants to Rule The World. - respondo, enquanto guardo alguns livros que não iria usar hoje, organizando minha mochila. - E a sua? 

- Mentira! A minha também! - Ele guarda os livros no armário, logo fechando ele. 

- Sério?? - Digo, chocada, olhando para ele. 

- Sim! Que coincidência! - Ele ajeita a mochila nas costas. 

Coloco a minha mochila nas costas também, indo em direção a nossa sala. 

No caminho, encontramos os irmãos Blake. 

- Ixi... Se entenderam agora? - Finn pergunta, ao nos ver conversando. 

- Ele não é tão insuportável assim. - Entrelaço meu braço no braço de Gwen, falando no seu ouvido. 

- Sabia! - Ela fala um pouco mais alto do que eu estava esperando. 

- Do que, Gwenny? - Finn pergunta, curioso. 

- Nada! Só estava pensando alto! - Ela tenta se explicar. 


~~~

Olhos Puxados || Robin ArellanoOnde histórias criam vida. Descubra agora