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Sábado || 06:32 PM || 06/03/1978 


SOPHIE YAMADA


Eu tinha passado raiva hoje mais cedo. "Escutar a conversa", SE FODE! Não que isso fosse mentira, mas que raiva! Ele sabia de tudo!

Faz mais ou menos 30 minutos que comecei a me arrumar para sair. Eu e Bruce passaríamos mais uma noite sozinhos em casa... Mas isso já não era mais novidade. Ser filhos de empresários famosos não era fácil... 

Coloquei um vestido que batia no meio das coxas, da minha cor favorita, junto com uma jaqueta enorme, meias calças quentinhas e tênis no estilo botinha. 

Estava razoavelmente frio lá fora. Só finalizei o cabelo e o deixei solto. 

- VAMOS LOGO, SOPHIE! - Bruce grita do andar de baixo. 

- DESCENDO!!! - Digo, descendo as escadas, com a bolsa na mão. 

Quando chego no andar de baixo, vejo meu irmão, com uma camiseta básica, jaqueta e calça jeans, o cabelo arrumado, e o perfume de sempre. 

- UIIII, vai encontrar alguma gatinha é? - Falo, ao ver ele. 

- Cala a boca, idiota. A Johnson vai estar lá! Esqueceu? - Ele fala. 

Marina Johnson. Filha do professor de matemática. A que organiza TODOS os rolês. E... a garota que o meu irmão era APAIXONADO. 

- Tudo por essa Marina! Nunca vi em! - Reclamo, enquanto pego as chaves do carro dele. 

- NEM PENSAR! Da última vez você quase bateu! - Meu irmão comenta. 

- AH! - Reclamo, enquanto ele pega as chaves da minha mão.

- Se reclamar mais, você fica no banco de trás. - Bruce diz, saindo de casa.

- Vai se foder! - Digo, pegando as chaves de casa e indo atrás dele. 

Relutantemente, me sento no banco do carona, e Bruce, obviamente, no do motorista. 

Nós dois colocamos o cinto de segurança, e meu irmão pisa o pé no acelerador, puxando a marcha do carro. 

Nós aceleramos e eu abro a janela do meu lado. O vento gelado da noite de primavera começa a bater no meu rosto. Eu fecho os olhos, só sentindo a brisa fria em contato com meu rosto. Meus cabelos voavam para trás enquanto meu irmão dirigia em uma velocidade relativamente alta. 

- Tá no Titanic, Sophie? - Meu irmão, estraga prazeres, fala, dando uma risadinha.

Não respondo, nem desfoco do meu momento incrível. Sua única resposta é um dedo do meio. 


ROBIN ARELLANO


Estava me arrumando, ajeitando minha bandana, passando meu perfume de sempre, e me olhando no espelho para conferir se eu estava "apresentável". 

Até que escuto dois barulhos de buzina na frente da minha casa. Certeza que era o Finn.

- ¡Tío! ¡Me voy! (Tio! Estou saindo!) - Grito para meu tio ouvir. 

- ¡Está bien Robin! ¡Avísame cuándo volverás! (Tá bom, Robin! Avisa quando voltar!) - Meu tio responde da cozinha. 

- ¡Advertencia sí! ¡Adiós! (Aviso sim! Tchau!) - Respondo, pegando as chaves de casa. 

- ¡Dile a Finney que envié un hola! ¡Buen paseo! (Diga para o Finney que eu mandei um oi! Bom passeio!) - Meu tio diz, enquanto eu saía de casa. 

Logo que fecho e tranco a porta de casa, avisto Finney, com um braço para fora do carro, me esperando. 

- BORA, ROBIN! - Finney reclama. 

- CALMA, CAPETA! - Falo, dando a volta no carro, entrando e me sentando no banco do carona. 

- É no campo de golfe né? - Finney pergunta, dando partida. 

- Isso. - Digo, colocando o cinto de segurança. 

Finn coloca uma das nossas músicas favoritas para tocar no rádio do seu carro: "Everybody Wants to Rule The World" do Tears for Fears. 

Nós começamos a cantar igual dois idiotas dentro do carro, enquanto o Finn se concentrava no trânsito. 

- THERE'S A ROOM THAT THE LIGHT WON'T FIND YOU! - Começo a cantar no ouvido dele, bem alto. - HOLDING HANDS WHILE THE WALLS COME TUMBLING DOWN! 

- CALA A BOCA, PORRA! - Ele diz, rindo da minha cara. 

- WHEN THEY DO, I'LL BE RIGHT BEHIND YOU! - Continuo com a minha cantoria. -  SO GLAD WE'VE ALMOST MADE IT!

- CHEGA, ROBIN! - Ele me dá um tapa no braço. 

- Parei parei. - Falo, rindo, e esfregando a parte do meu braço que Finn havia batido. 

Nós ficamos o resto do caminho inteiro só ouvindo música, sentindo a brisa gelada batendo nos nossos rostos, enquanto Finn acelerava. 


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Olhos Puxados || Robin ArellanoOnde histórias criam vida. Descubra agora