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Terça-Feira || 06:01 PM || 22/06/1978


ROBIN ARELLANO


Eu senti necessidade de ir para casa. 

Por que sempre eu?  

PORRA, EU QUASE PERDI ELA PARA UM MERDINHA DE UM SEQUESTRADOR! AGORA ELA VAI EMBORA PARA OUTRO PAÍS?????? 

O caminho todo que eu caminhei para casa, foi chutando pedrinhas no chão, com lágrimas nos olhos. 

Eu não acreditava que eu perderia a minha garota. A minha garota que eu demorei tanto tempo para chamar de MINHA. 

E se eu tivesse sido mais rápido? E se eu tivesse me declarado antes? 

EU SOU TÃO BURRO! 

A garota era destinada para ser minha! Por que ela tinha que ir embora??????????????? 

Eu me negava a aceitar, enquanto lágrimas finalmente escorriam dos meus olhos. 

Desde que eu me conheço por gente, eu raramente choro. 

Depois da morte dos meus pais, eu fui morar com uma tia distante. 

Essa tia era MUITO desagradável. Ela "me educava" na base do "ENGOLE O CHORO". 

Desde então, eu não consigo chorar com facilidade. 

Nunca choro na frente de ninguém. 

A Sophie foi a única pessoa que já me viu chorar do meu convívio atual. 

Eu estou chorando de muitas emoções ao mesmo tempo. 

Minha cabeça está uma bagunça. 

Eu sei que eu estou sofrendo por antecipação, e isso é meio que "culpa minha". Sempre me vem na mente "aproveita o momento, pensa nessas coisas depois...". Eu tentava escutar as vozes da minha cabeça, mas era impossível. 

Só de imaginar que a garota da minha vida iria ficar longe por 10 MESES, já me apavorava. 

Aqueles pensamentos de "COMO QUE EU IRIA VIVER SEM ELA?" continuavam. 

Eu não aguento mais isso... Eu quero ela comigo toda hora! 

Mesmo sabendo que ela iria voltar, eu não sei se vou aguentar 10 meses sem ela ao meu lado. 

Pelo menos, eu ainda tinha dois dias ao lado dela, não é..? 

...


SOPHIE YAMADA


Já faz um dia que eu contei para Robin a notícia. 

Ele fez questão de me levar para a casa dele depois da aula. Só para aproveitarmos a companhia um do outro. 

Agora, estamos agarradinhos, assistindo um filme de terror. O filme é tão ruim que minhas pálpebras estão pesadas, lutando para não se fecharem e ficarem assim até o final do filme. 

Eu estou deitada no colo do Robin, com os olhos focados na tela, mas a mente pensando em qualquer outra coisa de tão ruim que o filme é. 

- Gatita..? - Ele me chama, com uma voz rouca de tanto ficar sem falar. 

- Hm? - Respondo, olhando para ele. 

- Você vai amanhã, né..? - Ele pergunta, ajeitando minha franja que caía nos olhos. 

- Sim... Por que? - Pergunto. 

- Promete que não vai se esquecer de mim..? Mesmo no meio daquele tanto de garotos riquinhos para cacete, lindos, e mimados?

- Robin, você sabe que meus olhos só brilham para você, né? - Afirmo. 

- Só promete. - Ele fala, estendendo o dedo mindinho para mim. 

- Prometo. - Falo, entrelaçando o meu dedinho no dele, enquanto ele sorri. 


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Olhos Puxados || Robin ArellanoOnde histórias criam vida. Descubra agora